ÊTA, AGONIA! racunho

I ÊTA, AGONIA!

I PARTE

I CAPÍTULO

OS PORMENORES DE UMA AGONIA HUMANA

Numa dessas manhãs de março um jovem chegou exausto da noite. Apesar de estar visivelmente pernoitado, ainda demonstrava periodicamente certa agitação no espírito. Não disfarsou seu comportamento vadio, direcionava-o. Achou melhor ter certeza quando parou no passeio do velho prédio. Logo, comportou-se suspeito para um soldado rondante - obrigação do servidor; e, como moribundo para um estrangeiro que passava - contemplou-lhe desconfiado. Ele estava apático e, sem embargo, o rapaz pensou comedido e quando encostava a cabeça na parede do prédio repetiu peremptoriamente “foi o gengibre!" Uma bebida típica dos miseráveis de qualquer localidade pobre da Bahia... Logo, chamou mais atenção sua existência dos conhecidos. Apesar de tanta agonalgumaia que o jovem passava não se esquecia de olhar se esticando para as janelas do edifício com certa veemência e perscrutar posesívl silhueta de Marina. Disfarçou de imediato - não das câmaras eletrônicas da SSP - quando notou que viajava demais naquela situação tão natural por todos. A vida não parava e pessoas iam apressados se ocuparem verdadeiramente. Alguns ambulantes desdenhavam sem dar a mínima para preocupação dele. Mesmo assim, sabendo disso, o rapaz continuava intensificando seu pensamento noutras coisas intelingíveis. Por estar bêbado cumprimentava quem passava apressado muito perto. Logo, avermelhava-se o rosto envergonhado sem as devidas recíprocas! Contudo, sob o mesmo enfoque, insistia parado na calçada, pois, somente queria estender um pouco mais uma tal fantasia* que logo poderia realizar-se talvez com sua prostituta predileta, se pagasse!, Declarou em meia voz... E sem vergonha revestido de poesia sentiu uma vida perfeita... E foi dando prosseguimento versando mentalmente um desejo real. Logo, acrescentou um gesto teatral espetacular, falaram: maluco mesmo! Poderia está surtado talvez, relativizou um... Mas, a luz do quarto da moça não apagava como um sinal de trabalho duro ainda com outro homem, mesmo assim o jovem resignava solitário. Ele virava centro das atenções das câmaras eletrônicas também, que naturalmente era programada. E o jovem dissimulou entre monólogos amargos essencialmente humano. Agora avermelhou-se às câmaras em sua direção querendo traduzi-lo em códigos. Sem êxito. E o solitário exclamava seus desejos em gestos aleatórios; tergiversava sua existência no mundo. Criava mentiras. Escondia verdades. Ele estava encantado por essa devassa de profissão liberal como Rousseau um dia fora. Marina! Marina! E, então sorriu nervoso de uma vida medíocre que levava. Não se sentia homem. Moral jamais culto dionisíaco de poeta, pensava ... E, alucinado ouviu do espírito que o acompanhava "de que adianta ser puro sangue e puxar carroça?", Desgraçados sóbrios, estão mortos! Explodiu alto!... Imediatamente, lembrou de preto velho que sempre ria daquele seu comportamento devasso e nobre, perturbava-o ainda, pensava saudoso, apesar de morto. Mas, no fundo o rapaz preferiria que fosse o Poeta Virgílio – Anjo da guarda de Dante - concomitantemente ao lado dele este em vez daquele para agradar a Ética Cristã. E as câmaras eletrônicas esquentaram, fumaçou, pois, não traduziam tais fenômenos por ser humano... Logo, veio-lhe uma tremedeira de uma alegria frívola, única que rápido passou...

O observatório continuava não decifrando por ser algo poético. O jovem afirmou ser um reles soneto. E as tais lentes poderosas desavermelharam e desligaram automaticamente. Então registrou na SSP. Loucura. Problema social. Fato inominado.

