A Vida e o Tempo
A vida embarca em uma nave imaginária
Seu nome é Tempo
O espaço sem fim é o mar dessa nave sem freio
Que nunca retrocede
Nessa viagem extasiante
O passageiro registra seus momentos
Separa os que lhe agradam
Daqueles que lhe tiram o sorriso
De si afasta recordações dissonantes
Esconjura as amarguras
Junta em coleção as alegrias
Delas faz único meio de retorno da vida
Ao tempo
Ao passado volta em lembranças risonhas
Para sustentar a esperança
De renovação da felicidade
Crê assim o passageiro enganar o tempo
Mas na verdade ele mesmo
O Tempo
Invenção humana que em calendas
Nonas, idos ou
Medições em cálculos matemáticos
Acompanha os ciclos da natureza
Alheio a qualquer sentimento
Marca o fim da linha
Do passageiro
Como o murchar de uma flor
Prossegue a nave no infinito
Porque há novos embarcados
Nessa bela
Porém breve viagem
No tempo