UM MÁRTIR OU UM TROUXA?

Eles podem estar jogando suas vidas fora a troco de nada!

Seria possível negar a fé para aquele que dizem ser onisciente?

*Por Antônio F. Bispo

No campo crenças religiosas existem várias coisas sem sentido e incoerentes que os fiéis podem fazer para demonstrar a sua fidelidade ao objeto de culto.

Achar que o dinheiro entregue aos líderes religiosos é realmente destinado para de deus é uma delas. Crer que um líder religioso pode realmente te mandar pra o inferno por desobedecê-lo ou discordar dele é outra. Viver a vida a contragosto em certos tipos de igrejas que mais os adoecem e os exploram do que os beneficiam só por tradição, medo, ou receio do que os outros vão dizer é outra pior ainda.

Há várias outras coisas nos agrupamentos religiosos que são totalmente contra a racionalidade e antagônicas ao próprio modelo de deus que pregam que por si só anulariam a própria a base pelas quais a crença fora fundada, mas um fiel comum não é capaz disto perceber.

Se fossemos enumerar todas elas numa lista, esta ficaria interminável e mesmo assim não seria capaz de convencer aqueles que por medo, ganancia ou tradição declaram-se como eternos dependentes das divindades. Só a racionalidade o faz. Como dito em outro texto, “No campo da fé, cada um crer no que quer”!

Se a constituição de alguns países permitem isso, de certa forma eles estão na legalidade desde que a expressão da própria não interfira de modo direto nos direitos pessoais de outras pessoas, inclusive dos que em nada creem.

A liberdade de expressão religiosa não impede por outro lado que estudiosos ou pessoas lúcidas façam análises ou apontem tais incoerências, pois a grande maioria destas incoerências sempre acabam em distúrbios mentais dos indivíduos ou vários tipos de abuso aos membros do grupo, seus familiares, bem como conflitos sociais desnecessários e até mesmo chegando ao ponto de eclodirem nas chamadas guerras santas, coisa que tem sido comum em quase toda sociedade onde “um deus se manifeste” pelo menos nos últimos 5 mil anos se levarmos em conta a própria história bíblica.

Quando pessoas lúcidas fecham os olhos ao fanatismo religioso no intuito apenas de se mostrarem civilizadas e não preconceituosas, esse mesmo fanatismo se tornará uma “besta de várias cabeças” e o destruirá no corpo ou na alma e a curto ou longo prazo ira reprimir sua própria liberdade e a de todos ao redor na medida que essa mesma besta cresce cada vez mais.

Engana-se quem pensa que o objetivo dos que tem “deus acima de tudo” no contexto religioso seja a paz e a harmonia entre todos. O compromisso dos fanáticos “servos de deus” é apenas com o seu grupo, o “seu deus” e mais ninguém!

Como o seu deus não tem forma, corpo, ou vontade própria, a expressão do seu querer sempre será manifesta por aqueles que dizem ser seus representantes nas congregações.

Aí é que mora o perigo, pois em nome de deus mistura-se um pouco de arrogância, mais uma pitada de maldade, mais o desejo de poder, subtraindo-se a misericórdia e compaixão dos indivíduos, dividindo pelo número de pessoas ou territórios a serem conquistados, vezes o nível de ignorância do tal líder e como resultado dessa equação teremos uma verdadeira fórmula para destruição em larga escala ou opressão dos menos favorecidos. E deus, do alto de sua inercia e inexistência dirá amem, claro, dando a impressão aos “vencedores” que realmente eles tinham razão.

Somente o conhecimento e a lucidez podem nos salvas da ignorância e do fanatismo, principalmente o de ordem religiosa.

Toda pessoa lúcida que vai contra a maré do fanatismo é tida a princípio como herege, esquisito, ovelha negra, filha do diabo e coisa do tipo, para somente depois, em outra época ser reconhecido o seu valor no processo de transformação social.

Nem todos nós estamos prontos a reconhecer o valor e a grandeza de espírito de nossos contemporâneos. Geralmente louvamos os mortos e esquecemos ou atacamos os vivos que nos superam pois quase todos nós estamos de armas nas mãos, prontos para atacar àqueles que de certo modo demonstrem um intelecto superior ao nosso.

Os que assim agem, sentem-se diminuídos toda vez que veem no próximo, uma qualidade ou evolução que desejaria para si. Denigrir a imagem do outro ao invés de questionar suas ideias é a forma mais comum de expressar isso. Procurar erros gramaticais na escrita ou na fala, analisar de modo soberbo a qualidade de suas roupas e de sua estética também é outro modo. Questionar a virilidade destes ou até conjecturar sobre o tamanho da genitália dos tais, também são formas (baixíssimas) que muitos que se sentem diminuídos tem para se expressarem ao se depararem com uma pessoa possivelmente mais habilidosa do que si mesmo.

