Sombras
As suas sombras
são luzes para mim
Entre elas sei onde andar
Onde pisar firme
E onde parar para respirar
Soprar suavemente
Dulcíssimas poucas luzes
A ausência delas, nem me é notada
Subo
Desço
Desço com calma
Sei que esperas
Sei onde chegar
Não pergunto o caminho
Nas suas sombras
Sei o som do silêncio
Ensina-me a compor
Ensina-me a respirar
ensino-te
Essas sombras
Esses olhos ausentes
Esse toque levemente presente
Sincronicidades
Refrões de palavras ecoadas por todas as eras
Eras apenas palavras de outros
De outros e outros
Quero escrever sem fim, pois tudo faz sentido para mim
Sentindo um universo inteiro subo e desço entre as colinas firmes
Entre a nascente da sua garganta, bebo a mais pura e alcalina água
As minhas mãos também sedentas, apoiam-se entre as rochas, apoiam-se firmemente
Como se já estivesse, em um momento mais conflituoso se agarrado ali
Qual o tempo certo, será que vejo certo?