NOTA: O texto que segue é o capítulo 8 do livro "Conversando com Deus - Neale Donald Walsch".
Não sei bem porque coloquei este capítulo, mas quem ler saberá porque
A pergunta está em azul e a resposta em vermelho

Quando eu aprenderei o suficiente sobre os relacionamentos para conseguir que sejam bons? Há algum modo de ser feliz nos relacionamentos? Eles têm de ser sempre difíceis?
Você não tem de aprender ensinamento algum sobre os relacionamentos. Só tem de demonstrar o que já sabe.
Há um modo de ser feliz nos relacionamentos, e é usá-los para a finalidade que têm, não para a que você quer.
Os relacionamentos são sempre um desafio, levando-o a criar, expressar e experimentar aspectos cada vez mais sublimes, visões cada vez mais amplas e versões cada vez mais maravilhosas de si mesmo. Em nenhuma outra situação você pode fazer isso com um maior impacto, mais imediata e perfeitamente do que nos relacionamentos.
De fato, sem os relacionamentos é impossível fazer isso.
É apenas através dos seus relacionamentos com outras pessoas, lugares e eventos que você pode existir (como uma parte conhecível, algo identificável) no universo. Lembre-se de que na ausência de tudo o mais, você não é. É assim no mundo relativo, ao contrário de no mundo absoluto, onde Eu resido.
Quando você entender claramente isso, louvará intuitivamente todas as experiências, todos os encontros humanos e especialmente todos os relacionamentos pessoais, porque os considerará construtivos, no sentido mais elevado. Verá que podem, devem e estão sendo usados (queira você ou não) para construir Quem Você Realmente É.
Essa construção pode ser uma criação grandiosa e consciente sua, ou uma configuração estritamente fortuita. Você pode escolher ser uma pessoa que resultou apenas do que aconteceu, ou do que escolheu ser e fazer em relação ao que aconteceu. É da última forma que a criação do Eu se torna consciente. É na segunda experiência que o Eu se torna realizado.
Portanto, bendiga todos os relacionamentos e considere-os especiais, porque determinam Quem Você É - e agora escolhe ser.
A sua pergunta diz respeito aos relacionamentos humanos individuais do tipo romântico, e Eu entendo isso. Então vou falar específica e detalhadamente sobre os relacionamentos amorosos humanos - que continuam a dar-lhe tanto trabalho!
Quando esses relacionamentos fracassam (na verdade, nunca fracassam, exceto no sentido estritamente humano de não proporcionarem o que você deseja), isso ocorre porque foram formados pelo motivo errado.
(É claro que "errado" é um termo relativo, significando algo avaliado em relação ao que é "certo" - seja o que for! Seria mais correto em sua linguagem dizer que com muita freqüência "os relacionamentos fracassam - mudam - quando são formados por motivos que não favorecem a sua sobrevivência".)
A maioria das pessoas forma relacionamentos de olho no que pode tirar deles, em vez de no que pode colocar neles.
O objetivo de um relacionamento é decidir que parte de si mesmo você gostaria de "revelar", não que parte da outra pessoa pode possuir e dominar.
Só pode haver um objetivo para os relacionamentos - e para toda a vida: ser e decidir Quem Você Realmente É.
É muito romântico dizer que você não era "nada" até aquela pessoa especial aparecer, mas isso não é verdade. O pior é que coloca essa pessoa sob uma terrível pressão para ser todos os tipos de coisas que não é.
Sem querer "desapontá-lo", ela tenta ser o que não é até não poder mais. Então deixa de corresponder à imagem que você tem dela. Não pode mais representar os papéis que lhe foram atribuídos. Surge o ressentimento, e a seguir vem a raiva.
Finalmente, para salvar a si mesma (e o relacionamento), essa pessoa especial começa a tentar reaver o seu verdadeiro Eu, agindo mais de acordo com Quem Realmente É. Nesse momento, você diz que ela "mudou".
É muito romântico afirmar que agora que essa pessoa especial entrou em sua vida você se sente completo. Contudo, o objetivo do relacionamento não é ter alguém que possa completá-lo, mas ter alguém com quem você possa partilhar a sua integralidade.
Esse é o paradoxo de todos os relacionamentos humanos. Você não precisa de alguém em particular para experimentar plenamente Quem Você É, e... sem outra pessoa não é nada.
Isso é o mistério, a maravilha, a frustração e a alegria da experiência humana. Exige uma compreensão profunda e uma disposição total de viver dentro desse paradoxo de um modo que faz sentido. Eu observo que muito poucas pessoas fazem isso.
A maioria de vocês forma seus relacionamentos adultos cheios de energia sexual, de coração aberto e uma alma alegre, senão ansiosa.
Entre os 40 e 60 anos (e para a maioria é mais cedo do que tarde) vocês desistem de seu maior sonho, perdem a sua maior esperança e passam a ter a sua pior expectativa - ou a não esperar coisa alguma.
O problema é simples, e ainda assim muito mal compreendido: seu maior sonho, sua idéia mais nobre e sua maior esperança tiveram mais a ver com a pessoa amada do que com o seu amado Eu. O teste dos seus relacionamentos teve a ver com o quanto a outra pessoa vivia bem de acordo com as suas idéias, e o quanto você vivia bem de acordo com as idéias dela. Mas o único teste verdadeiro tem a ver com o quanto você vive bem de acordo com as suas idéias.
Os relacionamentos são sagrados porque fornecem a maior oportunidade da vida - de fato, a única - de criar e produzir a experiência de sua conceitualização mais elevada do Eu.
Os relacionamentos fracassam quando você os vê como a maior oportunidade da vida de criar e produzir a experiência de sua conceitualização mais elevada da outra pessoa.
Deixe cada pessoa no relacionamento se preocupar com o seu Eu _ com o que está sendo, fazendo, tendo, desejando, pedindo, dando, procurando, criando e experimentando, e todos os relacionamentos servirão muito bem ao seu objetivo - e aos seus participantes!
Deixe cada pessoa no relacionamento se preocupar não com a outra, mas apenas consigo mesma.
Esse parece ser um ensinamento estranho, porque foi-lhe dito que na forma mais sublime de relacionamento, uma pessoa se preocupa apenas com a outra. Mas Eu lhe digo que seu enfoque na outra pessoa, sua obsessão por ela, é o que faz o relacionamento fracassar.
O que a outra pessoa está sendo? O que está fazendo? O que está tendo? O que está dizendo? Querendo? Exigindo? O que está pensando? Esperando? Planejando?
O Mestre compreende que não importa o que a outra pessoa está sendo, fazendo, tendo,dizendo, querendo, exigindo, pensando, esperando e planejando. Só importa o que você está sendo em relação a isso.
A pessoa mais amorosa é aquela que é egocêntrica.


