Tirania dos filhos

Filhos tiranos, pais acuados.

Essa é nossa realidade.

A coisa chegou num ponto tal que os pais perderam o respeito por si próprio, não tem mais identidade pessoal, não respiram.

De um lado o sentimento de culpa, eterno entre nós humanos, do outro uma geração que por ter vivenciado os horrores da falta de liberdade, da ditadura, deixam totalmente livre suas “crias”

Eles tornam-se selvagens e reagem quase sempre agredindo de forma desumana os pais e consequentemente toda a sociedade que os recebe.

Então, a guerra está instalada.

Os pais delegam às escolas a educação dos filhos.

Educação total.

Moral, caráter, disciplina, conhecimento.

A escola, no desespero, não cumpre seu papel social, que é “ensinar”.

As famílias desestruturam-se.

Filhos moram com os pais ou com as mães ou mesmo com os avós.

Os casais não conseguem equilíbrio no sentido de separar os problemas conjugais da relação com os filhos.

Nessa história muitos saem perdendo, senão todos.

Os responsáveis pela guarda quase sempre assumem a responsabilidade total pela educação dos filhos.

A outra parte cobra de tudo e de todos o afeto não recebido e a solidão.

Os filhos exigem, exigem, exigem.

Jogam sujo e pesado, quase sempre.

Ocupam todos os espaços.

Sufocam e tiranizam.

O problema maior é que os pais quase sempre não percebem e os problemas se agravam.

O que acontece?

O pior.

Pais dependentes da tirania imposta pelos filhos.

Chega o momento, inevitável, que eles cortam o cordão umbilical, buscam novos caminhos, e o que resta são pais solitários, envenenados, dependentes e sem vida própria.

Perderam identidade pessoal por não colocarem limites e respeitarem sua individualidade e liberdade.

E o tempo passou...

Esses pais não reconstruíram sua história.

Foram apenas pais, maus pais, por que deram maus exemplos, na medida em que entenderam que seria apenas se anulando, que provariam seu amor.

Quem não se ama não tem condições de amar.

Senhores pais:

Sejam maravilhosos!

Assumam a responsabilidade de serem pais, companheiros, leais, presentes, mas, por favor, EXISTAM.

Apenas assim poderão ajudar a mudar o rumo da nossa sociedade.

Somente assim estarão amando seus filhos, seus netos.

É com exemplo da prática da liberdade, autenticidade, respeito próprio, autonomia, que darão aos seus filhos a oportunidade de o serem também.