O deus de muitos e o meu Deus

O médium João de Deus é mais um dos vários exemplos que nos mostram que o fato de alguém participar de uma igreja, louvar e adorar a Deus, confessar-se ou declarar-se cristão, dizer-se crente, pregar a palavra de Deus, nada disso é indicativo de que a pessoa que faz isso vive conforme a vontade de Deus. A história da Humanidade está cheia de maus exemplos em quase todas as religiões, igrejas ou seitas.

Houve um tempo em que eu acreditava que os frequentadores de igreja eram mais confiáveis e possuíam um melhor comportamento do que os não frequentadores, mas eu estava enganado, era ingênuo, tolo. Quem matou Jesus? Não foram os ateus que o mataram, mas religiosos. O comportamento de muitos religiosos é um dos fatores que levam muitas pessoas a não acreditarem na existência de um Deus e declararem seu ateísmo. O comportamento de muitos que dizem acreditar em Deus leva muitos a serem ateus.

Eu não acredito no deus de Silas Malafaia. Eu não acredito no deus de Edir Macedo. Eu não acredito no deus de Jair Messias Bolsonaro. Eu não acredito no deus de Valdemiro Santiago. Eu não acredito no deus de João de Deus. Eu não acredito no deus dos radicais islâmicos. Eu não acredito no deus de quem mata, mente, rouba, furta, engana, persegue, calunia, agride. Eu não acredito no deus de quem é a favor da pena de morte. Eu não acredito no deus de quem é a favor de tortura, de quem deseja algum mal a quem quer que seja. Se a minha fé dependesse de igreja ou de seus líderes, eu seria ateu, porque eu já vi o Diabo até em padre. Obs.: É no comportamento das pessoas que o Diabo se manifesta.

Eu não me considero e não sou superior a ninguém (nem inferior), mas eu não dependo de igreja, seita nem religião institucionalizada para acreditar na existência de um Criador-Providência. Eu não preciso participar de igreja, mas respeito quem participa. A minha fé é pessoal. O Deus no qual eu acredito é um Deus que está sempre comigo, que me protege muito mais do que eu me protejo; um Deus que exige o melhoramento permanente do meu caráter, dos meus pensamentos, sentimentos, atitudes, palavras, comportamento e atos.

Para mim, se o comportamento do indivíduo não for justo e benevolente, a fé desse indivíduo é inútil, hipócrita, vazia.

Não culpem Deus pelo mal no mundo, pois cada pessoa é responsável pelo que faz. Se não fôssemos livres para pensar, sentir, agir e viver, o nosso comportamento não poderia ser criticado nem elogiado; não poderíamos ser responsabilizados pelo que fazemos. É a liberdade que traz a responsabilidade. Deus não vai acabar o mal no mundo, porque Deus não vai fazer o que os seres humanos podem fazer. Não é Deus quem faz o mal. São os seres humanos que escolhem fazer o mal ou não fazê-lo.

Pastos Bons/MA, 25 de março de 2019.

Domingos Ivan Barbosa.

Domingos Ivan Barbosa
Enviado por Domingos Ivan Barbosa em 25/03/2019
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