Esse é um ensinamento radical...
Não se você o observar cuidadosamente.
Se você não puder amar a si mesmo, não poderá amar alguém. Muitas pessoas cometem o erro de tentar amar a si mesmas através do amor por alguém. É claro que elas não percebem que estão fazendo isso. Esse não é um esforço consciente. É o que acontece na mente. Nos recônditos da mente. No que você chama de
subconsciente. Elas pensam: "Se eu puder apenas amar outras pessoas, elas me amarão. Então serei digno de amor, e poderei amar a mim mesmo.”.
Ocorre o oposto com muitas pessoas que se odeiam porque acham que ninguém as ama.
Isso é uma doença - é quando as pessoas estão realmente "doentes de amor", porque a verdade é que elas de fato são amadas. Mas isso não importa. Não importa quantos digam que as amam, isso não basta.
Em primeiro lugar, elas não acreditam em você. Acham que está tentando manipulá-las com algum objetivo. (Como você poderia amá-las pelo que realmente são? Não. Algo deve estar errado. Você deve estar querendo alguma coisa! O que quer?).
Elas tentam descobrir como alguém poderia de fato amá-las.
Então não acreditam em você, e tentam fazê-lo provar o seu amor.
Você tem de provar que as ama. Como prova de que as ama, elas podem pedir-lhe para começar a mudar o seu comportamento.
Em segundo, se elas finalmente chegarem a um ponto em que conseguem acreditar que você as ama, começarão imediatamente a se perguntar por quanto tempo poderão conservar o seu amor. Então, para conservá-lo, começam a mudar o seu comportamento.
Por isso, duas pessoas literalmente se perdem em um relacionamento. Elas o formam esperando se encontrar, e em vez disso se perdem.
Essa perda do Eu em um relacionamento é a principal causa da amargura em uniões desse tipo.
Duas pessoas se unem em uma parceria esperando que o todo seja mais do que a soma das partes, apenas para descobrir que é menos. Elas se sentem menos do que quando eram solteiras. Menos capazes, menos excitantes, menos atraentes, menos alegres e menos satisfeitas.
Isso é porque elas são menos. Deixaram de ser quase tudo que são para estar - e permanecer - no relacionamento.
O objetivo dos relacionamentos nunca foi esse. Contudo, é assim que eles são experimentados por mais pessoas do que você poderia imaginar.


Por quê? Por quê?
Porque as pessoas se esqueceram do objetivo dos relacionamentos (se é que algum dia souberam qual era).
Quando uma pessoa deixa de ver a outra como uma alma sagrada em uma jornada sagrada, não pode ver o objetivo, o motivo por trás de todos os relacionamentos.
A alma foi para o corpo, e este ganhou vida, com o objetivo de evolução. Você está evoluindo, tornando-se alguma coisa. E está usando o seu relacionamento com tudo para decidir o que está se tornando.
Foi para realizar esse trabalho que você veio ao mundo. Esta é a alegria de criar e conhecer o Eu, tornar-se conscientemente o que deseja ser. É o que significa ter consciência de si mesmo.
Você levou o seu Eu para o mundo relativo a fim de ter os meios para experimentar Quem Realmente É. Quem Você É é quem você se torna em relação a todo o restante do mundo.
Seus relacionamentos pessoais são os elementos mais importantes nesse processo.
Portanto, são sagrados. Não têm praticamente nada a ver com as outras pessoas, porém, como envolvem terceiros, eles têm tudo a ver com elas.
Essa é a dicotomia divina. Esse é o círculo fechado. Portanto, não é um ensinamento tão radical dizer: "Benditos sejam os egocêntricos, porque eles conhecerão a Deus." Poderia não ser um objetivo tão ruim em sua vida conhecer a parte mais elevada do seu Eu, e permanecer centrado nela.
Por isso, o seu primeiro relacionamento deve ser com o seu Eu. Antes de tudo, deve aprender a honrar e amar a si mesmo.
Você deve reconhecer a sua dignidade e santidade antes de reconhecer a dignidade e santidade das outras pessoas.
Se colocar o carro diante dos bois - como a maioria das religiões lhe pede que faça - e reconhecer a santidade de outra pessoa antes da sua, um dia se ressentirá disso. Se há uma coisa que nenhum de vocês pode tolerar é ser superado em santidade. Contudo, suas religiões os forçam a considerar outras pessoas mais santas do que vocês. E então fazem isso, durante algum tempo. Depois as crucificam.
Vocês crucificaram (de um modo ou outro) todos os Meus mestres, não apenas Um. E o fizeram não porque eles eram mais santos do que vocês, mas porque vocês imaginaram que eram.
Todos os meus mestres transmitiram a mesma mensagem. Não "Eu sou mais santo do que vocês", mas "Vocês são tão santos quanto eu".
Essa foi a mensagem que vocês não conseguiram ouvir; a verdade que não conseguiram aceitar. E é por isso que nunca conseguem amar verdadeira e puramente uns aos outros.
Nunca amaram verdadeiramente e puramente a si mesmos.
E então Eu lhe digo isto: centre-se agora e sempre em seu Eu. Veja o que está sendo, fazendo e tendo em todos os momentos, não o que está acontecendo com as outras pessoas.
Não é na ação das outras pessoas, mas em sua "re-ação", que você encontrará a sua salvação.