Outra grande maioria das pessoas tendem para a idolatria e a veneração idiota de qualquer pessoa tida como celebridade com simples intuito de receber desta algum tipo de recompensa ou para pelo menos ser socialmente aceita por manterem ativos o sentimento de rebanho no grupo qual se adaptam.

Pois bem, dito isto, voltando ao ponto das insanidades em nome da fé, existe uma delas que foge totalmente ao senso de idiotices e que pode ser feita apenas uma vez na vida por cada fiel de modo individual ou em grupo, cujo ato não é reversível e nem dar pra ser arrepender depois de feito.

Trata-se se de morrer pela fé para não negar ao senhor, como prova de que realmente crer nele e que jamais o negaria diante de quaisquer circunstancias.

Pra quer isso? Que validade tem esse ato? Muitos dirão que é um ato de extrema coragem e honra, mas isso não passa de um ato de extrema burrice e logo concluirão por que, se é que ainda não o fizeram.

No caso do deus cristão por exemplo, os fiéis enchem-no de qualidades surreais que nem mesmo sabem o significado, pois é característica de todo o fanático encher o objeto de culto de atributos veneráveis para que elevando-se o nível do ídolo, crie-se a impressão que o nível moral e intelectual do idolatra também será elevado.

Se o deus a quem servem tem todos os atributos quais se referem, morrer pela fé seria um ato desnecessário, uma afronta ao próprio deus até. Matar pela fé também!

Um pessoa lúcida pode muito bem se perguntar: como é possível negar a fé em deus, para deus, sendo que a própria crença diz que ele sonda os pensamentos dos seus servos mesmo antes que eles formulem tais pensamentos?

Desse modo, seria impossível alguém negar a fé em deus para deus ainda que viesse a negar aos homens e mesmo que um servo seu viesse a nega-lo em público para salvar-se, ele sendo justo jamais iria castigar o tal pelo simples desejo de permanecer vivo ou de manter intacta a integridade física de sua família.

Vejam outra incoerência: a mesma igreja que condena o aborto, a eutanásia e a pena de morte para criminosos irreparáveis alegando que a vida é um dom de deus e que só ele mesmo pode tirá-la, é a mesma igreja que envia aos milhares seus missionários para países estrangeiros para morrerem em nome da fé, como se a vida destas pessoas nada valessem.

Tem coerência uma coisa dessas? A vida de um feto não formado ainda, quem mal sabe-se se vai nascer ou não, ou quais seriam os benefícios ou malefícios que esse poderia trazer para a sociedade depois de adulto, será que vale mais que a vida de um pai de família cujo filhos dependem de sua companhia e de sua referência moral? Será que um missionário também não tem pai, mãe, irmãos, parentes e amigos que também tem vínculos emocionais ou sociais com este? Será que esse jesus se alegra mesmo com isso ou será que isso não é apenas uma estratégia de marketing dessa multinacional chamada igreja no intuito apenas de expandir suas franquias comerciais?

DEUS, JESUS, ESPÍRITO SANTO OU SEJA LÁ QUEM SANTO FOR, NÃO PRECISA QUE NINGUEM MORRA POR ELES PARA PROVAR QUE NELES ACREDITAM!

Isso é apenas uma entre tantas invenções criada pelo pensamento religioso. Algo inútil para quem o faz e macabro para os que apoiam. Uma atitude desumana transvestida de altruísmo e “amor a deus”.

É mentira que os que morrem sendo mártires vão para os céus!

É mentira que eles poderão ter lugares especiais, assentos especiais ou privilégios à parte só por terem se entregado gratuitamente a matança! Se isso fosse verdade, o mesmo valeria para os muçulmanos que se explodem em nome da fé, ou para qualquer outro louco que faça algo semelhante.

Cada grupo religioso condena as atitudes dos outros grupos, mas praticamente todos eles fazem as mesmas coisas ou coisas ainda piores. O que não presta na religião dos outros eles dizem ser do diabo, porem trazem para si, copiam tudo e apenas mudam o nome e chamam a isso de vontade de deus e os fiéis nem se dão conta que estão fazendo as mesmas coisas com nome diferentes. O terrorista de uma religião é o mártir da outra e vice-versa.

É preciso acabar com isso!

Se houvesse mesmo um deus e ele tivesse interesse em fazer prosélitos ou “evangelizar” os povos do mundo todo para que a ele se rendesse, ele o faria. Mais difícil fora criar o universo com galáxias estrelas e planetas infinitos em apenas 7 dias e dizem que ele o fez. Por que não daria conta de algo bem mais simples como aparecer de uma vez por todas diante de todos e dizer: “estou aqui, eu sou real, sigam a mim, desse e desse jeito...”

