Curso de Filosofia da Vida Prática - Parte V

Somo apenas um dentre os muitos povos que já habitaram a terra e temos o nome de raça humana. Sobre o futuro da raça humana temos em mãos todas as ferramentas para que venha a ser dos melhores. Isto depende exclusivamente do homem. Se deixarmos de pensar em nossa própria evolução e nos adiantarmos em mente e espirito visando o bem estar de outras raças que certamente virão, só isto já contribuirá para nossa melhor qualidade de vida. Todos os problemas, sejam em que área for, política, econômica ou educacional tornam-se ínfimos quando comparados aos problemas que enfrentarão as raças que aqui viverão após a nossa extinção.

Pensar apenas em termos de um, dois ou cinco mil anos é ter visão curta. Isto porque é bem provável que a raça humana ainda esteja presente no planeta por esta ocasião. Não custa alertar que quanto mais seres humanos ampliarem a visão além da humanidade de hoje e trabalharem em prol das raças vindouras, melhor será a tendência de o planeta receber seres ainda muito mais evoluídos do que somos hoje. A casa que habitamos condiz com nosso aprimoramento e o planeta no futuro vai receber a civilização de acordo com sua condição de então e os responsáveis por este trabalho são os habitantes de cada ciclo anterior. A natureza do planeta, suas transformações geológicas e de eras predispõe a diferentes raças, mas conta muito o tratamento dispensado por quem viveu anteriormente.

Havendo ou não vida em outros sistemas planetários isto deixa de fazer sentido se levarmos em conta os bilhões de anos que nosso planeta ainda tem pela frente para a evolução de suas raças. Que existem outras formas de vida para outros tipos de planetas isto não pode deixar dúvidas dada a nossa pequenez diante de inimaginável amplitude cósmica. A que distância estamos de outros mundos habitados, quais são eles e que formas de vida possuem não fazemos a mínima ideia, mas o que não podemos é duvidar. O fato de não termos como saber disso não é motivo para que duvidemos ou descartemos essa possibilidade.

Tudo contribui muito mais para a existência de outros mundos habitáveis. O que é inconcebível é pensarmos que somos os únicos privilegiados com o dom da vida. Para que serviriam os outros bilhões de galáxias espalhadas por todo o universo? A capacidade imaginativa do homem leva-o a optar por diferentes comportamentos em relação a sua posição no cosmos. Podemos nos manter indiferentes ou partirmos para as pesquisas e os contatos com outros mundos e outras formas de vida. O pouso na lua de uma aeronave terrestre tripulada e o envio de sondas para pesquisas em outros mundos do sistema solar pode ser o começo de uma conquista fabulosa do espaço extraterrestre. No futuro, em que o crescimento populacional tornar desconfortável a vida na Terra, já teremos tecnologia mais do que satisfatória para criar estratégias de habitação em boa parte do sistema solar. Viagens espaciais tornar-se-ão tão comuns como é hoje uma viagem de avião.

Quando falamos em tecnologia inadequada para viagens espaciais ou viagens no tempo falamos baseados na época em que estamos vivendo. Da mesma forma que um nosso ancestral jamais julgaria admissível uma viagem pelos céus a bordo de uma aeronave, nós hoje podemos duvidar de um foguete descendo em marte, por exemplo, para desembarcar passageiros, e de lá seguir para júpiter para pegar outros, antes de passar por Saturno para deixar outros tantos. Obstáculos são feitos para serem ultrapassados e o que julgamos hoje impossível pode ser rotina daqui cem ou duzentos anos. É importante deixar esclarecido ao homem que a vida é muito mais abrangente do que aquilo que preconiza nossa concepção limitada.

Quando olhamos para o ser humano imediatamente o classificamos como uma criatura de determinada estatura, peso e compleição; esta é geralmente a tendência de todos nós; chega a ser lógico pelo fato de estarmos vivendo em um mundo de três dimensões limitado pela altura, comprimento e profundidade;

Se uma espaçonave aparecesse hoje em nosso planeta contrariando todas as plausibilidades da nossa ciência isto seria suficiente para deixar atordoados os mais abalizados cientistas. Por estarmos habituados a medir todos os acontecimentos dentro dos padrões que conhecemos, tudo o que fugir a isso acaba sendo utopia ou invenção de quem não tem o que fazer. Ter uma visão abrangente da vida significa expandir os conhecimentos além do convencionalmente conhecido e admitido. Por que será que admitem os cientistas que não utilizamos mais do que 20% por cento de nossa capacidade cerebral? Se estamos onde estamos dentro da nossa evolução planetária é porque aplicamos os nossos conhecimentos para chegar até aí. Ter consciência de que nossa capacidade pode se expandir muito mais não é querer ir além do humano, mas, pelo contrário, ser verdadeiramente humano.

Filosofia é um termo que se aplica a quase tudo na vida. Tudo parte de uma busca e tem como alvo um fim específico. O homem tem a tendência de olhar mais para o exterior do que para dentro de si. O exterior já vem sendo, desde que o mundo é mundo, estudado por aqueles que por aqui têm passado com esta finalidade. Todos os ramos da ciência trabalham exaustivamente baseados em fatos concretos e que possam ser experimentados e comprovados através de uma análise lógica. Isto está mais do que coerente com a capacidade humana. Acontece que, voltando à questão de que o homem não utiliza mais do que um quinto de sua capacidade cerebral, podemos concluir que falta algo ao homem. Há um potencial inexplorado na condição humana carente de uma análise mais atenciosa e profunda. E onde buscar esse potencial? Ele só pode se encontrar dentro do homem que está acostumado a olhar somente para o exterior.

Este argumento pode causar controvérsia ao se chocar de alguma forma com a crença – diria, com a falta de crença – da ciência moderna. A concepção que se faz do homem acaba, em última análise, comparando-o a qualquer outro animal do planeta quando é ele diferente em tudo. Se ele possui a capacidade de dominar sobre tudo mais que existe só este fato já dá ao homem a supremacia. Estudando-se o ser humano parte-se do princípio de que ele é um animal racional quando isto é mero e insignificante detalhe. O homem é muito mais do que um animal racional.

A questão não é raciocinar, mas o que ele faz com a mente que possui em contraposição a todas as outras categorias animais que possuem unicamente o cérebro. Comparar o ser humano a um macaco e ostentar que evoluímos a partir desta espécie com o passar do tempo é rebaixar a capacidade humana a um patamar inexprimível em palavras. Olhemos as realizações humanas advindas do uso de 20% de nossa capacidade mental. O que o macaco construiu ou realizou até os dias de hoje? Se andar sobre dois pés e usar braços e mãos tivessem analogia a ser humano poderíamos trazer todos os símios para o nosso meio e formarmos uma única sociedade. Conclui-se daí que a visão global do ser humano é materialista. Isto está longe de privilegiar religião. É uma questão puramente filosófica. E filosofia, sabemos, é o esforço em procurar conhecer o desconhecido.

Professor Edgard Santos
Enviado por Professor Edgard Santos em 08/11/2019
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