EMPATIA ENTRE ÓRFÃOS DE MÃE VIVA?

Hoje, foi um dia atípico, para uma mulher de 65 anos que ainda trabalha e vez por outra quer apenas ficar quietinha no seu canto, no final de semana.

De uns tempos para cá resolvi sair aos sábados... passar o dia todo fora de casa.

Rebeldia?

Creio que sim.

Rebeldia de quem resolveu que não vai cair de podre... ainda quero aprender muita coisa, desse mundão de Deus, que ainda nem desconfio que exista.

Depois falarei sobre o meu dia, mas por agora, quero lhes mostrar algo que descobri, em mim, assim... como uma criança que anda de gatinhas e de repente pof... do nada, se ergue nas perninhas trêmulas, dá um passo, depois outro, menos vacilante... depois outro, mais confiante e de repente descobre que pode correr... e voltar no tempo, pertinho... ontem.

Ontem, dia 30.11.2018, assisti um vídeo postado em um Grupo do qual faço parte.

Após assistir, resolvi escrever esse Ensaio Literário, do qual, encaminhei uma parte para o Meu mentor espiritual. O Meu Babá.

Hoje, mais uma história descortinou uma realidade cruel, diante de mim... me desculpe Babá, mas eu amava tanto essa vó!

Sempre fui cismada com Iemanjá, por sua imagem muito me parecer com Nossa Senhora da Conceição, a quem apesar de respeitar e venerar, não amava, como sempre Respeito, Venero, Amei, Amo e Amarei Nossa Senhora das Graças!

Explico: Nossa Senhora da Conceição É Linda, Maravilhosa, mas, seu olhar está voltado para o alto, para Deus, para sua Ascensão.

As fotos de Iemanjá que vi na minha infância... eram assim, Linda, Maravilhosa, e apesar de não olhar para o alto, como Nossa Senhora da Conceição, e de espalhar suas benção, na sua passagem pelo mar, rumo a praia, seu olhar estava distante... num ponto além de quem olhasse para Ela.

Já Nossa Senhora das Graças, lá no alto, olhava pra baixo, fitando quem a olhasse, com os braços e as mãos estendidos, como a dizer: "____Sou tua mãe, vem filho!"

Hoje assistindo esse video https://www.youtube.com/watch?v=MKLYfnAiIUE, não sei mais, estou confusa, pois a vivência que eu tenho da Minha Iáiá (Avó), e da Minha Mãe Biológica é totalmente diferente dessa Velha Mãe que abandona o Filho à própria sorte (vozinha cruel), e dessa Mãe Adotiva tão cuidadosa e amorosa, da história, desse vídeo.

Li coisas perversas que aconteciam com os meus ancestrais negros, durante a escravidão declarada e apoiada pelos Jesuítas, no Brasil. O que eles, os negros, faziam para preservar sua cultura... o sincretismo religioso foi uma dessas formas.

Convivi, durante quatro anos, com a Minha Avó Materna, que não era negra, era uma descendente de índios (dizem) muito estranha, posto que, apesar de ter feições indígenas, era loura de olhos azuis... e casou com o negro Manoel Bezerra, dando origem a uma família e uma cultura bem peculiar, pela junção do aprendizado de ambos.

Mesmo lendo tudo que me cai nas mãos, sobre as Religiões de Matriz Africana, não conheço profundamente Omolu, mas sempre amei São Lázaro (Santo Católico)... pois Minha Avó e Minha Mãe me chamavam assim... "São Lázaro", por contas de feridas e por quê vivia rodeada de animais, na sua maioria cães.

Sabia que, no sincretismo religioso, São Lazaro e São Roque são a representação católica dos Orixás Omolu e Obaluê.

Nesse momento, estou como sempre, pra variar, chorando!

Amei essa história, por entender a mensagem, e pela forma como essa vozinha conta.

Fui criada num ambiente onde me ensinaram a não julgar ninguém, antes, buscar entender o significado de tudo. Mas, algumas dessas mesmas pessoas me julgavam e eu odiava isso.

Entendi, pela história contada no vídeo, que Nanã, já idosa (com idade para ser avó) com o seu desejo de ser Mãe do Ventre... trouxe ao mundo dois Orixás maravilhosos, ao meu ver, mesmo tendo rejeitado um e "amaldiçoado" o outro. Eu Amo Omolu (Obaluaê-?), bem como amo e admiro a Serpente do Arco-Iris: Oxumaré (apesar de ficar apavorada diante de serpentes).

Na Minha Enésima Casa - Aldeia dos Orixás, me sinto a vontade e muito feliz quando qualquer um dos Orixás chega, mas... Omolu e Oxumaré me encantam de uma forma diferente. Será empatia entre órfãos de mãe viva?

Creio que entendi... mas vou chorar um pouco mais. Preciso lavar a Minha Alma Imortal.

Adda nari Sussuarana
Enviado por Adda nari Sussuarana em 02/12/2018
Reeditado em 01/02/2019
Código do texto: T6516828
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