Killing me softly

Quando a tristeza me invade...guardo-me no silêncio...tranco meus

lábios e só ouço meu coração agonizante...o único que me fala tão

perto...

que fala a linguagem que eu entendo...que acalenta minha alma

cansada...

fecho os meus olhos para o mundo...e leio os meus mais íntimos

medos...

os meus descuidados segredos...ouço os sons das minhas veias

agitadas...

Quanto mais a hora passa...mais me procuro em mim...mais

me encontro nas lembranças de outrora...em um tempo...

em que valia a pena viver...quando eu ainda podia vencer os

desafios...

diferente de hoje...quando meus pés trôpegos não me levam

a lugar algum...e mais me afasta dos meus anseios...

Hoje eu me cansei dos pesadelos do mundo...

decidi que meu eu mais profundo merece uma trégua...

olhei no espelho minhas ilusões...descobri cabelos brancos...

rugas...e um sorriso ainda ingênuo...buscando palavras para expressar

os sentimentos...grandes olheiras que insistem em refletir no meu

rosto...

as poucas horas de sono...os desencantos...as mágoas que amontoei

nos meus ombros... que pesam...como fardos ...e que não sei jogar pela

janela...

Pareço antiquada...tenho sonhos...quando a maioria vive apressada...

penso em amor...desejo ser amada...enquanto as pessoas só querem se

divertir...

Nesse mundo as avessas...eu não me encaixo...quero terminar os meus

dias

dentro do braço amado...fazendo poesias...

Quero apreciar muitas chuvas...como as de hoje...que pareciam minhas

lágrimas...

lavaram meu rosto...escorreram pelo meu corpo...lágrimas anônimas...

que desceram grossas e quentes ....cúmplices da tristeza que

deu um tom cinza ao meu dia...

"Mata-me suavemente" "Killing me softly" como diz a melodia...

é para ser assim...

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 26/03/2005
Código do texto: T7978
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