A POESIA DE CASTRO ALVES

O Romantismo brasileiro adquiriu uma marcante característica nacionalista. Reforçada pelos movimentos da Independência, conquistada em 1822, que nos instigou a buscar qualidades que nos diferenciasse de quem nos colonizava. Neste período, ansiava-se por uma separação política e ideológica da metrópole. O sentimento antilusitano proporcionou a criação de um sentimento de apego à pátria, de valorização da nação e da produção de símbolos que favorecessem a incorporação de uma consciência nacional e a representação do país com o índio, a natureza e a linguagem.

A primazia do Romantismo pertence a um grupo de brasileiros que se radicaram em Paris, organizadores da revista Niterói (1836). O nosso Romantismo foi desenvolvido quando filhos da elite brasileira partiram para a Europa e entram em contato com os ideais românticos.

Sendo assim, o Romantismo possui um cuidado ao construir a idéia de nação brasileira. O Brasil distanciava-se da metrópole e aproxima-se culturalmente da França, país que influenciava o Romantismo brasileiro a desenvolver as primeiras composições acerca do nacional.

O passado brasileiro após a Independência, ainda estava para ser inventado ou escrito, ficando a cargo dos poetas românticos brasileiros a responsabilidade de desenvolver uma narrativa que se localizasse entre literatura e história.

A publicação na França de Nictheroy, revista brasiliense, por Gonçalves de Magalhães, que lança no mesmo ano, em 1836 a obra “Suspiros Poéticos e Saudades”, tem sido considerada o marco inicial do Romantismo no Brasil.

A produção da poesia romântica brasileira deu-se ao longo de três gerações de poetas. Embora alguns críticos estabeleçam quatro, cinco e até seis grupos.

A primeira, denominada de primeira geração romântica, em que se destacam duas tendências básicas: o misticismo – intensa religiosidade – e o indianismo. A religiosidade é notada de forma marcante nos primeiros românticos. Comprometida com a consolidação artística de nossa independência política (1822), caracteriza-se por um nacionalismo indianista e encontra em Gonçalves Dias seu principal representante. Nomes que se destacaram: Gonçalves de Magalhães, Araújo Porto Alegre, Gonçalves Dias.

A segunda, denomina-se ultra-romantismo. Seu traço mais típico é um estado de espírito conhecido como “mal do século”, no qual predomina o Spleen (tédio, morbidez, depressão, melancolia), o desejo de evasão e morte, o constante sentimento de incompatibilidade entre o ideal e a existência cotidiana, vista como medíocre, prosaica e injusta. É conhecida também, como geração byroniana, numa alusão ao poeta inglês Lord Byron, um de seus principais representantes e sua postura vivencial considerada o mal do século, por se tratar não apenas de um fazer poético, mas sim de uma postura auto-destrutiva do ser no mundo. Álvares de Azevedo é o nosso grande poeta ultra-romântico. Destacando-se também: Casimiro de Abreu, Fagundes Varela, Junqueira Freire.

A terceira geração é voltada para uma poesia de preocupação social. Conhecida como “condoreira”, tinha como emblema o condor, condor dos Andes, pássaro que representava a liberdade da América, que construía seu ninho em grandes altitudes, sugere que a poesia voasse alto falasse alto e causasse grande efeito enquanto a voz tocasse a massa. Denominada também, como geração “hugoana”, por ter sido diretamente influenciada pelo poeta francês Victor Hugo, cuja obra de cunho social marcou o período. É uma poesia marcada pelo conhecimento da realidade mais profunda por intermédio da imaginação e da interpretação do mundo. Sendo um estilo poético constituído primordialmente de mitos e símbolos. Seu maior representante foi Castro Alves e Tobias Barreto.

Antonio Frederico de Castro Alves nasceu no dia 14 de março de 1847, na fazenda Cabaceiras, perto do Curralinho, no interior da Bahia, cidade que hoje tem seu nome. “(...) a biografia do poeta escrita por seu cunhado o Dr. Augusto Alves Guimarães, foi publicada nos números 2 e 5, ano I, da Gazeta Literária do Rio de Janeiro”. (ROMERO, 2001, p. 1133). É interessante assinalar de forma econômica a vasta biografia do poeta.

