Ensaio sobre a idiotice

AVISO LEGAL: Conteúdo idiota, possivelmente ofensivo e preconceituoso.

Este texto é reservado apenas para os idiotas. Se você se considera inteligente, não prossiga.

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Bom, se chegou a esta parte do texto, presumo que assumiu que é um idiota.

Mas veja, apesar do estigma social, ser idiota não é ruim, pois os idiotas não têm consciência de sua idiotice. Como discorre o ilustre John Cleese, "os idiotas são tão idiotas que não têm como perceber o quão idiota eles são, e assim ficam presos num ciclo interminável de idiotice".

Desta forma, não há necessidade de sentir culpa ou remorso, pois é uma coisa natural, instintiva. Ser idiota é uma dádiva de Deus. E Deus deve gostar muito dos idiotas, porque ele cria muitos, a toda hora.

Fora isso temos a perversão da palavra "idiota". Etimologicamente, ela é derivada do "id". Segundo Freud, é a parte inconsciente da personalidade de um indivíduo que age instintivamente, quase selvagem. Assim, um idiota seria, originalmente, um sujeito onde reina sua parte instintiva. Seguindo esta lógica, seríamos todos parte idiota e parte egoísta (por alguma razão não temos a termo "superegoísta" para completar o raciocínio).

E para os leigos no campo da idiotice humana, existe ainda um tal efeito Dunning-Krueger que sugere, basicamente, que há uma tendência dos idiotas se acharem inteligentes, e os inteligentes se acharem idiotas.

Seguindo a lógica acima, se afinal, considerarmos-nos idiotas, significa que somos afinal, inteligentes. E ao chegarmos a esta conclusão, somos, conclusivamente, idiotas.

Confuso? Não importa.

Os idiotas são naturalmente desprovidos da capacidade de compreensão, e são livres para ostentar sua invejável inteligência. Mas isso é idiota.

Pareça inteligente, sendo um idiota.

Desculpe o texto, idiota.

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Mar/2018

Miguel do Lucari
Enviado por Miguel do Lucari em 23/03/2018
Reeditado em 20/06/2018
Código do texto: T6288319
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