Paola Benevides entrevista Kleber Gutierrez

Paola Benevides é uma poeta moderna e cheia de tempestades e ímpetos. Possui formação em Letras e deformação em artes. Artesã nata, multimídia, canta rock, aprecia boemia e também é dona do Bordel Poesia, o sarau mais quente de Fortaleza, Ceará, entrevista o poeta, escritor e comunicólogo Kleber Gutierrez.

Gutierrez descobriu a poesia aos 13 anos e desde então sempre esteve com ela. O jornalismo foi outra forma encontrada para comunicar-se. É também redator publicitário de um jornal diário a um dos maiores anuários de ambientes do mundo. Das revistas à televisão e ao rádio passando pela internet, onde projeta a arquitetura de sites e produz programas em vídeo, como o Ruído Visual e o Kizumba. Requisitado para projetos editoriais e campanhas publicitárias. É quem coordena os trabalhos da Comunicação Ativa. Além disso, o Gutierrez tem um programa na internet chamado “Kizumba” com muita arte, cultura e diversão. Site: www.kizumba.com.br

Gutierrez, se não me errar o tino, permita-me tecer algumas perguntas. Antes de tudo, muito prazer em conhecer tuas palavras. Como autora, sinto-me abastecida com estas trocas humanas. E, a fim de que possemos melhor te compreender, por favor, faça as honras de sua arte e nos revele:

1 - Quando percebeu a poesia se pronunciar em tua verve?

2 - Qual temática te instiga mais o espírito e por quê?

3 - De bagagem inspiradora, o que tens a nos indicar de essencial? Vale de livros, pinturas, cinema e outras artes.

4 - O que despertou e desperta tua escrita tanto jornalística quanto poética?

5 - Cite-nos as barreiras fronteiriças e as linhas de intersecção entre o discurso literário e o jornalístico.

No mais, grata por esta honrada tarefa! Vamos fustigando a curiosidade por aqui com tuas respostas. Pode ser que alguma outra iluminação surja enquanto a gente dialoga. Um aperto de mão e mãos à obra!

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Poeta pra poeta

Paola, muita luz por aí.

Poeta a gente nasce. É como ter um cromossomo a menos, acontece com algumas criaturas, rs. Mas senti que essa coisa me habitava lá pelos 12, 13 anos.

Comecei poetar em franca turbulência hormonal, típica da adolescência.

E iniciei uma jornada que é eterna.

Poesia é filosofia de vida, faço tudo poeticamente, mesmo que ninguém perceba ou até não entenda.

Meu espírito é instigado pelo universo, sua vastidão, sua pequenez.

Abordo temas que me levam ao auto-conhecimento, por meio daquilo que é comum a todos os seres humanos. Nossas fraquezas, superações. Alguns dizem que faço poesia filosófica, pelos questionamentos que proponho. Nem é um processo consciente, coloco pra fora o que me atormenta, é catarse.

Considero a alma humana a maior bagagem inspiradora para qualquer tipo de reflexão artística. Depois de nós, esses seres em constante convulsão, aprecio a leitura (de história clássica a Fernando Pessoa e Hilda Hilst), as artes plásticas (Caravaggio, Rodin, o brasileiro Wesley Duke Lee, putz são tantos), a música (do mundo todo), cinema e vídeo (sou videomaker também, assista um programa que faço o Kizumba: www.ultratv.com.br/kizumba ) e toda forma de expressão que me toque, motive, emocione, conscientize ou até entristeça.

O jornalismo foi uma opção para estar próximo de uma escrita cotidiana, sem os hermetismos que as pessoas acreditam haver na poesia. E colaborar para a geração de um pensamento crítico em maior escala. A linguagem jornalística contribuiu para que meu texto poético fosse mais enxuto.

Quanto às fronteiras e intersecções, é algo que mudou no decorrer das eras. Os discursos literário e jornalístico já foram mais próximos, houve fases em que se distanciaram totalmente e, agora, com discussões sobre jornalismo literário e outras iniciativas para recuperar o valor das personagens ligadas a um fato, sua relação deve voltar a se estreitar.

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Diálogo publicado na comunidade LITERATURA CLANDESTINA, no ORKUT (www.orkut.com.br/Main#CommMsgs?cmm=2404121&tid=5366981538133490489&kw=paola+benevides)