Os pais do poeta foram o doutor Antônio José Alves e dona Clélia Castro. O pai foi um médico famoso. Estudou na Europa, de onde enviava cartas bem românticas à mãe de Castro Alves. José Antônio foi o primeiro filho do casal, Castro Alves o segundo, Guilherme o terceiro, João que morreu prematuramente e em 1852 nasceu Elisa.

A vida na fazenda começava a limitar aos sonhos da família. No início de 1854, foram morar em Salvador. Neste período nasceram os irmãos de Castro Alves, Adelaide e a caçula Amélia em 1855.

Em 1856 iniciou os estudos no Colégio Sebrão. Mas foi transferido para o Ginásio Baiano, do doutor Abílio César Borges. O sistema pedagógico do doutor, para a época, era deslumbrante. Estudava-se várias matérias ao mesmo tempo, não recebiam castigos físicos, os alunos eram incentivados a participar de torneios literários. Para Castro Alves que já trazia o amor à arte, foi uma preliminar para a glória futura. Celebravam principalmente as datas cívicas, e esse apego aos feitos brasileiros deixou sementes que iriam germinar na poesia adulta do poeta.

Nesta época, morre a mãe de Castro Alves, em 1859, aos 33 anos. Desesperado, o irmão tentou suicídio. Castro Alves não gostava de tratar do assunto, diferente de outros poetas, se incomodava em retratar a mãe nos poemas. E seu irmão teve como reação a este fato a loucura. Loucura e morte temas do Romantismo, o poeta viveu cada um.

Um acontecimento colocou o ponto final nos empasses e devaneios da infância, ocorreu em 1862, quando junto com José Antônio, foram morar no Recife para seguir os cursos preparatórios à Faculdade de Direito. No ano seguinte publicou no número um do jornal acadêmico, “A Primavera”, o primeiro poema contra a escravidão, “A canção do africano”.

O ano de 1864 é caracterizado por duas novas perdas do ano letivo na Faculdade de Direito e pela morte do irmão em fevereiro.

Para compensar tanto infortúnio, o ano de 1865 correspondeu a um período de grandes felicidades. Repetente da faculdade de direito, Castro Alves já sabia as matérias do ano letivo, desta forma ganhou tempo para se dedicar ao desenvolvimento do projeto “Os Escravos”.

Em 11 de agosto, Castro Alves obteve o primeiro grande sucesso público, recitou “O Século”, na sessão comemorativa da abertura dos cursos jurídicos; dias depois, foi a vez de “Aos Estudantes Voluntários”, no Teatro Santa Isabel. “O Século”, foi reservado para abrir o livro “Os escravos”. Cantou os efeitos heróicos, as batalhas vitoriosas contra a opressão e em louvor ao Dois de Julho escreveu cinco poemas.

Pouco antes da morte de Castro Alves, ele ainda comemoraria, em 1869, a proibição da venda de seres humanos. Foi chamado de “o poeta dos escravos”. Porém, Castro Alves sempre desejou ser “o poeta da liberdade”. A escravidão era uma das mazelas, talvez a mais horrenda, que se daria a combater em prol da liberdade.

Em 1866, Castro Alves, perde seu pai em janeiro na Bahia, durante as férias da faculdade.

Após um grande período de indecisões e receios finalmente conseguiu arrancar Eugênia Câmara, por quem era apaixonado, do empresário com quem vivia, e a levou junto com a filha para morar em um subúrbio do Recife. A esta mulher dedicou vários poemas, escrevendo ainda, o drama Gonzaga ou a Revolução de Minas, onde discutiu assuntos como liberdade, escravidão, traição, paixões.

Castro Alves decidiu prosseguir os estudos de Direito, interrompidos na temporada em que esteve em Salvador, na cidade de São Paulo. Na viagem para São Paulo, passou pelo Rio de Janeiro, com o intuito de conhecer José de Alencar: “(...) Apaixonando-se pela atriz Eugênia Câmara, ruma com ela para o Rio de Janeiro, onde é festivamente recebido por Alencar e Machado. (...)” (MOISÉS, 1995, P. 225). Em fevereiro de 1868 estava no Rio de Janeiro munido de uma carta de apresentação, onde conheceu José de Alencar. A receptividade foi muito gratificante, a ponto de Alencar encaminhar Castro Alves a outro talentoso escritor, o jovem Machado de Assis, a quem visitou no domingo de carnaval. O resultado desses encontros originou algumas crônicas publicadas no Correio Mercantil, a de José em 22 de fevereiro e a de Machado em 1º de março.

