DESVIOS COMPORTAMENTAIS (ensaio)

Por mais que tente ser racional, entrar em um tema que possa levar a argumentar uma ideia, um pensamento, uma teoria que seja, decorrendo daí a hipótese de desvio, ao absurdo do dia a dia, da humanidade (como esta palavra me arrepia), ou simplesmente do meu mundanismo, por mais que tente entrar numa vulgaridade,

compreensível e reconhecida pelo anátema, mais não faço que um propósito para, no reencontro da palavra, dizer-te do quanto te amo.

Mas e a quem amo eu, se não à minha concordância?

A questão nem está tanto aí, no ser-se branco ou preto, sim e não, mas no sabermos despojar o humano da sua humanidade, século após século reivindicada e imposta, por sinais e critérios exteriores ao próprio Homem.

O conceito de humanidade, pressupõem logo à partida, que não há espaço para o «um», e o «global» funciona como repasto vivificante, quer para a não vontade, se não quando, na falta desta, para o histerismo comportamental, com o excesso a ser a pedra de toque, que despoletará em fundamentalismos, ou pior que isso, como no caso da mãe de todos os equívocos: a igreja católica, o cristianismo socializado e amestrado.

No dia em que for eu, pleno de mim e, ao mesmo tempo, despido de conceitos estereotipados, sabendo dizer-me, sem muletas ou máscaras, ou invadir território doutrem, então aí sim, saberei comportar o outro, e essa será a única e compreensível humanidade, possível ao humano, aonde eu ainda não me incluo, e isso é sabido, confrangedoramente sabido.

Jorge Humberto

(12/01/2004)

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 08/01/2006
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