Religião: A moleta do cristão

É comum os cristãos dizerem que nós ateus só iremos clamar à Deus  diante de um momento de grande provação  como uma doença grave ou na iminência de um acidente fatal como por exemplo, um avião caindo ou um veículo desgovernado. Esse é um dos argumento  mais estapafúrdios bem típico desse povo cristão. Eles acham que é através da fé que a pessoa  se fortalece, ou ainda que é graças à fé que o cristão consegue se manter sereno diante das situações mais difíceis e dessa forma ele não entra em desespero.  Aqui é que está o problema.  Quantas pessoas que mesmo orando diante das  dificuldades não conseguem encontrar uma saída,  pois ainda que ela ore, o socorro divino não vem. O Deus de amor que aquele cristão tanto acredita simplesmente  resolveu cruzar os braços.  Por mais que a pessoa tenha fé,  isso não é suficiente para que ela encontre uma solução.  Em outras palavras ter fé ou não ter fé não fará a menor diferença.

Imagine uma pessoa com câncer em estágio terminal que a cada dia vê o seu quadro se agravando,  mas ela permanece firme nessa fé esperando por um milagre que não vem. Alguns irão morrer no engano como foi o caso mais recente de uma prima minha que morreu de um câncer de mama. Ela acreditou até o último instante que ficaria curada. Muitos poderão dizer que a fé ajuda as pessoas a se fortalecer e enfrentar  as dificuldades com mais serenidade. O fato é que ninguém precisa ter fé em algo sobrenatural para se fortalecer,  pois se fosse assim não haveria ninguém ateu. Diante das dificuldades todas as pessoas  já teriam aderido à alguma religião ou alguma crença de preferência o cristianismo,  portanto,  acreditar em algo  sobrenatural como uma necessidade é o que torna as pessoas cada vez mais dependentes de uma ilusão.

Religião é uma ilusão,  uma espécie de moleta na qual a pessoa não consegue se libertar e andar com suas próprias pernas.

Uma doença tão cruel como o câncer traz incertezas para a grande a grande maioria das pessoas, pois o diagnóstico  poderá ser uma sentença de morte. A falta de perspectivas  diante de um futuro incerto é algo desolador para o paciente e para a família.  Chegará o momento em que o doente  estará tão debilitado e emocionalmente esgotado que ele irá  preferir a morte devido às fortes dores que o mesmo já vem sentindo com  à evolução da doença sem falar no próprio tratamento que é muito penoso por conta dos efeitos colaterais.  Hoje inclusive alguns países já legalizaram a eutanásia onde o paciente terá o direito de ter o seu sofrimento abreviado.  Com isso, podemos perceber que até esperança do próprio paciente já terá se esgotado diante de tanto sofrimento. Portanto é uma falácia dizer que a religião nos proporciona alívio,  pois isso é pura ilusão.  Num primeiro momento pode até ser que sim, mas à medida que o  tempo vai passando e a pessoa não encontra uma solução por maior que seja a sua fé,  do ponto de vista emocional a pessoa já estará completamente esgotada. Daí ela poderá experimentar  situações  de ansiedade,  de stress e até mesmo depressão. Nesse último estágio a pessoa já não tem mais forças para lutar e  toda a sua fé que antes parecia inabalável agora está ameaçada.  Isso tudo porque ela resolveu depositar toda a sua confiança num Deus inútil, num Deus imaginário. Só depois de muito sofrimento é que ela irá descobrir que as suas orações foram em vão, ou talvez ela morra na ilusão como foi o caso da minha prima que até o último suspiro aguardava por um milagre. Algum dia ela acreditou naquela promessa que diz: espera no Senhor,  confia nele e ele tudo fará. 

Ela confiou até o último instante e de nada adiantou. Então, o que resta para a família agora  é o conforto de que ela descansou. A pergunta que todos  nós podemos fazer é: será se é necessário mesmo o ser humano passar por tudo isso? Aonde está o amor desse Deus dos cristãos que fica inerte diante do sofrimento humano?

Infelizmente muitos são aqueles que acreditam que não conseguem viver sem religião e a partir daí o indivíduo se torna dependente.  Para encontrar forças e superar os desafios, ele precisa se apoiar numa fé que pode até lhe trazer uma falsa paz,  mas de forma subjetiva ou ilusória.  Por outro lado temos o indivíduo ateu que ao invés de acreditar em divindades  prefere acreditar que existe uma força  que emana dentro de cada um independente de crenças e é  essa força interior que nos fortalece. Portanto  meu caro, faça uma experiência:  experimente jogar fora essas moletas e comece a dá os primeiros passos. Uma hora você irá descobrir que não precisa de religião para ser feliz. Ainda que que alguém tente  te convencer  que a fé verdadeira  é inabalável, saiba que isso  é mais um argumento  furado para fazer com que você permaneça aprisionado nesse mundo de ilusões. 