Castro Alves chegou em São Paulo no final de março. Em abril, compôs a “Tragédia no mar”, “O navio negreiro”. E em junho declamou, no Teatro São José, a “Ode ao Dous de Julho”, o mais conhecido poema sobre a data. E no mesmo mês, escreveu “Vozes d’África”.

Tudo estaria perfeito, não fossem as desavenças com Eugênia. Cenas violentas, ciúmes, brigas, precárias reconciliações, que resultou na separação do casal. Desgostoso, procurou refúgio em algumas distrações, como, por exemplo, a caça: “(...) numa caçada, fere acidentalmente o pé. Segue para o Rio de Janeiro, onde é operado, e de lá para a Bahia, já minado pela tuberculose (...)” (MOISÉS, 1995, p. 225). Em novembro acidentalmente acionou o gatilho e a bala se cravou no seu pé esquerdo. Nunca pode curar completamente a ferida do pé a doença acrescentou-se problemas infecciosos e pulmonares. Decidido foi tratar-se no Rio, em maio de 1869. A única alternativa foi a amputação do terço inferior da perna.

Permaneceu no rio até o fim do ano, quando resolveu retornar à Bahia. Desta viagem surgiu o nome “Espumas Flutuantes” para chamar o livro que reuniria seus poemas. Em Salvador, já em 1870 redigiu o “Prólogo” em fevereiro, que aludiu os tempo felizes no Sul, à transitoriedade da dor e da alegria.

Encarregou o amigo Augusto Guimarães de acompanhar a publicação do livro em seus detalhes como tipografia, papel, tiragem. E se retirou para o interior da Bahia, de volta a Curralinho, em busca de sossego mental e regeneração física. Na Fazenda Santa Isabel acabou “A cachoeira de Paulo Afonso”.

Retornou a Salvador em setembro. E em novembro despachou para o Rio de Janeiro os primeiros exemplares de “Espumas Flutuantes”. Em meio a esses acontecimentos, a doença se alastrava no seu corpo. Recolheu-se definitivamente no abrigo da família, abrindo uma exceção no dia 1º de fevereiro de 1871, onde arrancou forças para declamar em público um poema em solidariedade às crianças vítimas da Guerra Franco-Prussiana:

Morto na “flor dos anos”, como tantos dos ultra-românticos apostados em abreviar a existência por amor da Literatura, sua trajetória de poeta acompanhou-lhe a fugacidade da vida, como um raio que desabasse com estridor, clareasse o espaço e se perdesse no horizonte, deixando a lembrança de sua passagem luminosamente sonora (...) (MOISÉS, 1995, p. 225-226).

O calendário marcava o dia 07 de julho de 1871, o “Jornal da Bahia” anunciava o falecimento de Castro Alves e às 4 horas da tarde deixava o sofrimento existencial.

O aspecto estilístico mostra que o poeta baiano fugiu um pouco do egocentrismo dos ultra-românticos, desenvolveu uma poesia social, comprometida com a causa abolicionista. Suas poesias possuiam um tom grandeloquente, próximo da oratória, cuja finalidade era convencer o leitor-ouvinte e conquistá-lo para a causa defendida. Engajada socialmente, sua poesia é como uma espada afiada, que tocava o íntimo sentimento do povo.

Na geração condoreira ou hugoana os procedimentos da primeira e da segunda geração romântica são mantidos. Porém, novidades e autenticidades de forma e de conteúdo dão origem ao terceiro grupo de poesia romântica, mais preocupada com os problemas sociais e com uma nova forma de tratar o tema amoroso.

O nome da corrente condoreirismo, associa-se ao condor ou também a outras aves, como a águia, o falcão e o albatroz, que foram tomadas como símbolo dessa geração de poetas voltados para os temas sociais. Identificando-se com o condor, ave de vôo alto e solitário, com capacidade de enxergar a grande distância, os poetas dessa fase supunham ser eles também dotados dessa capacidade e, por isso, tinham o compromisso, como poetas-gênios iluminados por Deus, de orientar os homens comuns para os caminhos que levam a justiça e a liberdade.