Quanta patifaria! Quantas vidas desperdiçadas por bobagens! Quantas famílias dilaceradas por conceitos tão banais! Os que se dão à morte e os que os matam estão nas mesmas frequência de pensamento, fazendo as mesmas burrices. O deus que manda matar é tão insensível quanto o deus que manda morrer. Em outras palavras: deus nenhum manda ninguém fazer isso, os líderes religiosos sim!

Rios de dinheiro são arrecadados todos os anos para treinar missionários para saírem de um lugar para o outro, seja para evangelizar cristãos num ambiente já “cristianizado” seja para “ganhar almas para jesus” num país hostil, ou onde nunca se tenha ouvido falar da ideia do deus cristão. A maior parte desse dinheiro nunca chegará ao destino qual foi propagado, pois irão diretamente para os bolsos das lideranças e outras figuras que ajudam propagar essas ideias.

As pessoas de boa fé contribuem para tais propósitos achando que estão realmente fazendo algo útil, quando na verdade estão apenas financiando a morte de seus próprios companheiros de crença, bem como possivelmente promovendo a desordem social em outros locais onde supostamente o evangelho seria introduzido, pois onde todo novo conceito de fé é introduzido, um outro antigo tem de perecer. O preço disso, na maioria dos casos é pago com sangue de pessoas inocentes, que jamais desejariam isso para ninguém, nem para o pior inimigo, mas o “povo de deus” faz questão de envenenar as terras dos outros com suas crenças, enquanto “de camarote” assistem tudo.

Outra grande verdade quem ninguém conta é que nenhuma grande liderança de igreja estar interessada em pregar o evangelho coisa nenhuma! Os fieis podem ater ter essa ilusão, mas os grandões não!

Todos eles na verdade estão apenas preocupados em divulgarem as próprias logomarcas, cumprindo o papel real de empresas, coisas que realmente são. As poucas pessoas que por acaso intentam pregar algo realmente útil, não estão filiadas a nenhum tipo de igreja, pois por si só, a ideia de igreja já fere a própria ideia de evangelho, já que toda igreja tem o seu próprio modelo leis de deus, seus kits de proibições e permissões, e suas listas enumeradas dos que supostamente poderão ou não entrar nos céus.

A igreja é uma casa comercial e jesus é o produto ofertado por elas. Um produto que não precisa ser entregue, pois apenas o conceito de fé é ofertado de forma diferente por igrejas diferentes e cada um apresenta-o do modo como bem entender.

Uma igreja não existe para complementar a outra, antes sim para desconstruírem umas às outras baseadas na mesma ideia do deus qual dizem servir e desse modo venderem o mesmo produto inúmeras vezes de modo diferente em embalagens diferentes. Apenas um meio de disputar territórios pelos domínios das massas.

Quem ainda não entendeu esse mecanismo, vai colocar sempre o destino de sua própria vida nas mãos de homens gananciosos, inescrupulosos ou ignorantes achando que estão realmente servindo aos deuses.

Deus é um subproduto da mente humana. Fé é uma muleta dada aos fiéis e religião é o mecanismo de controle pelo qual tudo isso se desenrola.

Onde houver uma pessoa ignorante, amedrontada, gananciosa ou que goste de obter grandes resultados com pouco ou nenhum esforço, “deus” então será apresentado para suprir tais necessidades.

E onde encontra-lo? Nas igrejas! E quem estar autorizado a intermediar tais contatos entre deuses e homens? A lideranças! E quanto isso vai te custar? Obediência cega ao sistema ou um percentual de todos os seus rendimentos! Nada é de graça no campo da fé!

Há sempre um outro caminho solitário e espinhoso no começo, porém prazeroso em todo o percurso que é o caminho do conhecimento e da independência. Nem todos conseguem alcança-lo, mas os que lá chegam, sempre apontam o caminho para os demais, diferente dos que dizem servir a deus, cujo modo de subsistência consiste e manter o maior número possível na ignorância.

O que poderíamos então dizer para esse povo? Talvez isso: Fiquem vivos! Não morram nem matem pela fé! Deem um basta nesse ciclo de burrices e besteiras que se repetem dia a dia na história da humanidade onde seja venerado alguma divindade. Não financiem obras missionarias cujo intuito seja apenas o de propagar uma crença religiosa! As que apoiam de modo neutro algum projeto humanitário ainda valem a pena. Lembrem-se sempre: o mártir de uma religião é sempre o terrorista da outra! Fujam disso!

Um pouco de reflexão pode mudar a situação

Saúde e sanidade a todos!

Texto escrito em 23/6/19

*Antônio F. Bispo é graduando em jornalismo, Bacharel em Teologia, estudante de religiões e filosofia.

Ferreira Bispo
Enviado por Ferreira Bispo em 23/06/2019
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