Luz, névoa e sombra.
"A estrada coberta por uma névoa branca, muito branca, contrasta com o vermelho-alaranjado de um sol ainda sonolento. E eu, semidesperto e completamente sonolento, contemplo, do lado de fora da janela, os reflexos do que me é também inerente: luz e névoa, também a sombra.
Vivo no agridoce limiar entre o sorriso e a lágrima. Caminho entre a dor e o êxtase, e carrego hematomas e cicatrizes de tudo.
Na ponta dos dedos os versos.
Orgasmos
E a morte.
Na parede do meu estômago, cápsulas de melancolia estouram aleatóriamente, eu não escolho.Luto contra uma overdose, a medicação controlada, por vezes tudo foge do controle.
Soprar o blues Charles, quem pode soprá-lo?
Uma taça de vinho pra tentar desfazer, dissipar ou diluir o que me aflige. Não que funcione.
Mas eu gosto de pensar que sim."