Os poetas da terceira fase eram os porta-vozes da massa silenciosa oprimida ou injustiçada, a frase intimista se ocultava por trás de construções lastreadas de oratória, em que o interlocutor não era mais uma mulher ou o “tu” virtual para se tornar a coletividade anônima e sem voz:

o poeta expressará através de seus sentimentos e emoções os sentimentos e emoções de toda a Humanidade, deverá contar os eventos contemporâneos que passam suscitar qualquer emoção numa Humanidade incapaz de traduzi-la. Deverá elevar tais eventos ao nível de símbolos de um dos aspectos do destino humano.

[...] o poeta deve, ainda, ser-lhe o guia no rumo do ideal (...). Abandonando o “passageiro” nas lutas políticas, o poeta deverá indicar o grande caminho do porvir ideal; será o piloto do navio humano; fortalecerá os débeis e esclarecerá os ignorantes dando como matéria à sua poesia superiores idéias de justiça, de piedade, de verdade (MOISÉS, 1995, p. 224).

Apreciada na subjetividade do escritor, a linguagem literária, é o lugar onde ocorre o trânsito do eu para o outro. No discurso da individualidade, aparecem veias por onde correm tensões coletivas. Desta forma, a poesia social de Castro Alves incorpora sonhos, desejos coletivos e pela poesia o poeta faz ressoar, na amplidão da linguagem, a revolta dos seres selecionados pelo sistema opressor. Através da linguagem e na linguagem castroalviana exibe-se ao mundo um grito de liberdade e de justiça.

Castro Alves será novo pelo epos libertário: “(...) A palavra do poeta baiano seria, no contexto em que se inseriu, uma palavra aberta. Aberta à realidade maciça de uma nação que sobreviveu à custa do sangue escravizado (...)”. (BOSI, 1995, p. 120).

Nota-se que Castro Alves, por algum tempo, largou suas preocupações particulares, seus efêmeros amores, e lançou olhares a sociedade. Tratando de forma impressionante o fato desumano e repugnante da escravidão:

É bem verdade que não se colocou no ponto de vista determinado da escravidão brasileira. Por outros termos, é bem verdade que ele não fez a psicologia nem a sociologia do escravo, não se pôs no meio dos cativos, nos engenhos e nas fazendas, para lhes fotografar com nitidez naturalística o viver pungente e as profundíssimas misérias.

O poeta não arquitetou o romance cruel e realista dos escravos. Não; seu caminho foi outro, ensinado, apontado pelo índole mesma de seu talento. Ao poeta, bastou-lhe para o excitar e comover o fato geral e indistinto da escravidão. Só isto foi suficiente para levantar-lhe o sentimento, e este sentimento foi indignação e a cólera. O poeta não desceu a descrever cenas; aludiu rapidamente a elas e supô-las com razão conhecidas de todos (ROMERO, 2001, p. 1138).

Assim, mostrou a triste realidade dos míseros cativos. Castro Alves foi um dos mais nítidos exemplares entre nós do poeta, preocupado com a igualdade social, ou seja, do poeta que em sua poesia preocupou-se em trabalhar certas idéias e problemas da vida política e social da nação.

Poucos poetas utilizaram, na Língua Portuguesa, inúmeras reticências, travessões e pontos de exclamação quanto Castro Alves. Através destes recursos gráficos, o poeta procurou reproduzir a oralidade do discurso exaltado da praça pública ou das declamações dos palcos. As reticências apontam as pausas dramáticas que reforçam a ênfase discursiva marcada pelos pontos de exclamação. Já os travessões tinham uma dupla função. Aparecem, como reticências e marcas de pausa da elocução. Em muitos outros momentos, aparecem como marca do discurso direto, apresentando uma fala que se dirige a um interlocutor específico.

O estilo retórico condoreiro se traduz na linguagem escrita através dos sinais de pontuação, como as reticências, os travessões e os pontos de exclamação.

a circunstância pública que viu nascer um e outro texto, e seria purismo negar a sua presença ativa na qualidade oratória de ambos, que sem dúvida ganham em força quando lidos em voz alta e pontuados de gestos largos e expressivos. Se possível, diante de um auditório empático.