Eu sei, mas isso de algum modo nos deixa a impressão de que não deveríamos nos preocupar com o que as outras pessoas nos fazem nos relacionamentos. Elas podem ter qualquer atitude, e desde que mantenhamos o nosso equilíbrio, nos centremos em nós mesmos e consideremos o que é importante, nada poderá nos afetar. Mas as outras pessoas realmente nos afetam. Às vezes os seus atos realmente nos magoam. É quando surge a mágoa nos relacionamentos que eu não sei o que fazer. É muito fácil dizer "deixe isso para lá, faça com que este fato não signifique coisa alguma para você". Mas eu realmente fico magoado com as palavras e os atos das outras pessoas nos relacionamentos.
Chegará o dia em que não ficará. Esse será o dia em que compreenderá - e tornará real- o verdadeiro significado dos relacionamentos; a verdadeira razão de sua existência.
É porque você se esqueceu do que os relacionamentos significam que reage assim. Mas não faz mal. Isso é parte do processo de crescimento, da evolução. É o trabalho da alma que você é capaz de fazer em um relacionamento, contudo isso envolve uma profunda compreensão, uma grande lembrança. Até você se lembrar disso e então lembre-se também de como usar o relacionamento como um meio de criação do Eu - deve trabalhar no nível em que se encontra. O nível da compreensão, boa vontade e lembrança.
E portanto há iniciativas que você pode ter quando reage com sofrimento e mágoa ao que a outra pessoa está sendo, dizendo ou fazendo. A primeira é admitir honestamente para si mesmo e para ela como está se sentindo. Muitos de vocês têm medo de fazer isso, porque acham que os fará "parecer ruins". Em algum lugar em seu íntimo, você percebe que provavelmente é ridículo "sentir-se assim".
Provavelmente é uma fraqueza sua. Você está "acima dessas coisas". Mas não pode evitar.
Ainda se sente assim.
Há apenas uma coisa que você pode fazer: respeitar os seus sentimentos. Porque respeitá-los significa respeitar o seu Eu. E você deve amar ao próximo como ama a si mesmo. Como pode esperar compreender e respeitar os sentimentos do próximo se não respeita os seus?
A primeira pergunta em qualquer processo interativo com outra pessoa é: Quem Eu Sou agora, e Quem Desejo Ser, em relação a isso?
Freqüentemente você só se lembra de Quem É e de Quem Deseja Ser quando experimenta alguns modos de ser. É por este motivo que é tão importante respeitar os seus sentimentos mais verdadeiros.
Se o seu primeiro sentimento é negativo, simplesmente tê-lo é com freqüência  é tudo o que é preciso para evitá-lo. É quando você tem aversão, raiva, revolta e vontade de querer "dar o troco" que pode repudiar esses primeiros sentimentos por "não corresponderem a Quem Deseja Ser".
O Mestre é aquele que já passou por tantas experiências desse tipo que sabe antecipadamente quais serão as suas escolhas finais.
Não precisa "experimentar" coisa alguma. Já viu esse filme e não gostou. E como a vida de um Mestre é dedicada à constante realização do Eu como o conhece, nunca teria esses sentimentos.
É por esse motivo que os Mestres mantêm a calma diante do que os outros poderiam chamar de calamidade. O Mestre bendiz a calamidade, porque sabe que das sementes do desastre (e de todas as experiências) vem o crescimento do Eu. E o segundo objetivo da vida do Mestre é sempre o crescimento. Porque quando uma pessoa se realiza plenamente, não lhe resta outra alternativa além de ser mais ainda ela mesma.
É nesse estágio que a pessoa passa do trabalho da alma para o trabalho de Deus, porque é isso que Eu sou capaz de fazer!
Eu presumirei pelos objetivos desta discussão que você ainda está realizando o trabalho da alma, tentando tornar “real” Quem Realmente É. A vida lhe dará (Eu lhe darei) muitas oportunidades de criar-se (lembre-se de que a vida não é um processo de descoberta, mas de criação).
Você pode criar repetidamente Quem É. De fato, o faz todos os dias. Contudo, do modo como a situação está agora, nem sempre tem a mesma reação. Se passar pela mesma experiência externa, um dia você pode escolher ser paciente, amoroso e gentil, e no outro ficar mal-humorado e triste.
O Mestre é aquele que sempre tem a mesma reação - e essa reação é sempre a melhor escolha.
Nisso o Mestre é totalmente previsível. O discípulo, ao contrário, é totalmente imprevisível. Pode-se dizer como alguém está se saindo no caminho para a mestria observando o quão previsivelmente faz a melhor escolha reagindo a qualquer situação.
É claro que isso leva à pergunta: Qual é a melhor escolha?
Eis uma pergunta que foi feita por filósofos e teólogos desde o início dos tempos. Se você deseja realmente saber a resposta, já está a caminho da mestria. Porque ainda é verdade que a maioria das pessoas continua a se fazer outra pergunta. Não “qual é a melhor escolha?", mas "qual é a mais vantajosa?" ou "como posso perder menos?”.