A verdade é que a partir do momento em que a pessoa descobre que viveu uma vida inteira sendo enganada não tem mais sentido continuar acreditando numa mentira porque quem estuda sabe e quem não estuda acredita.  Só quem não consegue se libertar é que acredita que a fé não se acaba, na verdade ela se acaba sim a partir do momento que  a pessoa descobre que essa fé é pura ilusão. Portanto,  a desilusão  é o que tem levado muita gente ao ateísmo e por vários motivos todos eles muito consistentes como a falta de evidências científicas, a falta de credibilidade das escrituras por carecer de fontes históricas confiáveis, os seus erros de tradução bem como as inúmeras contradições principalmente  diante de uma cruel realidade que  se contrapõe à todas aquelas falsas promessas que estão na Bíblia. Para o leigo, ele acredita que os evangelhos  são registros históricos dignos de credibilidade,  mas na verdade os evangelhos  são apenas registros teológicos. Embora os evangelhos pareçam apresentar uma estrutura histórica, eles não são registros históricos, mas escritos teológicos, que são baseados em uma variedade de fontes e influências, incluindo os escritos do Antigo Testamento,filosofia estoica grega e os métodos exegéticos de Filo.  O cristianismo  sofreu portanto influências de várias religiões  pagãs incluindo influências da cultura greco-romana e daí surgiu o chamado sincretismo religioso que é  a fusão de vários elementos religiosos distintos formando uma nova religião.  O império romano no tempo do cristianismo estava mergulhado no paganismo que é a crença em outros deuses. O Mitraísmo por exemplo  foi apenas uma das religiões pagãs do império romano  que influenciou  o cristianismo.

Da mesma forma que o Antigo Testamento que também sofreu influências de outras culturas pagãs. Quem estuda história das religiões sabe que o primeiro Deus a ser adorado jamais  foi o Deus dos hebreus.  O monoteísmo já vem de religiões  milenares muito mais antigas do que o judaísmo,  pois começou mesmo com o Zoroastrismo na Pérsia.  No tempo dos hebreus,  diversos outros povos já tinham os seus deuses e os hebreus sentiram também a necessidade de criar um Deus para eles. Uma divindade  que fosse superior ao das outras nações e que justificasse as suas próprias maldades.   Daí podemos perceber que todas as religiões fazem parte de um contexto histórico cultural que surgiram dos anseios e necessidades de cada comunidade.

Os cristãos sempre acreditaram em vida após a morte, inferno e paraíso. Acreditam que os justos terão uma recompensa na eternidade, nesse tal desse paraíso,  todavia esquecem que  as promessas  deveriam alcançar a todos os que crescem no Senhor já  nessa vida terrena  conforme o que está no Livro 2 de Crônicas capítulo 7, versículo 14:

se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar e orar, buscar a minha face e se afastar dos seus maus caminhos, dos céus o ouvirei, perdoarei o seu pecado e curarei a sua terra. 

Ou ainda no Livro de Jeremias 33:3:

Clama a mim, e responder-te-ei, e anunciar-te-ei coisas grandes e firmes que não sabes.

Em Mateus 21:22:

E, tudo o que pedirdes em oração, crendo, o recebereis.

Em João 14:13 diz:

Tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome eu o farei para o Pai seja glorificado no Filho.

Também em Mateus 7:7 está escrito:

Pedi e recebereis; buscai e achareis; batei e a porta vos será aberta.  Pois todo aquele que pede recebe; quem procura acha; e ao que bate, abre-se a porta.

Também é o próprio Jesus que promete a vitória já aqui na Terra sobre os nossos inimigos, conforme está no salmo 44:7:

Mas tu nos salvaste dos nossos inimigos, e confundiste os que nos odiavam.

Evidentemente se fôssemos citar todas as promessas   descritas apenas nos evangelhos  poderíamos escrever um livro,  mas aqui foram apenas algumas para mostrar que toda a crença do cristão tem por base  um livro totalmente falacioso e  cheio de contradições.  Para nós que já somos libertos desse grande casulo religioso só nos resta  mostrar para esse povo cristão através de todas essas evidências que fé é algo inútil. Se não  há uma recompensa divina pelo nosso sofrimento nesse plano terreno, porque acreditar numa recompensa eterna? Nesse caso,  a salvação se torna uma espécie de barganha. Se todas as promessas que deveriam se cumprir nesse plano não se cumprem não tem o menor sentido se apoiar numa fé aguardando uma recompensa eterna que é algo totalmente  inescrutável, irracional, incompreensível.  É por essa razão que podemos  por analogia  dizer que religião é uma moleta que o cristão precisa para se apoiar.  Talvez nem ele mesmo acredite tanto,  mas como a mentira é algo confortante e  eu sempre tenho demonstrado isso,  então ele prefere continuar nessa ilusão.