O SEXO DAS CALÇADAS

O Sexo das Calçadas.

O século XXI avança antecipando sonhos, e inúmeros ramos evoluem em ritmo acelerado. Sem dúvida, um destes ramos é o sexo. Não somente no gabarito das casas especializadas, muito menos apenas na libido de fantasias caseiras, mas sobre tudo, na especialização de profissionais independentes.

Elas são polêmicas... Elas são ousadas... Elas habitam o imaginário masculino... Elas vivem num universo sem futuro definido... Elas vagam pelas aventuras e perigos da noite... Elas alimentam o prazer de um desconhecido... Elas são PROSTITUTAS.

Atire a primeira pedra quem nunca teve alguma curiosidade sobre o trabalho e vida de uma garota de programa: O que ela sente? Como ela faz? Por prazer ou necessidade? Pois em entrevista exclusiva, uma garota de programa de nossa bela vizinha Balneário Camboriú, conta tudo. Após alguns acordos, outros tantos receios, a moça entende nossa proposta e aceita, discretamente saímos da Avenida do Estado e vamos até um beco, entre a já citada via e Av. Brasil, fundos de uma confeitaria, no pequeno pátio um pouco escuro e vazio, acomodados em caixotes de supermercado, despojada e educada, ela nos abre o jogo. Com sua identidade em sigilo, iremos fazer de seu nome as verdadeiras iniciais: FL. Natural de Toledo, Paraná, a loura de brilhantes olhos verdes, 1,60 de altura e corpo em perfeitas formas chegou no litoral catarinense há 4 anos, para estudar e curtir a vida. No entanto a universitária, mantida pelos pais com singeleza, alçava luxos, e não queria emprego formal... Foi então voltando da aula certa noite, focando os saltos altos, maquiagens fortes e trajes indecentes, percebeu que a saída para uma vida melhor era a prostituição, e colocou-se imediatamente neste caminho de dura realidade e fantasiosa luxúria. Agora com exclusividade FL leva a você confissões, curiosidades, detalhes surpreendentes e relatos chocantes do mundo onde um orgasmo tem preço!

Vip Social: Como era sua vida antes de ser garota de programa?

FL: Faz pouco tempo, mas não lembro direito. Era bem comum. Uma moça normal, mas eu sempre soube que não era uma moça normal, eu sempre quis mais pra minha vida. Mais badalação, agito, hoje eu tenho.

VS: Sua família, amigos, sabem a profissão que você exerce? O que pensam disso?

FL: (Respira fundo, olha por um tempo) Meus pais são muito conservadores, jamais aceitariam. Obvio que eu tenho amigas prostitutas, a gente acaba formando uma família aqui, se ajuda, se protege, se gosta mesmo, então elas sabem, e nos orgulhamos disto. Alguns colegas da faculdade sabem, nem dizem nada e prefiro não saber o que pensam, sou muito encrenqueira pra ficar sabendo o que pensam (ri), eu admito se me perguntarem, mas só se me perguntarem.

VS: Qual seria a reação de seus pais se descobrissem? E a sua reação mediante a deles?

FL: Morrer é uma opção? (ri) Não gosto de ficar pensando, e acho que eles nem desconfiam. Iam me esquecer com certeza, deserdar, eu ia lamentar muito, tentar correr atrás, mas tenho minha vida pra viver, não posso largar tudo por uma bobagem de preconceito. Com dor no coração, a alma sofrendo, mas continuaria.

VS: A forma como a mídia mostra a prostituição, está correta?

FL: Já foi pior, parece que as cabeças abriram mais, está mais aceita a coisa, então tem melhorado a imagem. Não que um dia chegue a ser tratada como santa, nem queremos. Mas o povo sabe que não é apenas uma mulher da vida, uma drogada querendo usar mais droga, e nem de uma vedete dos anos 20, com vestido de lantejoula e penacho na cabeça. O pessoal não tem mais medo de passar na calçada. A mídia peca muito, pois as vezes mostra a coisa com um brilho que não existe, esse brilho é fantasia apenas, mas já foi pior, hoje o povo vê como uma pessoa normal, e a mídia ajuda pra isso.

VS: Se pudesse voltar no tempo, mudaria algo nesta sua jornada?