Ele transcendia, cantava à meia altura versos enlouquecidos... E foi assim que o rapaz escondeu alguns minutos das dores de um homem. Continuava sussurrando baixinho o nome Marina! Marina!... E não esqueçera do óbvio. Olhar para as janelas do segundo andar... Lembrou do trabalho duro desta mulher, desfrutava do amor distante e chorou de verdade terminando o canto poético. Logo, tirou dos bolsos e rasgou outro soneto que não tinha recitado. Seus olhos declinaram ao chão de cabeça de negro não mais pensou melancolia. E retomado por um espírito vivaz somente sentia um redemoinho levar os picadinhos de papéis que voavam de sua mão para um dos becos... Pessoas não deixavam de desdenhar do conterrâneo e o tal estrangeiro então deu continuidade nada dizendo. Esse jovem esquisito que de perfil bonito tratava-se Alfredo de Albuquerque, mais um. E lembrando-se disso Alfredo não demorou declinar-se novamente lamentando para a tal janela... E, obcecado ficava observando à luz vermelha do quarto dela; acendia na sua mente que doía uma paixão, martelava de desejo carnal e sacro. Perturbava-lhe um sofrimento desgostoso igual à intensa jornada do ofício daquela mulher tão desejada pelo empresários daquela cidade!... E, Alfredo pensando nisso padecia levemente administrando à sua paciência sombria igual aos poetas desesperados que se tornara. Passados estes dez minutinhos ali parado, retornando a sobriedade caiu na verdadeira tristeza. Lembrou que sua mulher assim ajudava no sustento da casa! Não era somente um quarto das suas imaginações! Dessa vez ele não recorreu às suas aptidões banais de fuga, agora todas sem valor algum no mundo atual! A moral dos homens sóbrios desconserta a imaginação! Foi quando parcialmente recomposto o moribundo retornou a vida real. Hesitou-se mais de uma vez desistindo subir o velho prédio, de estrutura colonial e aspecto triste, para descansar num dos quartos que alugara recentemente. Ele não demorou suspirar rendendo-se ao rumor de uma morna manhã. Tudo incomodava menos que essa mentira absurda. Devaneios da verdade que renascia duramente... Era sua mulher que estava ganhando o pão! Era normal quando estava sóbrio. Então, despertou-lhe com o badalar do relógio da catedral basílica, no terreiro de Jesus. Esticou os braços necessários para regular a pressão e aliviar-se um pouco, e com uma expressão gravíssima sem mais alevantar a cabeça para o alto e desiludiu e ingressou lentamente. Pois, assentava-lhe uma ressaca daquelas!... Delirava ainda mas sem poesia. Ele estava igual aos seus pares timidamente enfraquecidos. E temendo ser surpreendido por algum amigo quando caminhou, fechou a cara... ( parou aqui)****Por fim, já dentro do velho prédio, onde funcionava um bar & restaurante — longe dos padrões de higiene — Alfredo acomodou-se num canto à meia luz sem mais dizer uma palavra. Ele ficou no térreo do dezenove socejando desatento, dissimulava um comportamento. Periodicamente olhava às escadas que dava para o segundo andar. Ele não notava que no ambiente fazia relativamente sossego. No balcão rugia Nelson Gonçalves de uma vitrola moderadamente. Já no salão dois beberrões trocavam amistosas injúrias; e, no centro do bar, onde um cone lançava um clarão de incêndio um grupo jogava cartas e bebericava aguardente sem dar importância aos pormenores. Todos ali se conheciam. E apesar de seu jeito tímido quando embriagado, sua natureza erudita não deixaria de ser uma ameaça no local naquelas horas. Aliás, responsabilidades são impultáveis aos homens sóbrios somente, reza a cultura padrão.