Quando se vive tendo um ponto de vista de controle de dano ou vantagem máxima, o verdadeiro benefício da vida é perdido. A oportunidade e a chance são perdidas. Porque uma vida assim é uma vida com medo - e essa vida conta uma mentira a respeito.
Porque você não é medo, é amor. Amor que não precisa de proteção, que não pode ser perdido. Contudo, nunca saberá disso experimentalmente se responder sempre à segunda pergunta e não à primeira. Porque somente uma pessoa que pensa que há algo a ganhar ou perder faz a segunda pergunta. E somente uma pessoa que vê a vida de um modo diferente, o Eu como um ser mais elevado que entende que o teste não é ganhar ou perder, mas penas amar ou apaixonar-se - faz a primeira.
Quem faz a segunda pergunta diz: "Eu sou o meu corpo." Quem faz a primeira diz: "Eu sou a minha alma."
Sim, deixe que todos que têm ouvidos ouçam. Porque Eu lhe digo que em todos os relacionamentos humanos, no momento crítico há apenas uma pergunta:
O que o amor faria agora?
Nenhuma outra pergunta é significativa ou tem importância para a sua alma.
Agora chegamos a um ponto bastante delicado de interpretação, porque esse princípio de ação patrocinada pelo amor tem sido muito mal compreendido - e é isso que tem levado aos ressentimentos e rancores da vida - que, por sua vez, fizeram tantos se desviarem do caminho.
Durante séculos vocês aprenderam que a ação patrocinada pelo amor surge da escolha de ser, fazer e ter o que é melhor para a outra pessoa.
Contudo, Eu lhe digo que a melhor escolha é aquela que é melhor para você.
Como ocorre com todas as verdades espirituais profundas, essa afirmação está sujeita a ser mal interpretada. O mistério é em parte esclarecido no momento em que você decide qual é o maior "bem" que pode fazer a si mesmo. E quando a melhor escolha é feita, o
mistério desaparece, o círculo se completa e o maior bem para si mesmo torna-se o maior bem para a outra pessoa.
Pode ser preciso muito tempo para entender essa verdade - e ainda mais para colocá-la em prática - porque ela está ligada a outra ainda maior: o que você faz por si mesmo, faz pela outra pessoa. O que faz por ela, faz por si mesmo.
Isso ocorre porque vocês são um só.
E porque...
Não há nada além de Você.
Todos os Mestres que pisaram em seu planeta ensinaram isso.
("Em verdade Eu vos declaro: todas as vezes que fizestes isto a um destes Meus irmãos mais pequeninos, foi a Mim mesmo que o fizestes.") Contudo, para a maioria das pessoas isso continuou a ser apenas uma grande verdade esotérica, com pouca aplicação na prática.
De fato, é a verdade "esotérica" mais aplicável na prática de todos os tempos.
Nos relacionamentos, é importante lembrar dessa verdade, porque sem ela os relacionamentos serão muito difíceis.
Vamos voltar às aplicações práticas desse conhecimento e nos afastar por enquanto de seu aspecto puramente espiritual e esotérico.
Então freqüentemente, de acordo com as antigas interpretações, as pessoas - bem intencionadas, muitas das quais bastante religiosas - fizeram o que pensaram que seria melhor para as outras pessoas em seus relacionamentos. Infelizmente, tudo que isso produziu em muitos casos (na maioria deles) foram abusos e problemas constantes no relacionamento.
Em última análise, a pessoa que tenta "fazer o que é certo" para a outra - estar pronta para perdoar, mostrar compaixão e deixar sempre para trás certos problemas e comportamentos passados torna-se rancorosa e desconfiada, até mesmo de Deus. Como um Deus justo exige esse sofrimento, essa tristeza e esse sacrifício intermináveis mesmo em
nome do amor?
A resposta é: Deus não faz isso. Ele só pede que você inclua a si mesmo entre aqueles que ama.
Deus vai mais longe. Sugere, recomenda, que se coloque em primeiro lugar.
Eu o recomendo sabendo muito bem que alguns de vocês considerarão isso uma blasfêmia, e portanto não a Minha palavra, e que outros farão o que seria ainda pior: aceitarão isso como a Minha palavra e a interpretarão errado ou distorcerão para servir aos seus próprios objetivos - para justificar atos terríveis.
Eu lhe digo que colocar-se em primeiro lugar no sentido mais elevado nunca leva a um ato terrível.
Portanto, se você se viu praticando um ato terrível como um resultado de ter feito o que em melhor para si próprio, a confusão não foi causada por ter se colocado em primeiro lugar, mas por ter compreendido mal o que era melhor para você.
