Redescoberta

Então, me redescubro.

Percebo que silenciar é muito mais difícil que calar.

Caminho devagarzinho.

Já não tenho tanta pressa.

Apenas não consigo ficar imóvel.

Faço tudo o que posso com o que tenho e onde estou.

Não adianta querer fazer o que não é possível no momento.

Descubro-me poeta na maturidade.

Aí então posso falar a verdade mentindo.

Adoro fazer, e sempre faço, aquilo que não posso fazer.

Faz parte do meu temperamento e do meu jeito de ser essa ousadia.

Sonho sempre, até quando estou acordada e rio muito disso.

É a forma que encontro de ter esperança.

Da mesma forma sei que se sonho é por que posso fazer.

Meu impulso é de vôo sempre.

Não aceito engatinhar.

Reconheço que nada sei, por isso prefiro muito mais imaginar que conhecer.

Descubro uma enorme diferença entre ser atenta e ser observadora.

Sou menos atenta e observo mais.

Não tenho medo de nada, pois isso me impediria de ser livre.

Nada espero da vida, pois meus grandes momentos não foram esperados, apenas aconteceram.

Nunca busco ter, mas ser.

Sofro, como qualquer ser humano, mas com sabedoria.

Dói menos.

Minhas loucuras são minhas sensatas emoções.

Prefiro ser louca e feliz a saudável e infeliz.

Não existem acasos, pois acredito nos sonhos.