* * *

O edifício era situado na Rua do Bispo, Centro Histórico de Salvador. Os vizinhos daquela região apelidaram-no de "dezenove maldito", já que sempre roupas, peças íntimas e até colchões eternizavam estendidos, fazendo marca registrada daquela parte do Maciel. Ali também se transformavam à noite no alongamento dos puteiros da Praça da Sé, virava badalação de drogados, loucos e vagabundos conhecido pela polícia local. Os comerciantes das eletrônicas não viam a hora da chegada da sétima etapa para por fim àquele enorme cortiço no centro da capital baiana. Eles afirmavam que quebravam a guia das vendas de quem pagava imposto alto. Além de ser uma péssima referência àquele enorme prédio mal-assombrado. Eram dois andares inúteis para o turismo no centro histórico. Ainda mais que já não andava bem neste último carnaval daqueles favelados refém da criminalidade. Na verdade todos viviam do jeitinho baiano para tocar suas vidas. Ninguém fica sem dinheiro no Pelourinho não. Entretanto, Alfredo não sabia viver como bom baiano. Por exemplo, ele tinha vergonha. Por isso era evidenciado pelas câmeras. Tinha voltado bêbado a pé do Campo Grande, parou na Praça da Piedade sem dar uma palavra. Igualzinho com estava no térreo do édificio. Contemplou o Gabinete de Leitura Português; e lembrou-se da sua infância no subúrbio ferroviário - amém pobreza que me acompanha, repetiu três vezes; temeu instintivamente a mãos dos bolsos onde não tinha nenhum dinheiro. Seu comportamento moral chamava à atenção. Mais cedo passara no Porto do Moreira, na entrada do Dois de Julho, onde comprou cachaça e torrada. Então, lembrou-se sem entender porque estava duro se pouco gastara o pouco que tinha. Quando chegou à Praça Castro Alves, próximo ao antigo Jornal A Tarde pensou numa passagem bem desconhecida aos comuns, um tal escritor Carlos Anísio Melhor enlouquecendo e resmungando alto diante da estátua. Alegrou-se pálido como visse uma esperança de um mundo melhor na poesia. Logo meteu novamente as mãos nos bolsos, amassando papéis e se sentiu vazio, se tirasse algum poema que descrevesse tal cena antiquada ou parecida. Iriam chamá-lo de idiota, pensou. Que nada! Era típico Alfredo utilizar-se de monólogos para dar sentido ao seu tempo: somente a ordem cronológica do relógio martelava-lhe o juízo concretamente. "Amanhã vou trabalhar, onde mesmo?" Que nada, repetiu. Alfredo ainda soluçava alto querendo lembrar dos seus vacilos cheio de cachaça até ali; pois, batia-lhe no peito uma frustração da vida humana e sentado continuou pensando em dias melhores agora sem a ebriaguês, eu vou trabalhar mesmo, enfatizou corroendo seu vazio espetacular... Mas, recapitulava ponto a ponto sua trajetória de andarilho e isso era contlemplar, logo fazer metodologias literárias, sorria. E aos poucos começou a dar importância ao bolero que tocava moderadamente no bar & restaurante, onde realmente estava. Agora não parava de olhar para as escadas que dava para o segundo andar. Parecia não lembrar da prostituta naquele momento. E no mesmo canto do restaurante, sentado ficou a interromper suas lembranças . Desencostou a cabeça na mesa e passou os olhos pelo salão continuando não dando atenção aos miseráveis inúteis, mas notou que alguém se aproximava dele...

SERES INFERIORES

9 3 2023*****

Foi quando uma funcionária do comércio olhou-o com veemência interrompendo as reflexões enlouquecidas do rapaz. Seu coração disparou revelando um suposto segredo seu, que de nada tinha de especial também. Então, ele ficou sisudo, percebeu tal sentimento na mulher e; tentou disfarçar suas lamúrias e envergonhado tomo postura. Ela ainda assim veio atendê-lo cordialmente apesar do horário que prestes a encerrar as atividades do comércio, mesmo se tratando de um perturbado, imaginava a funcionária. Na mesa dele havia alguns manuscritos que tirara dos bolsos demostrando uma falsa ocupação. Ela sorriu, hum um poeta! Raridade! Ah eu sabia um romântico, brincou... O recém-chegado não gostou daquela abordagem, ainda que inoportuna naturalmente. Contudo Alfredo não demostrava indiferença à mulher com os papeis em mãos disfarçando: pois, seu propósito era ser despachado.

- Posso vê? disse já com as vistas em cima da mesa, Mas, a mulher somente analisava o rapaz por todos os aspectos sem prestar atenção a textos: não dá pra entender nada parece tradução dos cânticos de Iorubá.

Eram dois sonetos. De um vernáculo esculpido como uma obra de arte. Já para ela loucura.

A FADA VERDE ABSINTO P´RA NOS DOIS...

Eu passo minha vida macilento,

bêbado às noites e os dias de martírios.

Sinto dores no peito, sacrifícios

meus; e te vejo nos quais nunca invento!

E não chego a tocá-la, que delírios!...

Pois, desmancha-se à imagem linda ao vento...

E me dói tanto e eu fico desatento

chorando... Se de meus olhos colírios!...

De minh`alma meu gozo! Benfazejo

de meus sonhos! Paixão do meu querer!...

