MARCHAS DE SELMA A MONTGOMERY - PARTE I

Uma Luta pela Igualdade

Quando vi o filme: Selma, percebi o quanto é bom ter uma causa e lutar por ela, e como é bom nos aliarmos a pessoas que sonham como nós. Selma nos mostra um povo com um sonho, com um desejo, aspirando, querendo algo e determinado a conseguir. Mas, a falta de um líder sério, comprometido, e cheio dos valores do céu os deixava acuados, com medo, e temerosos do que lhes poderia fazer o homem, mas mesmo assim alguns ainda caminhavam em direção aos seus direitos. Um filme que mostra não a passividade de um povo, mas sua revolta com as ações de uma cidade que mesmo podendo, descumpria uma lei Nacional.

A falta de objetivos, propósitos e sonhos, tornou-se normal em nossos dias, vivemos para satisfazer o nosso ego, por isso vemos líderes agitando o povo não para defender uma causa, um princípio, ou o interesse de um povo, mas para realizarem seus sonhos, e suas vontades. Ao mesmo tempo observamos de longe as ações daqueles que se acham defensores do evangelho, mas que não progridem, não avançam, não crescem e nem melhoram. Em seus mundos estão, e em seus mundos permanecem fazendo de tudo para não perderem aqueles que os seguem, estes por sua vez se acomodaram acreditando estar dando o seu melhor.

Em seu discurso pelo Movimento dos Direitos Civis - I have a dream...Eu tenho um sonho – Martin Luther King Jr, disse: “Este não é o momento para descansar no luxo refrescante ou tomar o remédio tranquilizante do gradualismo. Agora é o tempo para transformar em realidade as promessas de democracia. Agora é o tempo para subir do vale das trevas da segregação ao caminho iluminado pelo sol da justiça racial. Agora é o tempo para erguer nossa nação das areias movediças da injustiça racial para a pedra sólida da fraternidade. Agora é o tempo para fazer da justiça uma realidade para todos os filhos de Deus”.

As marchas de Selma a Montgomery de 1965 foram três manifestações, sendo a primeira conhecida como “Domingo Sangrento” (“Bloody Sunday”, em inglês), do movimento pelos direitos civis dos negros nos Estados Unidos que conduziram à aprovação da Lei dos Direitos ao Voto de 1965, uma conquista histórica do movimento negro da década de 1960. Ali King discursou e disse: “Nós ouvimos eles dizerem que nós não chegaríamos aqui; Nós ouvimos eles dizerem que nos impediriam nem que fosse a última coisa que eles fizessem; Nós ouvimos eles dizerem que nós não merecíamos estar aqui, mas hoje nós estamos aqui como americanos, nós estamos aqui, e não vamos deixar ninguém nos mandar de volta”.

A fala do Pr. Martin Luther King Jr. não é a de quem está estimulando o povo a agredir fisicamente alguém por seus direitos, ou de quem está mandando alguém quebrar alguma coisa, mas de quem está incomodado, e que quer mudança. Mas, para isso ele sabia, entendia e compreendia que precisava liderar o povo a uma transformação. Alternativas precisavam ser dadas, para que o povo se movimentasse – “Nós abraçamos essa nova energia com tanta coragem e a incorporamos tão fervorosamente que o seu reflexo ilumina toda a escuridão”.

Nós conhecemos a liberdade, sabemos onde e em quem ela está, ou seja, isto deveria nos movimentar, tirar-nos do lugar, e nos fazer agir. Quantas Igrejas dentro das favelas vivendo cada uma em seu mundo, pois seus líderes não se preocupam com o povo, mas, sim em viver o seu reino. O sonho não é meu, e nem seu, o sonho é do Senhor, e viver os sonhos de Deus é estar junto, ligados, conectados e pregados a Cruz do Calvário.