Jesus - Mestre, Irmão e Amigo

Deus é perfeição em todos os aspectos. Toda a sua obra é perfeita e possui objetivos lógicos e justos. A magnanimidade de sua Criação pode ser contemplada na Natureza - onde também perfeitamente cada ser tem a sua função e está inserido em processo evolutivo. Nada se perde. Nada existe ao acaso ou ocorre por acaso. Os espíritos são os seres que, dotados de inteligência e livre-arbítrio, atingiram a escala mais alta entre as criaturas divinas - passaram por outros estágios até que alcançassem este ponto na senda evolucional.

Na nossa caminhada como espíritos, todos temos o mesmo ponto de partida. Criaturas simples e ignorantes lançamo-nos em busca de aprimoramento intelectual e moral. No processo reencarnatório, vamos ampliando a nossa inteligência e melhorando a nossa moralidade. O ideal é que inteligência e moralidade avancem juntas. São como que as asas que conduzem um pássaro a seus voos. Ele não consegue voar com apenas uma delas. Com a inteligência, ampliamos as nossas possibilidades de ação. Com a moralidade, nos aproximamos à Lei de Amor, a qual nos foi trazida por Jesus - nosso Mestre, Irmão e Amigo.

Jesus é o governador espiritual do planeta Terra. O espírito mais evoluído que esteve encarnado por aqui. Ele atingiu a pureza de espírito que é o destino de todos nós - todos lá chegaremos, cada a qual a seu tempo. Como perfeita é a obra de Deus, teve o nosso Irmão Maior que passar por todas as etapas de sua evolução espiritual. A sua grandeza não advém do acaso. Se houvesse privilegiados entre as criaturas divinas, Deus não seria perfeito. Jesus conquistou, através de méritos próprios, as luzes que o conduziram à dimensão espiritual que possui. Ele se submeteu a vir entre nós, em processo natural pelos quais todos passamos, para nos ensinar o caminho a prosseguir.

O Livro dos Espíritos, traz-nos que Jesus é o "mais perfeito modelo e a doutrina que ensinou é a expressão mais pura da lei do Senhor". Portanto, "para o homem, Jesus constitui o tipo da perfeição moral a que a Humanidade pode aspirar na Terra". O fato de ter passado por todas as vicissitudes necessárias a sua evolução e ao seu progresso - da mesma forma que nós buscamos ascensão -, de maneira alguma rebaixa o Mestre. Antes, torna-o mais belo diante dos olhos do mundo, pois o coloca em uma posição atingível, num futuro, pelos homens, espíritos, em sua maioria, ainda, tão imperfeitos, quando estes, por terem seguido os seus ensinamentos, se tornarem merecedores.

Imaginemos a generosidade e o amor deste Irmão Querido, ao se submeter, com a sua extraordinária dimensão espiritual, a utilizar-se de um corpo físico semelhante ao nosso, para, conosco convivendo, trazer a Lei de Amor e deixar todos os ensinamentos fundamentais ao nosso progresso. Seria algo como conter a luz do Sol dentro de um vaso de louça - numa simplificada comparação, já citada em análise sobre este tema.

Passados mais de dois mil anos de sua presença física por aqui, as palavras e os ensinamentos de Jesus ecoam fortemente entre nós. Com infinito amor e uma paciência também sem limites, ele nos ensinou exemplificando através de suas ações. O que ele, ainda hoje, espera de nós? Em breve resposta a esta indagação, certa vez o médium mineiro Francisco Cândido Xavier (1910-2002) tão lucidamente afirmou: “O Cristo não pediu muita coisa, não exigiu que as pessoas escalassem o Everest ou fizessem grandes sacrifícios. Ele só pediu que nos amássemos uns aos outros”.

Estes esclarecimentos nos são trazidos pela Doutrina Espírita, codificada pelo educador, escritor e tradutor francês Hippolyte Léon Denizard Rivail (1804-1869), o qual é conhecido pelo pseudônimo de Allan Kardec.