E vago a desejar tanto teu beijo...

Então eu desperto... - e valeu meu sofrer -

por menos padecia desse desejo,

ou tocar seu rosto e depois morrer!

- “Absinto pra nós dois” hehehe, sorriu a funcionária. Alfredo descontraiu sem graça.

- Escreve bem eita mas não dá pra entender nada! Letra de médico, nossa! Completou olhando mais pra Alfredo que os manuscritos.

- E aquela garrafa verde ali na estante de vidro. pode ser?, Perguntou Alfredo.

- Oxe não. Presente de Jorge Amado. É lacrada, é o xodó do velho Antônio! Veio da França.

- Mas tudo tem seu preço!Terminou brincando se derretendo com os olhos lânguidos sobre o rapaz.

- O quê? Oxe sei que jamais mexeria naquela garrafa. Tá brincando. Ah sim escrevo por hobby. Por que afirma isso? Nem me conhece direito. Nem tudo se compra... Não é mesmo?

- Verdade. Leva isso muito a sério e veio pra cá por causa dela! Ainda escreve sonetos pra Marina ou pra sua amada? E continuar por alguns segundos deixou o silêncio expressar um valor sentimental. Eu sei porque seu coração disparou. E você também notou. Eu vi. Tenho Padilha e quem te acompanha de lado, de frente e de costa me revela. Precisa se cuidar, viu? Vive num mundo que não existe mais rapaz. Já Marina não brinca mais de princesa, gosta de luxo que não tem, mas tem grandes esperanças como eu e você... Já sua amada não tenho autoridade pra saber!

- Posso vê o outro?

- sim., respondeu impressionado.

VOU MORRER UM DIA DE AMOR E PAIXÃO

"Vou morrer um dia de amor e paixão;

ou nas noites de poesias embriagado!"

Era assim num sonho... Eu me via encantado,

entre soluços, acordava não!

Até ensaiei beijar leve na sua mão,

seria delicioso e sem pecado;

Ah! Pois tremi medroso se sagrado

tal gesto!... Oh! ela dormia maviosa. Então,

acordei delirando... - E daqui eu via

Já a estender suas calcinhas nas janelas

de um bordel!... Despertava ali e sorria

de amor tanto; e eu acenava e eu sofria -

Ah! Jamais trocarei todas donzelas

dessa vida por minha fantasia...

Então, Luciana arrancou-lhe os papeis de suas mãos e rasgou enciumada. Do nada.

- Para com esse negócio. Desculpa, desculpa...

Alfredo sorriu e desfez de seu ato negativamente sem brigar. Peça homem não tenho todo tempo? Peça uma bebida? Menos àquela ali senão fico desempregada. O absinto não pode. E depois fiquei com ciúmes dessa bebida também.

- O Absinto.

- Sim.

- Só no Jardim das delícia, quando estiver longe de mim!

- Ainda mais essas. Por que te incomodou? Pede pra vê minhas coisas, rasga e ainda fica assim. A gente nem se conhece direito.

- Conhece sim. Eu precisava dizer que era pra sua amada!

- Você que insinuou com seus negócios aí.

- Aliás você já sabia que precisa se cuidar; Marina tá com um cliente fino lá em cima, imagine? Acha que ela vai parar o programa para ouvir suas poesias que fez pra sua amada? Ai meu Deus tu me faz rir. Me desculpe te dizer isso Alfredo, mas sua ingenuidade ultrapassa do limite da loucura. E é contagiosa, faz muito mal a qualquer mulher. O ambiente fica mais pesado do que já é... Ela é prostituta bonita, eu sei, mas é mulher... Aliás Marina gosta mesmo é de dinheiro. Coisa que você não tem. E mesmo que pudesse não daria essa bebida ali a você. Não seria sua amiga.

- Amiga!?

- Como diz isso!? Não sabe nada de mim... Quem não tá dizendo coisa com coisa é você agora.

