Tenho lido muitos textos e artigos sobre infidelidade na internet; em especial um do New York Times no qual “A Outra” faz um relato sobre como ela começou a sair com homens casados (estava recém-divorciada e não queria compromissos, e então achou que seria melhor sair com homens casados que, segundo ela mesma, não ‘grudariam’ nela). Traição não é uma palavra bonita. Ninguém gosta dela: nem os traidores, nem os traídos. Dei minhas opiniões sobre o assunto, e li centenas de outras, contra ou a favor da infidelidade; ambos os lados apresentavam seus argumentos, e alguns dos que me marcaram mais foram:
 
-A Favor:
-Os tempos mudaram, e casamentos monogâmicos não perduram;
-O homem é um animal poligâmico, e toda tentativa de monogamia será uma farsa e uma frustração;
- Casos pontuais ajudam a manter o casamento (Nota minha: pelo menos, enquanto quem está sendo traído não ficar sabendo de nada);
-A poligamia é liberdade de escolha, ninguém é dono de ninguém (porém os que afirmam isso, os que traem, não gostariam de saber que estão sendo traídos).
 
Contra:
-As doenças sexualmente transmissíveis proliferam entre os poligâmicos;
-Todo tipo de relacionamento em que um dos cônjuges trai o outro – sendo que trair significa fazer sexo com outra pessoa sem o consentimento e o conhecimento do outro – torna-se doloroso demais para quem está sendo traído;
-Antes de trair, o cônjuge insatisfeito deveria conversar com o seu par, colocar os pingos nos ‘is’ e tentar salvar o relacionamento, ou então, separar-se.
-Ninguém é feliz mentindo e enganando. Assim como ninguém é feliz ao descobrir que está sendo enganado.
-Há que se pensar nos filhos e respeitar a família, honrando o compromisso assumido com o cônjuge.
 
E eu concordo. Com todos os argumentos acima. Acho que a poligamia pode acontecer quando ambas as partes conversaram e concordaram com ela, não havendo, neste caso, traição. Porém, não acredito na longevidade e na profundeza de relacionamentos poligâmicos. Ninguém gosta de se sentir a bolacha quebrada do pacote, e entre três pessoas, uma delas sempre receberá menos. 
Eu sou monogâmica, e não me casaria com alguém que se proclamasse o contrário. Consideraria traição caso eu ficasse sabendo que meu cônjuge sai com outras mulheres. Com certeza, eu ficaria furiosa, indignada e com a cabeça e a vivência que eu tenho hoje, eu não levaria o relacionamento adiante. 
 
Nos comentários do artigo do New York Times, fiquei estupefata com o número de mulheres feministas que proclamavam que, quando uma traição acontece, a culpa é única e exclusivamente do homem, e que a ‘outra’ não tem culpa nenhuma e é tão ‘vítima’ quanto a esposa. Gente, onde isso é feminismo? Como alguém pode afirmar-se feminista, quando se mete em um relacionamento como o terceiro membro, disputando um homem com outra mulher e desrespeitando-a? Que caráter existe em uma pessoa, homem ou mulher, que mesmo sabendo que um casal está vivendo juntos, dormindo na mesma cama, e às vezes, com filhos pequenos, se mete no meio de um relacionamento?
 
“Ah, mas quando a traição acontece, é porque o relacionamento acabou!” Não posso concordar com isso. Conheci uma mulher cujo passatempo era insinuar-se sobre homens casados, e assim que ela conseguia separar o casal, dava o fora nele. O velho protótipo de destruidora de lares. Existem pessoas que gostam de testar as outras; elas querem provar a si mesmas que podem, que conseguem. Algumas até apostam com os amigos que vão conseguir ‘dormir’ com fulano (a) ou sicrano (a).  Tem gente de todo tipo nesse mundo...
 
Já vi acontecer casos nos quais a mulher, em busca de estabilidade financeira, investiu tanto em um homem casado, que ele acabou cedendo. É mais fácil começar um relacionamento onde o outro já tem uma vida financeira estabilizada – casa, carro, dinheiro no banco e um bom emprego – do que começar do zero. Mesmo que tenha que dividir com a ex. 
 
É claro que existem boas desculpas (eu disse desculpas, não motivos) para justificar uma traição: Ela não é mais a mesma, engordou, ‘embarangou.’ Ele (a) não me satisfaz na cama. Eu fui traído (a) e estou me vingando. Eu me apaixonei, não pude evitar. Foi só um caso sem importância, não significou nada. Eu não pretendia ferir você, jamais achei que fosse descobrir. Não aguentei mais a rotina. Eu estava em um momento difícil, passando por uma crise.
 
Mas não acho que nenhuma das explicações acima é verdadeira. O que acontece, é que tem gente que não nasceu para o casamento. Deveriam permanecer solteiros e transar à vontade por aí; seriam muito mais felizes, não estragariam suas vidas e nem a vida de mais ninguém. 
 
Há os que se dizem sexualmente compulsivos; antes de se comprometerem com alguém, deveriam procurar tratamento. E há – a grande maioria – os que não valem nada mesmo. Não prestam, são fracos e não merecem ter um relacionamento com alguém bacana. 


Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 18/04/2018
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