Delirium Tremens.

"Dormir me proporciona delírios,

Típico onirismo etílico, delirium tremens, cheio de frames repetitivos,

E zunidos surdos,

Sub-consciente transbordando projeções irreais,

Realidade distorcida, quase convincente de olhos fechados.

Nas paredes, os versos que ainda não escrevi, ao lado dos retratos sem moldura colados com fita adesiva.

No quarto meu baú de livros é uma fortaleza segura para as palavras que não quero esquecer.

Cinco xícaras de café, fumando feito uma chaminé.

Voltei a ser o que sempre fui.

Escrevo certo com letras tortas, e recito em voz baixa para as flores de mentira, falo sozinho, como a tv ligada à toa.

Destroços, apenas destroços.

Tenho ainda todo um repertório de palavras gastas, e umas bem guardadas para ocasiões especiais.

Chulas, melancólicas, clichê.

Todos os tipos. Non sense, cretinices, safadezas.

Palavras.

As que queria mesmo, fugiram.

Dejetos...

Vomitei mesmo, me sinto melhor agora."