- Como!? Eu já te disse o quê tinha de dizer. Um demônio está travando sua vida, veja você mesmo! Ah Absinto beber não vai te levar a lugar nenhum. Ainda mais nesse estado. Esqueça o quê te disse. Mas se lembre vai deixar uma mulher aqui cheio de fogo por você, pra ficar ouvindo Marina sussurrando de amores nos braços de outro homem?... Eu queria só seus carinhos hoje, poxa. Deixe de ser falso moralista. É cachaceiro. Vive dentro de um puteiro. O amor pode ser um preconceito seu, aqui, agora. E se por acaso alguém demonstrar algum carinho por alguém é porque foi pago. Então, amor não existe aqui. E você sabe disso! Ah já me prostituir mas não quero mais... Também não acredito nesse sentimento. Eu odeio os homens, mas não vivo sem eles!

- Marina foi minha amiga de infância? Por isso alugou esse quarto aqui no dezenove? Ah eu já entendi. É boêmio. E depois todo poeta mente, cria realidades que somente lhes agradam. Conheço de homem apesar da pouca idade. Aqui é uma escola. Existe psicólogos sabia e encantos também? Mas, eu já sabia não é um homem comum.

- Um poeta, quase um pai de santo. Sensitivo, não acredito nos homens, mas vejo sinceridade na sua áurea. Vai beber nada né. Tome cuidado, tchau. Ah e não fique olhando meu corpo de forma vulgar não quando eu estiver passando.

- Oxe eu não te olhei momento algum!

Alfredo demonstrou logo um cansaço indiferente e carinhosamente olhou a funcionária que labutava desde cedo. Palpitou-lhe a tal esperança de uma vida melhor , mas tênue. Mas não ligou. Passou-lhe uma ternura afetiva, se não fosse do candomblé, seria um anjo seu guarda avisando alguma coisa desagradável. Ambos sentiam a mesma sintonia. E por causa de sua devida atenção confiou nela sem desfazer daquelas palavras vindas de uma pessoa estranha. Que no fundo não era estranha. Mas não espiritualmente. Algo real. Eram verdadeiros conselhos do bem na sua vida. E como a realidade dói passou-lhe na sua mente uma cautela e moderação. Alfredo calou-se de vez admirando um misticismo que custava acreditar. Confiou nele.

- Obrigado pela atenção menina., Disse-lhe sinceramente. E a funcionária não lhe respondeu mais nada. Apenas pediam pra todos se retirarem do bar & restaurante a mando do velho Antônio que observava tudo sentado. Mesmo não percebendo o teor da conserva. Pois, não se descolava da banca de dinheiro, onde somente ele tinha acesso. Mas, ficou atento pro lado dela e não deixava de passar o rabo de olho no rapaz que colocou seus escritos nos bolsos novamente. Ainda que rasgados.

Já ela era Luciana - típica baiana - de rosto seco e enrugado das noites perdidas. Ela tinha cara pequenina, bem miúda, de mico esperto, onde um lenço encardido disfarçava um pouco o seu gênio mesquinho com todos. Menos com o jovem Alfredo que poucas vezes passara ali direto para os quartos. Decerto desta vez desencantara ao conhecer realmente o rapaz. Animou-se com sua presença no começo, mas esfriou-se por um momento, talvez pelo cansaço. Tinha dois filhos pequenos pra sustentar. Logo quando se aproximou dele... Mesmo primeiro vindo um cheiro de tempero de comida forte impregnado num avental, que cobria parte do seu vestido das cores de Iemanjá. Coisa que Alfredo nem notou, mas se fosse Marina ainda que sem perfume lá do alto ele logo notaria!...Luciana passava mais o tempo nos afazeres da cozinha que no bar despachando. Por isso o espirito e cheio de trabalho que qualquer um percebia, menos o moribundo. Mas pra tudo tem um desconto Alfredo estava pernoitado. E não gostava de conservas, abriu uma exceção.

