Busca do Mestre
Sondava campos, enfrentava lutas, sofria derrotas, buscando o Mestre.
Mestre que ensina, e que tem moral para ensinar. Farto dos mestres que predicam o que não fazem e usufruem, às minhas custas, do benefício que me prometem.
Doce ilusão do fácil achado. Achado não! Vendido! Ora, mudou de figura? Sim, assim é como pintam, repintam e complicam o entendimento de todo buscador ávido por ser de si mesmo, mas que acaba sendo de todos menos de si.
Material, físico, terreno, telúrico! É o campo onde transitam os mestres do embuste, os que nada ensinam além da arte de ser embusteiro e sobrelevar a ignorância própria e alheia mercê a falácia do sofisma enrustido no reduto mental memórico-imaginativo.
Metafísica é palavra fácil na boca de quem não tem compromisso com a verdade e tece mil conjecturas para ludibriar incautos e néscios ao passo que garante para si o "dolce status" de ser representante da verdade.
Malhado das lutas e buscas no desértico campo do mundo corrente, desértico para os buscadores espirituais, cheguei a um porto calmo onde me esperava alguém sábio e muito generoso.
- Oh! Peregrino! De onde vem tão faminto e sedento do pão dos conhecimentos e da água lustral do amor e da verdade?
- Do mundo, meu senhor, esse mundo voraz e cruel que destroça as almas boas para sugar a seiva da vida em função de mesquinhos interesses.
- Entre em minha Barca Sagrada, vamos navegar e lhe mostrarei algumas ferramentas que se você quiser profundamente, poderá utilizar em seu benefício e no dos seus.
Navegadas poucas léguas pude perceber que esse Senhor possui muito do que eu buscava em um guia, mas advertiu-me que seu método não permitia crer e/ou teorizar, mas que necessitava do concurso de minha consciência ativa e minha inteligência adestrada a fim de que eu pudesse marchar sem complicações pela senda do aperfeiçoamento.
Ao voltarmos ao porto, decidi-me alistar aos seus e seguir conhecendo sobre as ferramentas que estão disponíveis para os marujos de si mesmos no delicado percurso evolutivo humano.
Esse Senhor é meu Mestre. Ele nunca me defraudou, sempre me ensinou a caminhar pelas próprias pernas e provar internamente as verdades que generosamente me acerca. Não é intermediário. É amigo. Mostra-me seus passos e me auxilia nos momentos difíceis exigindo como correspondência, unicamente, que me proponha a avançar cada vez mais firme e decidido.
Parece incrível que, há não muito tempo, sequer eu imaginava tamanhas possibilidades lúcidas para mim. Para o ser humano.
Dwmrè