É claro que determinar o que é melhor para você também exigirá que você determine o que está tentando fazer. Esse é um passo importante que muitas pessoas ignoram. O que pretende fazer? Qual é o seu objetivo na vida? Sem respostas para essas perguntas, a questão do que é "melhor" em uma determinada circunstância continuará a ser um mistério.
Como uma questão prática - deixando novamente de lado o aspecto esotérico -, se pensar no que é melhor para você nas situações em que está sofrendo abusos, no mínimo o que fará é pôr fim ao abuso. E isso será bom para você e para aquele que comete os abusos.
Porque até mesmo quem abusa é prejudicado quando lhe é permitido continuar a abusar de você.
Isso não é bom para o abusador, mas sim prejudicial. Porque se ele achar que o seu abuso é aceitável, o que terá aprendido? Mas se ele ver que o seu abuso não será mais aceito, o que lhe terá sido permitido descobrir?
Por isso, tratar as outras pessoas com amor não significa necessariamente deixá-las fazer o que querem.
Os pais aprendem isso desde cedo com os filhos. Os adultos não aprendem tão rápido com outros adultos, como tampouco o aprendem as nações com outras nações.
Contudo, os déspotas não devem fazer o que bem entendem, é preciso pôr fim ao seu despotismo. O amor pelo Eu, e pelo déspota, exige isso.
Essa é a resposta para a sua pergunta: "Se o amor é tudo que existe, como o homem pode justificar a guerra?"
Às vezes o homem tem de ir para a guerra para fazer a afirmação mais solene de quem realmente é: um homem que detesta a guerra.
Há ocasiões em que você pode ter de renunciar a Quem É para ser Quem É.
Há Mestres que ensinaram: você só pode ter tudo quando deseja renunciar a tudo.
Portanto, para "ter" a si mesmo como um homem de paz, você pode ter de renunciar à idéia de si mesmo como um homem que nunca vai à guerra. A história tem exigido dos homens esse tipo de decisão.
O mesmo é verdadeiro na maioria dos relacionamentos pessoais. A vida pode exigir mais de uma vez que você prove Quem É demonstrando um aspecto de Quem Não É.
Não é muito difícil entender isso se você já viveu o bastante, embora para os jovens idealistas possa parecer a maior das contradições. Em uma retrospecção mais madura, parece uma dicotomia divina.
Nos relacionamentos, isso não significa que se você está sendo magoado, tem de "dar o troco". (O mesmo pode ser dito nos relacionamentos entre nações.) Simplesmente significa que permitir que a outra pessoa esteja sempre maltratando-o pode não ser a melhor opção a fazer - por si mesmo ou por ela.
Isso deveria desmentir algumas teorias pacifistas que afirmam que o amor mais sublime não requer uma reação enérgica ao mal.
A discussão aqui torna-se novamente esotérica, porque nenhum estudo sério dessa afirmação pode ignorar a palavra "mal", e os julgamentos de valor em que implica. Na verdade, o mal não existe, o que existe são apenas fenômenos, objetivos e experiências.
Contudo, o seu próprio objetivo na vida exige que você escolha de um conjunto infinito de fenômenos alguns que considera maus - porque se não o fizer, não poderá considerar a si mesmo ou a nada bom - e portanto não poderá conhecer, ou criar, o seu Eu.
Você se define através do que considera mau, e bom.
Portanto, o maior mal seria não considerar nada mau.
Nessa vida, você existe no mundo relativo, onde uma coisa só pode existir na medida em que se relaciona com outra. É ao mesmo tempo a função e o objetivo do relacionamento fornecer um campo de experiência dentro do qual você se encontra, se define e - se escolher - constantemente recria Quem É.
Escolher ser como Deus não significa escolher ser um mártir. E certamente não significa escolher ser uma vítima.
Em seu caminho para a mestria - quando todas as possibilidades de ofensas, danos e perdas são eliminadas - seria bom reconhecer as ofensas, os danos e as perdas como parte da sua experiência, e decidir Quem Você É em relação a tudo isso.
Contudo, em algumas ocasiões as coisas que as pessoas pensam, dizem ou fazem irão magoá-lo - até não o magoarem mais. O que o levará mais rapidamente de um ponto ao outro é a total sinceridade - o desejo de reconhecer e afirmar exatamente como se sente em relação a algo. Diga a sua verdade, gentil, mas totalmente. Viva-a gentil, mas totalmente.
Mude a sua verdade de maneira fácil e rápida quando a sua experiência lhe proporcionar uma nova lucidez.
Ninguém em seu juízo perfeito, muito menos Deus, lhe diria, quando você está magoado em um relacionamento, "deixe isso para lá, faça com que não tenha significado algum para você". Se está magoado, é muito tarde para fazer com que não signifique coisa alguma. Sua tarefa agora é decidir o que realmente significa _ e demonstrá-lo. Porque fazendo isso, você escolhe e se torna Quem Tenta Ser.