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Alfredo despertou levemente impressionado com aquelas palavras. Sentiu preto velho o amigo invisível naquela criatura que o arrodeava depois da presença de Luciana@#$%%%%. Continuou imóvel olhando para o beco despistando – “por que disse meu nome com intimidade Luciana?” Ôxe! Nunca parei aqui e tivemos contato algum; e, sem continuar a conversa o rapaz deixou o silêncio expressar um valor sentimental por Marina mesmo assim. Ele não entendia nada; a vida não acontecia e cada milésimos de segundos era uma eternidade no seu coração pensando nas palavras de Luciana como um lança no seu peito! Era algo inédito tal revelação. Sentiu calafrios. Contudo, como sempre, ultimamente o jovem Alfredo se comportava mentalmente inquieto e achou normal. Mas, havia sentidos por um minuto. nem tudo era motivo para implicância - era a verdade se esclarecendo; ficava latente os sentimentos, menos os comentários da funcionária do bar & restaurante do dezenove que martelava na sua cabeça sobriamente por um instante. Repentinamente, Alfredo levantou-se da mesa cheio de dúvidas, onde deixara Luciana sozinha com os olhos pregados nele... E, apesar daquela ressaca, bem miúda depois disso, conseguiu se retirar com as forças que ainda tinha. Também não parecia lamentar-se de ter recusado a tal cortesia dela nenhum momento. Era orgulhoso mesmo. Aliás, só se fosse por um sentimento medíocre de querer continuar bêbado, ou seja, querer desculpar da grosseria por causa da indagação falível de Luciana. “ela tem razão, ela tem razão”. E ele insistiu em sussurrar tal nome de forma patética ainda não como provocação dos seus estímulos ocultos— no entanto, Marina não comparecia nas janelas do segundo andar para recebê-lo, assim delirava no seu intimo dando prosseguimento como macumba. Parecia de propósito àquele acontecimento. Mas era a verdade, um véu que se despia. Os versos cantavam na sua mente, no seu corpo, na sua vida porque tinha álcool no corpo. Com isso já na referida escada espiral, deixando Luciana pra trás. Alguém empatou a passagem que dava acesso do primeiro para o segundo andar do prédio. E não demorou uma mocinha tentar descer; foi muito rápido e cheia de descaso. Pois, irritadíssima lá com seus botões aparentemente, tentava passar por Alfredo no meio cantarolando Nelson Gonçalves disfarçando parte de sua verdade ouvida um antro daquele; e ela o repreendeu seu estado, de banda, de frente, de costas...

Era Juliana de Morais a mulher do velho Sergipe*, a terceira mulher desse fenômeno ou coincidência - mas falaremos dele velho umbilicalmente depois dessa enfadonha narrativa, ganhar sentido na situação que daremos prosseguimento. Não vale a pena retornar ao trivial nossa comédia dos nossos dias. Já que nas idéias extraordinárias vem primeiro a ordem natural das coisas agradáveis ao bardo, ele enxerga melhor o mundo feminino: pois, o frescor e a vivacidade dessa menina era de verdade! Ah coisa rara num cortiço imundo desses!... @#$Ela aparentava lá seus dezesseis anos, porém, bem composta como uma senhora da Pituba*; onde dava destaque uma aliança bojuda. E assim como eu, se alguém demorasse os olhos nela via, logo se apaixonava rapidamente como um homem normal. Talvez igual aos pretendentes de Penélope de Ulisses. É que a dama não chamava a atenção por sua simples formosura de adolescente tão comum nas outras de sua idade. E sim pelo que não se imaginava escondido nos gestos rústicos de menina pura, onde as suas roupas compridas colaboravam para nossa fantasia de assíduos freqüentadores no Maciel! Mas na ordem e decência.@#$ Pois, a mocinha usava uma camisa de manga longa amarrada nos pulsos; saia reteté de igreja e tornozelos cobertos por sandálias fechadas. Sim, no rosto aparentava seus dezesseis, como já disse, mas no corpo nem todas as mulheres veteranas de academia da Barra* se ousaria nem de longe!... Essa indiazinha realmente tinha uma atração peculiar e natural. Mas Alfredo bêbado só tinha olhos para o quarto da prostituta. Novidade não. Ela era uma pirraça! E isso fez a crente olhar Alfredo com certa veemência, não com escárnio para aquela criatura!Mas impressionada... Juliana apesar de ser evangélica, crente Pentecostal de fogo coabitava com o tal senhor sergipano antes por necessidade, hoje normalmente. Aliás, Eles já viviam alguns anos já amancebados ainda quando a mãe dela era viva, coisa que não nos interessa... E como não damos moral em descrever as fases de pedofilia, eu mantenho nossa fatídica meta sem dar moral aos anjos caídos: mas, falaríamos dele umbilicalmente nestas páginas contemporâneas com justo e insuportável tédio. Detalhe: não queremos lógica para este capítulo. Cuidado! É perigoso!Então, continuaremos aos pormenores. Aliás, não precisa nem fazer contas, para saber que o velho Sergipe já abolinava essa mocinha ainda na sua pureza! Mas uma coisa me faz continuar como criatura: era notório e quase impossível desperceber o encanto apaixonante dela, quando sorria disfarçadamente para Alfredo.E ela olhava-o escornado na escada espiral toda perdida! Ele – idiota bêbado, não.