Por tudo isso, tocar com a mão a corrente da História parece uma experiência acessível a qualquer leitor dos poemas sociais de Castro Alves (BOSI, 1995, P. 249).

Castro Alves tinha consciência de que fazia alguns poemas para serem declamados em voz alta e não para uma leitura com um chá no aconchego das cadeiras de balanço.

A carreira literária de Castro Alves, que abrange apenas um curto espaço de pouco mais de onze anos, pode ser dividida em quatro épocas.

A primeira é a fase primitiva (1860-63), tempo dos preparatórios na Bahia e no Recife. A segunda é o período áureo do Recife (1864-67), tempo do Gonzaga e de grande parte das poesias. A terceira é a época de São Paulo e Rio de Janeiro, menos de dois anos (1868-69). E a última fase na Bahia, apenas um ano de meio (1870-71). Dos onze anos, os últimos sete ou sete e meio seguintes a contar de 1864, até a data do falecimento do poeta, são os mais agraciados em sua vida poética. Desses sete anos, quatro foram os mais fecundos de sua vida, passados no Recife com pequenas estadas na Bahia. Dos três e meio anos restantes, somente menos de um (1868 até novembro) passou com saúde. Os anos seguintes foram preenchidos pelo sofrimento da moléstia do pé e da tuberculose.

Portanto, o poeta chegando a São Paulo em março de 1868, adoeceu corridos oito meses, em novembro, e retirou-se de uma vez por todas em abril do ano posterior. A maioria de suas produções ou são dos tempos áureos do norte, antes de sua vinda ao sul, ou dos melancólicos dias da Bahia depois dessa viagem.

Pertencem à primeira categoria, além do drama Gonzaga, as poesias Hebréia, Duas Ilhas, Visão dos Mortos, Pedro Ivo, O século, Quem dá aos pobres empresta a Deus, Mocidade e morte, Ao Dois de Julho, Três Amores, Gondoleiro de amor, subtegmine fagi, O vôo do gênio, A Maciel Pinheiro, Dalila, A Boa Vista, O coração, A uma atriz, O Livro e a América, e todo ou quase o todo o poema A cachoeira de Paulo Afonso.

São da segunda categoria as poesias Dedicatória, O fantasma e a canção, Poesia e mendicidade, Versos de um viajante, Onde estás? A uma estrangeira, Pelas sombras, As duas flores, Os Anjos da meia-noite, O Hóspede, Aves de arribação, Os perfumes, A Guilherme de C. Alves, Uma página da escola realista, Coup d’étrie, Se eu te dissesse, Saudação a Palmares, Horas de saudade, Fé, esperança e carinho; Deusa incruenta e No meeting do Comitê du pain. Esta é a maior porção da obra do poeta vate.

Em São Paulo e no Rio de Janeiro foram escritas apenas O laço de fita, Ahasverus e o gênio, O adeus a Teresa, A volta da primavera, Boa-Noite, Adormecida, Jesuítas, Hino ao sono, No álbum de L. C. Amoedo, Murmúrios da tarde, Ode ao dois de julho, O tonel das Danaides, A Luis, A Joaquim Augusto, Imensis orbidus anzuis, Canção do boêmio, É tarde, Quando eu morrer. Esta cantada e distribuída a quase totalidade das produções do poeta baiano.

É bem verdade quase totalidade, porque não estão incluídos quatro bem difundidos: Vozes d’África, O Navio Negreiro, Tragédia no Lar, e Adeus, meu Canto! As duas primeiras são de Recife e Bahia antes da viagem, as outras da Bahia depois da viagem.

Castro Alves deixou três obras: Espumas Flutuantes, Gonzaga ou Revolução de Minas e o Poema dos Escravos. Este último inacabado. Existente apenas dois fragmentos, um epsódio, A Cachoeira de Paulo Afonso, um punhado de poesias, sob o título de Manuscritos de Stenio.

A poesia de Castro Alves é expressão de seu caráter, de seu temperamento. Seus belos versos em que foi o porta-voz de uma consciência social, até hoje fazem sucesso no meio literário. Por isso o destaque literário lhe é concebido.

Messias Lisboa
Enviado por Messias Lisboa em 08/03/2019
Código do texto: T6592925
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