Então o ser humano não tem de ser a esposa sofredora, o marido desprezado ou vítima de seus relacionamentos, para torná-los sagrados, ou agradar a Deus.?
Céus! É claro que não!

E não tem de Suportar ataques à sua dignidade e ao seu orgulho, danos à sua psique e mágoas em seu coração para dizer que "deu o melhor de si" nos relacionamentos, "fez o seu dever" ou "cumpriu as suas obrigações" aos olhos de Deus e do mundo.
Nem por um minuto.

Então eu imploro ao Senhor que me diga - que promessas e pactos eu deveria fazer em um relacionamento? Quais são as obrigações em que os relacionamentos implicam? Que diretrizes eu deveria seguir?
A resposta é a que você não pode ouvir - porque o deixa sem diretrizes e torna nulos todos os pactos no momento em que os faz. A resposta é: você não tem qualquer obrigação - nos relacionamentos e na vida.

Não?
Não. Não tem restrições, limites, diretrizes ou regras. Tampouco está preso a circunstâncias ou situações, ou tem de seguir qualquer lei. Não pode ser punido por ofensas, como também não pode cometê-las - porque nada é "ofensivo" aos olhos de Deus.

Eu já ouvi isso antes - esse tipo de religião que afirma que "não existem regras". Trata-se de anarquia espiritual. Não vejo como pode dar certo.
Não há como não dar certo se você se entregar à tarefa de criar o seu Eu. Se, por outro lado, realizar a tarefa de tentar ser o que outra pessoa quer que seja, a ausência de regras ou diretrizes poderia de fato tornar a situação difícil.
Contudo, a mente pensante deseja desesperadamente perguntar: Se Deus deseja que eu seja de um determinado modo, por que simplesmente não me criou como queria que eu fosse? Por que toda essa luta para "deixar de ser" quem eu sou para ser como Deus quer que eu seja? É o que a mente deseja saber - e com razão, porque é uma boa pergunta.
Os fanáticos religiosos gostariam que você acreditasse que Eu o criei inferior a Quem Sou para ter a chance de tornar-se como Eu Sou, contra todas as probabilidades - e, Eu poderia acrescentar, contra todas as tendências naturais com as quais julga-se que Eu o criei.
Entre essas chamadas tendências naturais está a tendência a pecar. Foi-lhe ensinado que nasceu e morrerá com pecado, que pecar é a sua natureza.
Uma de suas religiões até mesmo lhe ensina que você não pode fazer nada em relação a isso. Suas próprias ações são irrelevantes e sem sentido. É arrogância achar que através de uma ação sua pode "ir para o Céu". Há apenas um modo de ir para o Céu (salvar-se): pela graça concedida por seu Deus através da aceitação de Seu Filho como mensageiro.
Só então você será "salvo". Até lá, nada que faça _ nem a vida que leva, suas escolhas ou o que realiza por sua própria vontade em um esforço para melhorar ou mostrar o seu valor tem qualquer efeito ou influência. Você é incapaz de mostrar o seu valor, porque é inerentemente sem valor. Foi criado assim.
Por quê? Só Deus sabe. Talvez Ele tenha cometido um erro. Talvez tenha vontade de voltar atrás. Mas é assim que é. O que fazer?


O Senhor está zombando de mim.
Não. Vocês é que estão zombando de Mim. Dizem que Eu, Deus, fiz seres inerentemente imperfeitos, depois exigi que fossem perfeitos, para não serem condenados.
Estão dizendo que, milhares de anos depois da criação do mundo, Eu me tornei menos severo e disse que dali em diante vocês não teriam necessariamente de ser bons, teriam apenas de se sentir mal quando não o estivessem sendo, e aceitar como seu Salvador o Único Ser que podia ser sempre perfeito, satisfazendo assim à Minha ânsia por perfeição.
Vocês dizem que Meu Filho - o Único Perfeito  os salvou de sua própria imperfeição com que Eu os criei.
Em outras palavras o Filho de Deus os salvou do que o Seu Pai fez.
É isso que vocês, muitos de vocês, dizem que eu fiz. E agora, quem está zombando de quem?


Essa é a segunda vez neste livro que o Senhor parece ter se lançado a um ataque direto ao cristianismo fundamentalista. Eu estou surpreso.
Você escolheu a palavra "ataque". Estou apenas me referindo a esse tema. E a propósito, o tema não é o "cristianismo fundamentalista”, como você o chama. É toda a natureza divina, e o relacionamento de Deus com o homem.
A dúvida surge aqui porque estávamos discutindo a questão das obrigações - nos relacionamentos e na vida em si.
Você não consegue acreditar em um relacionamento sem obrigações, porque não consegue aceitar quem e o que realmente é. Chama uma vida de completa liberdade de "anarquia espiritual". Eu a chamo de uma bela promessa divina.
É apenas dentro do contexto dessa promessa que o grande plano .de Deus pode ser concluído.
Você não tem obrigações no relacionamento. Tem apenas oportunidades.
As oportunidades, não as obrigações, são a base da religião, de toda a espiritualidade.
Enquanto você pensar o contrário, não entenderá isso.
O relacionamento - o seu relacionamento com todas as coisas - foi criado como seu instrumento perfeito no trabalho da alma. É por este motivo que todos os relacionamentos humanos e pessoais são sagrados.
Nesse ponto, muitas igrejas têm razão. O casamento é um sacramento. Mas não devido às suas obrigações sagradas, mas à oportunidade sem igual que proporciona.
Nunca faça algo em um relacionamento porque acha que é a sua obrigação. Faça-o compreendendo que é uma ótima oportunidade que está tendo de decidir, e ser, Quem Você Realmente É.


Eu entendo isso; contudo, em meus relacionamentos, tenho sempre desistido quando a situação se torna difícil. O resultado é que tive vários deles, embora pensasse, quando era garoto, que teria apenas um. Não pareço saber o que é manter um relacionamento. O Senhor acha que algum dia aprenderei? O que tenho de fazer para aprender?
Você faz parecer que manter um relacionamento significa que foi bem-sucedido. Não confunda longevidade com um trabalho bem-feito. Lembre-se de que o seu trabalho no planeta não é verificar quanto tempo pode permanecer em um relacionamento, mas decidir e experimentar Quem Realmente É. Isso não é uma defesa dos relacionamentos de curta duração, e tampouco há uma exigência de que os relacionamentos sejam de longa duração.
Embora não haja essa exigência, os de longa duração realmente proporcionam ótimas oportunidades de crescimento mútuo, de expressão e satisfação mútuas - o que é gratificante.


Eu sei, eu sei! Quero dizer, sempre suspeitei disso. Então o que faço para que meus relacionamentos sejam de longa duração?
Em primeiro lugar, entre em um relacionamento pelos motivos certos. (Estou usando a palavra "certo" aqui como um termo relativo. Quero dizer "certo" em relação ao seu objetivo maior na vida.)
Como Eu mencionei antes, a maioria das pessoas entra nos relacionamentos pelos motivos "errados" - para pôr fim à solidão, preencher um vazio, ser amadas ou ter alguém para amar - e esses são alguns dos melhores motivos. Outras o fazem para massagear o ego, acabar com a depressão, melhorar a vida sexual, recuperar-se de um relacionamento anterior ou, acredite ou não, para livrar-se do tédio.
Nenhum desses motivos trará bons resultados, e a menos que algo mude totalmente ao longo do caminho, o relacionamento também não dará certo.


