Não existe a vida perfeita

Hoje amanheci um pouco reflexivo. Não sei explicar... os pensamentos inquietos. Talvez seja apenas fruto de uma noite mal dormida, mas essa inquietação parece mais do que isso. É uma inquietude existencial. Já pararam para analisar como somos egoístas? Nunca estamos satisfeitos com nada! Mudamos a casa inteira, para depois sentirmos falta dos móveis antigos, porque os novos móveis não representam a perfeição que queríamos.

Que contradição! Lutamos tanto pela “troca da mobília”, e logo estamos mendigando: “Piedade! Deixe-me ter de volta meu sofá antigo!” Não que o novo sofá não sirva, mas ele não é tão macio quanto o outro. É mais bonito, talvez, mas o outro... E aquele móvel de canto? O anterior parecia se encaixar melhor ali. Não sei...”.

O que a gente desconhece é que, não se trata de qual situação talvez fosse a melhor. Nós só não estamos habituados com a mudança. Mas mudar é se mover. As mudanças nos impulsionam a descobrir coisas a nosso respeito que desconhecíamos, talvez por medo de saber. É mudando que descobrimos a melhor parte de nós, que talvez só seja possível encontrar em outra situação, com novos “móveis”. É verdade que nem sempre a nova mobília será perfeita, mas com certeza possui facetas que anterior não continha.

Ah, e digo mais: cuidado com essa crença de que o passado sempre parecia “perfeito”. Muitas vezes, quando estamos diante de uma situação provadora, nossa mente apaga os detalhes tristes do que passamos, e pode nos fazer achar que antes estávamos vivendo melhor. Lembrem-se dos israelitas no ermo, quando, de maneira ingrata, disseram: “Foi para isso que nos tirou do Egito? Lá estava muito melhor”. Não sejamos ingratos, e não nos esqueçamos, quando diante de uma nova situação, do que passamos. Viva o hoje, sem esperar a vida perfeita, a condição perfeita, o momento perfeito. Eu te desejo VIDA!