E Alfredo subitamente resignou; e Juliana repreendeu-o esticando a cabeça para o térreo para ver o velho. Ela pedia providência divina para uma possível maldição. Mas, Alfredo não destravava os olhos da porta do quarto de Marina, pois, chegava a tirar a crente da frente. Como não havia muita privacidade, às vezes, ouviam-se os murmúrios de atos libidinosos dentro dos quartos ocupados, que depois silenciava numa suposta satisfação sexual dos amantes. A coitadinha delirava. Então, foi nesse momento que Alfredo começou a chamar a prostituta cada vez mais alto demostrando um certo desespero. Decerto truque! Foi o angico de Benedito.

- Oh Marina! Oh Marina!...

- Viu Alfredo que eu tenho razão! Até mais tarde viu... Respondeu Luciana lá do térreo enciumada que despertou o velho. @#$ nasceram E houve um elo sentimental nas cabecinhas daqueles que ainda estavam acordados no dezenove de forma fenomenal!

E começou a resenha. Alguém lá de dentro da alcova da prostituta demostrou logo preocupação com certa insistência otária do rapaz. Juliana não descia empatada, continuava ali na escada espiral; e, irritadíssima com tudo isso e cheio odiozinho repreendeu todos agora em línguas estranhas alevantando bíblia para o alto! Ela alegava que um dia àquela perturbação espiritual iria acabar e tal e tal... Alfredo vendo-a fixamente comparou-se a Luciana que era a tal funcionária, macumbeira. Sentiu preto velho. Na contrapartida disso, Alfredo sentiu um alívio inesperado somente quando a luz vermelha do quarto da bacante acendeu-se...

E se concentrou numa outra perspectiva procurando ficar atento querendo saber do porvir de um nada...

- Eu sou nada aqui Alfredo, hein? Responde? Indagou a crente.

- Como você sabe meu nome?

- Esqueceu foi. Eu sou Dona Juliana, esposa de Antônio.

- Confusão Marina. Tenho que ir, pode melar.

- Melar o quê?

- Esquenta não. Conheço Alfredo desde criança, antes lunático, hoje cachaceiro. Quando está sóbrio nem se lembra de mim...

Então, o homem se fez de desentendido.

Alfredo com a cabeça tesa ainda para o corredor ficara mais aguçado. Pois, queria perscrutar àquele diálogo que soava lá do quarto. Juliana desistiu de uma pregação reteté, ficou olhando-o todo e orava delicadamente; e na cabeça do velho, que percebia tudo lá de baixo, prontamente veio um ciúme natural por sua esposinha.

Detalhada essas miudezas na terra da alegria, iremosà maldição que me trouxe aovelho dezenove, hoje em ruínas. O que importa aquié um elo fenomenal entre eles, que não tem mais necessidade de ser enfadonho! Pois, vamos dar continuidade ao que realmente interessa.