Eu não entrei em meus relacionamentos por nenhum desses motivos.
Eu não afirmaria isso. Não creio que você saiba porque entrou em seus relacionamentos.
Não creio que tenha pensado sobre este assunto dessa forma. Acho que você não entrou em seus relacionamentos com um propósito, mas porque "apaixonou-se".


É isso mesmo.
E Eu não creio que você tenha parado para pensar em por que "apaixonou-se". A que estava reagindo? Que necessidades estavam sendo satisfeitas?
Para a maioria das pessoas, o amor é uma reação a necessidades satisfeitas.
Todos têm necessidades. Você precisa disto, e a outra pessoa daquilo. Ambos vêem um no outro uma chance de satisfazerem às suas. necessidades. Por esse motivo, fazem um acordo tácito. Eu lhe darei o que tenho se você me der o que tem.
Isso é um negócio. Mas vocês não dizem: "Eu lhe pedirei muito." Dizem, "eu o(a) amo muito", e então começa o desapontamento.


O Senhor já disse isso.
Sim, e você já fez isso - mais de uma vez.

Às vezes este livro parece estar caminhando em círculos, sempre se repetindo. 
Como a vida. 

Touché.
O processo aqui é que você faz as perguntas e Eu apenas as respondo. Quando faz a mesma pergunta de três modos diferentes, sou obrigado a continuar a respondê-la.

Talvez eu espere que o Senhor dê uma resposta diferente. Quando eu lhe pergunto sobre os relacionamentos, há muito romance envolvido. O que há de errado em apaixonar-se perdidamente sem ter de pensar sobre isso?
Nada. Apaixone-se assim por quantas pessoas quiser. Mas se quiser formar com elas um relacionamento para a vida toda, pode querer acrescentar um pouco de reflexão.
Por outro lado, se gostar de ter muitos relacionamentos - ou pior ainda, se permanecer em um deles porque acha que "tem de fazê-lo", e depois viver em mudo desespero - se gostar de repetir os padrões do seu passado, continue a fazer o que tem feito.


Está certo, está certo. Eu entendi. Puxa vida, o Senhor é implacável, não é?
Esse é o problema com a verdade. É implacável. Não o deixa em paz. Fica cercando-o de todos os lados, mostrando-lhe o que realmente é. Isso pode ser perturbador.

De fato. Por esse motivo, eu quero descobrir os meios de ter um relacionamento de longo prazo - e o Senhor diz que entrar nos relacionamentos com um propósito é um deles.
Sim. Certifique-se de que você e sua companheira concordam a respeito do propósito.
Se ambos concordarem em um nível consciente em que o propósito de seu relacionamento é criar uma oportunidade, não uma obrigação - uma oportunidade de crescimento; de expressão plena de suas personalidades; de realizar todo o potencial de suas vidas; de deixar de lado todos os pensamentos falsos, ou todas as idéias pequenas, que já tiveram sobre si mesmos e de reconciliação definitiva com Deus através da comunhão de suas duas almas - se fizerem este voto em vez dos votos que têm feito até agora - o relacionamento começará muito bem, com o pé direito. E é um ótimo começo.


Ainda assim, não é garantia de sucesso.
Se você deseja garantias na vida, então não deseja a vida. Deseja repetir um roteiro que já foi escrito.
Por natureza, a vida não pode ter garantias, porque isso iria contra todo o seu objetivo.


Está certo. Eu entendi. Então agora o meu relacionamento está nesse "ótimo começo".
Como faço para mantê-lo assim?

Saiba e compreenda que haverá desafios e momentos difíceis.
Não tente evitá-los. Aceite-os com gratidão. Considere-os grandes dádivas de Deus; oportunidades gloriosas de realizar o seu propósito no relacionamento - e na vida.
Nessas ocasiões, tente não ver a sua parceira como o inimigo ou oponente.
De fato, tente não ver ninguém - ou nada - como o inimigo, ou até mesmo o problema.
Aperfeiçoe a técnica de ver todos os problemas como oportunidades. Oportunidades de...


...Eu sei, eu sei: "Ser, e decidir, Quem Realmente É!"
É isso mesmo! Você está entendendo!

Essa me parece ser uma vida muito sem graça.
Então sua visão está muito limitada. Amplie os seus horizontes.
Veja mais longe. Veja em você e em sua parceira mais do que pensa que há para ser visto.
Você nunca prejudicará o seu relacionamento - ou alguém vendo nas outras pessoas mais do que elas lhe mostram, porque há sempre mais, muito mais. É apenas o medo que as impede de mostrar-lhe. Se as outras pessoas perceberem que você vê mais nelas, se sentirão seguras para mostrar-lhe o que obviamente já vê.


As pessoas tendem a corresponder às suas expectativas.
Algo assim. Eu não gosto da palavra "expectativas" aqui. As expectativas destroem os relacionamentos. Digamos que as pessoas tendem a ver em si mesmas o que nós vemos nelas. Quanto maior a nossa visão, maior o seu desejo de descobrir e revelar a parte de si mesmas que nós lhes mostramos.
Não é assim que todos os relacionamentos verdadeiramente abençoados funcionam? Isso não é parte do processo de purificação - pelo qual damos às pessoas permissão para "livrar-se" de todos os pensamentos falsos que já tiveram sobre si mesmas?
Não é isso que Eu estou fazendo aqui, neste livro, para você?


