Não é a sua hora

“Não é a sua hora”, dizem ter ouvido muitas pessoas que passaram por uma experiência de quase morte. O meu próprio avô foi um desses que alegou ter sido “mandado de volta” para a vida.

Além das questões envolvendo destino ou predestinação, o que essa frase sugere (admitindo que tenha partido realmente de um ser inteligente que detém algum tipo de controle sobre a nossa vida) é que os fatores naturais podem ser alterados por seres superiores.

De repente, porque “não chegou ainda a hora”, o acidente que tinha tudo para ser fatal pode não matar mais, ou a doença incurável pode ser retida para sempre.

Assisti a um relato de um homem que ouviu essa mesma frase enquanto se afogava, após uma onda gigantesca virar a sua embarcação. O sujeito ficou, segundo contam os amigos que o procuravam, entre 15 e 18 minutos embaixo d´água sem respirar. Ora, isso é humanamente impossível, mas o homem havia ouvido que não era a sua hora, e realmente não foi: sobreviveu.

Se fizemos alguma besteira, se algum acidente nos levou a uma situação de risco de morte antes do tempo previsto, então o que fazem esses seres que parecem ter o controle das nossas vidas? Alteram a realidade natural, de alguma maneira. Não sei se quebram as leis da Física, mas é de se admitir que façam alguma coisa que nós mesmos não seríamos capazes. Só assim poderão impedir que a morte seja a consequência natural do desastre de que fomos vítima.

Como as pessoas estão se metendo em enrascadas o tempo todo, imagina-se que esse tipo de auxílio aconteça com muita frequência – deve ser inclusive um hábito.

Será possível que, depois de milhões de anos de racionalização, o ser humano ainda vai concluir que os deuses estão por trás dos fenômenos naturais?

Frederico Milkau
Enviado por Frederico Milkau em 23/11/2017
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