13/03/2023

Digamos aos olhos humanos caberiam interpretações diversas daquele rapaz. Porém, numa nova perspectiva tecnológica não: o sujeito estava parado e pronto. Até porque sentimentos não eram perceptíveis nem alcançados pelas poderosas lentes tecnológicas implantadas pelo governo atual. ERAM OS PRIMEIROS ENSAIOS REAIS DA SUSTITUIÇÃO DO TRABALHO HUMANO PELAS MÁQUINAS NA SEGURANÇA PÚBLICA. Do resto alguns reajustes tais como, talvez o tempo, a mobilidade urbana e assuntos morais, estes irrelevantes ... Ademais, se uma filmagem descreve a posteriori*, por assim dizer, assuntos banais da vida humana que não se explica pela ciência decerto retrocede a nada. Um comportamento eufórico do louco nos limites da propriedade privada ou desatinos do operário numa praça insenta mil intenções de interpretação por serem atividades demasiadamente humana. Vivi-se desde já na Tecnocracia institucionalizada e o termo oficial feito por agentes humanos são optativos somentes. Logo, transfereriam um prévio diagnóstico falho para a área de controle social pertinente, por ser decadente as ciências humanas, pois, torna-se-ão imprecisos por ser humano analisando humano. Se for um médico periculoso é igual ao juiz criminoso quando viola a liberdade dada pelo sistema jurídico? Por isso somente cabe sinalizar um chefe de secretaria de saúde qualquer para servir de informação de dados, julgar somente o sistema científico a que percence. Assim, aos poucos, renasce a amaldiçoada preguiça duramente contestada pela antiga filosofia da produção liberal. Loucos não trabalham quando enternados é a informação. Mas, quanto há incidências on line de crimes contra ordem pública? Estes sim têm desvalor axiólogico-material imediato indepedente de análise do agente público, independente de quem seja! Polícia, investigação e mandado de prisão ou medida de segurança em tempo virtual. Tudo resumido nas innovare mémorias das Inteligentes câmaras da Segurança Estatal! Dos códigos funcionais a novíssima tecnologia descrita e aberta nas exatas estatísticas independentes fruto da intuição de ponta antes filosófica. Ex. Na segurança pública. Primeiro vê-se a produção positiva de um serviço amanhecer seguro, depois, sintetiza-se a máquina se lhe é devido manter o indivíduo na custódia analítica, se detido. O termômetro das boas aparências humanas numa sociedade do terceiro milênio depende da informação oficial!

Alferdo resignando poéticas

"Se do belo humano somente se revestido das Artes! De resto a vida é nua e crua. Prostituta vale teu niquel! " No pensamento dele continuava o ideal e a prática que se refaz um real", E deu-se a bravejar nos nervos fracos, baixinho quase nos ouvidos do oráculo grego "Vadio raro por assim dizer, eu sou carne das nádegas. Essa vai para os donos do mundo, olá semideuses! Pois, manifesto a arte infiel na gramatica, poesia a mãe da verdade. Um desvio dos comportamentos usuais, sem lógica distantes asregras? Faça-me uma carapa amarga satanás! Pois, retomei de um labor erudito da sabedoria; e, se tomado de agonia do ser imperfeito represento os miseráveis e o fritão. Isso incomoda, quem? Eu não vejo não. Calai-vos! Luzes acesas de celulares, de madrugada atento no vazio, ridículo teu silêncio tecnomaníaco. Até as personalidades mais sensatas desta tribo, os ditos radicalmente se calam, desgraça! Então quem sou eu, hein!? O homem verdadeiro de experiências originais. Cá pra nós o mundo de Platão a Descarte está mais para Irracionalidade Estrutural, olhai-vos ao redor todos perdidos, ouvi-los teus programas! Não como eu! Televisões, rádios e antenas, pois detesto eletrônicos um ponto fixo da bandida imprensa. Enfim faz jus o 'T' maiusculo, sem acento para descansar se condenada pela Exceção, Schmitt!? Não, desculpas... Como não me interessa a caminhada alheia das máquinas se objetiva unilateralmente pronta, então fico por aqui sem ressentimento algum. Por favor aumenta a música lenta lá dentro, sim. Do térreo, acalma meu coração dolorido. Até porque sofreremos penalidades Ético-Racionais do mundo da tecnocracia caso ofendida. Até porque as tecnus em atualidades não têm um fim no homem comum. Se se já estavam condenado pela Idade Média. Sempre fora assim: analíticos e exatos economicamente. Nesta hierarquia não. Hoje meta sonda ou inteligência artificial traduz Artes Plásticas, Música ou Estética? Isso homem meta com força, se gemer estremece o quarto! Depois se desfaz sensivelmente nos Fatos Históricos... Lá na frente se conserta, pergunta a Rousseau preto velho? Das tragédias nasceu o belo romance. Mais poesia enlouquecida não, por favor! É cunhado de trava na alma, dor latente adormecida no espírito, faca fincada na carne!". Então pausou. E prossenguiu calado, sisudo não mais resginando introspectivo. Depois deste lapso de lucidez ou doença mental ou cachaça. Lata de Leite derretido na lata não, cheira terra seca um dia. Mas onde se enquadra o resultado naturalístico do não-pensar dionísico? Eu sei no Racionalismo tecnológico exacerbado. Assim me ensiraram. Portanto, nada mais me interessa se da metafísica a amante do ontológico nos mataram!"

claudio maia
Enviado por claudio maia em 17/06/2019
Reeditado em 09/04/2023
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