Sim.
E esse é o trabalho de Deus. O trabalho da alma é despertá-lo. O trabalho de Deus é despertar todas as outras pessoas.
Nós fazemos isso vendo-as como Quem São -lembrando-as de Quem São.
Isso pode ser feito de dois modos: lembrando-as de Quem São (o que é muito difícil,porque elas não acreditarão em você), e de Quem Você É (o que é muito mais fácil, porque você não precisa da crença delas, apenas da sua). Demonstrá-lo constantemente em última análise lembrará as outras pessoas de Quem São, porque elas se verão em você.
Muitos Mestres foram enviados à Terra para demonstrar a Verdade Eterna. Outros, como João Batista, foram enviados como mensageiros, dizendo a Verdade com veemência e falando sobre Deus com inequívoca clareza.
Esses mensageiros especiais foram dotados de extraordinário insight, e do poder muito especial de ver e aceitar a Verdade Eterna, além da capacidade de comunicar conceitos complexos de modos que podem ser e serão compreendidos pelas massas.
Você é um desses mensageiros.


Eu?
Sim. Acredita em Mim?

Isso é algo muito difícil de aceitar. Quero dizer, todos nós queremos ser especiais...
...todos vocês são especiais...

...e o ego entra aí - pejo menos no meu caso - e tenta fazer com que de algum modo nos sintamos "escolhidos" para uma importante missão. Eu tenho de lutar contra o meu ego o tempo todo, tentar purificar repetidamente todos os meus pensamentos, todas as palavras e todos os atos para deixar o enaltecimento pessoal fora disso. Então é muito difícil ouvir o que o Senhor está dizendo, porque tenho consciência de que massageia o meu ego, e passei toda a minha vida lutando contra o meu ego.
Sei que sim.
E às vezes sem muito sucesso.


Detesto ter de concordar.
Contudo, tratando-se de Deus, você sempre deixou o ego de lado. Muitas noites implorou a Mim por lucidez e insight, não para valorizar-se ou ser respeitado, mas por uma ânsia pura e simples de saber.

Sim.
E você Me prometeu, repetidamente, que se viesse a saber passaria o restante de sua vida - todos os momentos em que estivesse desperto - partilhando a Verdade Eterna com o próximo... não por uma necessidade de ser glorificado, mas por um desejo profundo de pôr fim ao sofrimento alheio; de alegrar, ajudar e purificar; de proporcionar novamente ao próximo o sentimento de união com Deus que você sempre teve.

Sim. Sim.
E por isso Eu o escolhi para ser Meu mensageiro. Fiz o mesmo com muitos outros. Por enquanto, e em um futuro próximo, o mundo precisará que soem muitas trombetas.
Precisará de muitas vozes pronunciando as palavras de verdade e purificação que milhões de pessoas desejam ouvir; de muitos corações realizando juntos o trabalho da alma, e preparados para realizar o trabalho de Deus.
Você pode afirmar sinceramente que não tem consciência disso?


Não.
Pode negar sinceramente que foi para isso que veio?

Não.
Então está pronto, com este livro, para chegar a uma conclusão sobre a sua Verdade Eterna, anunciá-la e proclamar a Minha glória?

Tenho de colocar tudo isso no livro?
Você não tem de fazer coisa alguma. Lembre-se de que em nosso relacionamento não há obrigações. Há apenas oportunidades. Essa não é a oportunidade pela qual esperou a vida inteira? Não se dedicou - e se preparou - para essa missão desde os primeiros momentos da juventude?

Sim.
Então não faça o que é obrigado a fazer, mas o que tem uma oportunidade de fazer.
Quanto a colocar tudo isso em seu livro, por que não colocaria? Acha que Eu desejo que você seja um mensageiro secreto?


Acho que não.
É preciso muita coragem para declarar-se um homem de Deus.
Você sabe que o mundo o aceitará muito mais rapidamente como tudo - menos um homem de Deus? Um autêntico mensageiro? Todos os Meus mensageiros foram desonrados. Em vez de terem glória, tudo que conseguiram ter foi uma tristeza profunda.
Você concorda com isso? Seu coração anseia por dizer a verdade em relação a Mim?
Aceita ser ridicularizado? Está preparado para renunciar à glória na Terra a favor da glória maior da alma plenamente realizada?


O Senhor está fazendo tudo parecer subitamente muito difícil.
Acha que Eu deveria enganá-lo?

Bem, poderíamos apenas tornar a situação um pouco mais alegre aqui.
Hei, Eu sou totalmente a favor da alegria! Por que não terminamos este capítulo com uma anedota?

Boa idéia! O Senhor tem alguma para contar?
Não, mas você sim. Conte-me aquela sobre a garotinha que estava fazendo um desenho...

Ah, sim! Bem, um dia a mãe entrou na cozinha e encontrou a garotinha sentada à mesa, sobre a qual havia lápis de cor por todos os lados, muito concentrada em um desenho à mão livre que estava fazendo.
- O que está desenhando? - perguntou a mãe.
- Deus - respondeu a garotinha, com os olhos brilhando.
- Ah, está tão lindo! - disse a mãe, tentando ser útil. - Mas ninguém sabe realmente como é Deus.
- Bem - disse entusiasmadamente a garotinha - se você ao menos me deixar terminar...

Essa é uma bela anedota. Você sabe o que é mais belo? A garotinha nunca duvidou que sabia exatamente como Me desenhar!

Sim.
Agora eu vou lhe contar outra, e com isso terminaremos este capítulo.

Está bem.
Certa vez, existiu um homem que subitamente se viu passando várias horas por semana escrevendo um livro. Todos os dias ele corria para o bloco e a caneta - às vezes no meio da noite - para registrar cada nova inspiração. Finalmente, alguém lhe perguntou o que estava fazendo.
- Ah - respondeu ele -, estou colocando no papel uma longa conversa que estou tendo com Deus.
- Isso é ótimo! - disse o amigo. - Mas ninguém sabe realmente o que Deus diria.
- Bem - disse o homem sorrindo - se você ao menos me deixar terminar...