BOUDOIR - FOTOGRAFIA DA ALMA

Está em franca ascensão o conceito fotográfico boudoir (budoar). Trata-se daquela fotografia que valoriza a beleza feminina de forma bem intimista e delicada. É aquele nu ou sensual que escapa dos clichês massificados na web, onde a arte e o chamado nude se confundem ou se distorcem entre as caras e bocas que vulgarizam a vocação do belo e fazem do corpo feminino apenas um objeto de apreciação pejorativa.

O boudoir é a pura arte fotográfica do nu e o sensual, explorada entre a intimidade de um quarto criteriosamente ambientado sem espalhafatos e luzes excessivas. Mas também se pode usar outro cômodo. A varanda. O jardim. Outras partes do quintal, desde que não se perca o conceito de sutileza, intimismo, até de certa ingenuidade. Tudo em nome do bom gosto. Do culto à arte. Desse olhar contemplativo e sóbrio capaz de captar “a essência da pele feminina”. O contexto poético das curvas de qualquer idade adulta; qualquer estatura, cor, medida ou outra definição física da mulher.

Toda mulher fotografada é divinamente bela no trato angular e ambiental do indivíduo que a respeita, valoriza e reverencia... não faz desse ato o seu momento de voyeurismo ou velada pretensão pós-ensaio. Sabe que não fotografa uma modelo que pensa em divulgar sua intimidade via internet... quer ter apenas um álbum de boas lembranças essencialmente suas para folhear, por exemplo, quando lhe falte autoestima.

Em outras palavras, a fotografia boudoir não tem nenhuma característica industrial. Nenhum traço hollywoodiano de produção. Nenhum vício de grandiosidade robótica. O boudoir é artesanal. Não sugere ação, mas repouso; aconchego; harmonia entre luzes aveludadas e sombras de acesso. Na arte fotográfica desse nu e sensual, a modelo não é rótulo que se exibe. É alma que veste de poesia o corpo da mulher essencialmente mulher.

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