FL: Não sei, porque não é ruim assim como fazem, você trabalho como quiser, de acordo com o que o horário lhe permitir, e tem cliente pra todo mundo. Trabalhando numa loja ia ganhar menos da metade do que ganho. Mesmo assim ia tentar outra coisa, porque embora de bastante grana mancha muito você na sociedade isso aqui, sua vida muda drasticamente, e você tem que estar preparado.

VS: Você tem medo de trabalhar na rua? Considera um trabalho perigoso?

FL: Trabalhar na rua não dá medo, dá medo é ir aonde os clientes querem. A gente está sempre contando com a sorte porque não sabe o que vai enfrentar. Comigo nunca aconteceu nada, mas o perigo está ai com toda certeza, e depois que eu soube que em outro ponto, um cara contratou serviço de uma garota só pra mata-la na sua casa, eu comprei uma arma, está aqui comigo agora, mas não se preocupe (ri), é um caso de segurança pessoal, me sinto mais segura, várias meninas tem, no caso de verem que o negócio é perigo. É o tipo de trabalho que a gente não sabe se vai voltar quando acabar, mas eu adoro aventura, e se for pra ser o fim uma hora dessas, não tenho medo.

VS: Como é a sua rotina? Sua vida pessoal e a prostituição?

FL: Normal. Não é outro planeta sabe, e eu encaro com profissionalismo. A noite tenho a faculdade em Itajaí, daí alguns dias a tarde eu faço programa, só algumas vezes, na maioria das vezes o negócio rende é na madrugada, então quando chego da aula, faço um lanche, me produzo e venho para o ponto. Estudo para as provas, faço os trabalhos, amo a área que escolhi para cursar minha faculdade, então me empenho. Limpo a casa com som bem alto, cozinho, faço compras, visito amigos, mas entre uma coisa e outra me prostituo, esta é a diferença.

VS: Você já recebeu propostas de amigos, ou conhecidos?

FL: Já, algumas aceitei, morrendo de vergonha, mas fiz até com prazer mesmo, mas ainda bem que é raro de coincidir que um deles venha aqui.

VS: Você escolhe seu cliente? Existe algum critério de seleção?

FL: (ri) Alguns homens já me perguntaram isso, eu respondo que não, nunca, mas tem sim. Sinceramente, se o cara for muito porco, muito feio, ou simplesmente não me identificar, eu não vou, ainda bem que posso me dar ao luxo disso. Nunca surgiram dói ao mesmo tempo de você ter que escolher entre um e outro, pois sempre vou pelo mais bonito, educado, o pouquinho que a gente conversa antes de topar sempre dá pra notar como o cara é, e tenho sorte, pois muitas vezes “vou” com caras legais, alguns até mesmo tenho prazer.

VS: Você sente prazer nas relações?

FL: Algumas, só algumas. Mas ao menos uma por noite, e tenho, como outras meninas um roteiro. (ri) É uma espécie de cronograma, quase que mecânico, mas agora você faz isso, depois de 5 minutos parte para outra coisa, e assim vai, quase uma atriz, é só seguir o roteiro.

VS: O expressivo número de travestis que se prostituem, influencia na sua clientela?

FL: Poxa, é delicado, influencia sim. São mais baratos, e muitas vezes eles enganam o cara dizendo que são mulheres, e quando tira a roupa não são. É normal ver um travesti passando com olho roxo, hematoma, porque apanhou de alguém depois que esse alguém descobriu que não era mulher. Algumas pessoas contratam por fetiche mesmo, e é fácil se enganar, eu que vejo direto não me engano, mas quem não vê cai fácil, pois alguns investem pesado em produção e ficam iguais a nós mulheres. Tenho amigos travestis, e são vários casos: alguns tem inveja de nós, outros se acham superiores, outros vem vestido com a roupa da mãe e peruca de plástico parecendo um palhaço. São vários casos, mas tem mercado pra todo mundo.

VS: Você já foi enganada, apanhou de algum cliente ou sofreu algo?

FL: Eu ando armada! (ri) Mas enganada sim, não me pagaram umas duas vezes sabe. Outro dia um cara também disse que não ia pagar, daí eu disse que tinha uma arma carregada na bolsa, pagou cinquenta a mais até! Mas apanhar nunca, eu fazia defesa pessoal até pouco tempo atrás, sei bastante coisa, não achei que sou perigosa por favor (ri novamente) mas preciso disso, pois não vou fazer programa com um segurança a tira colo. Como não uso telefone não corro o risco de ter trote, mas alguns caras desistiram do meio do caminho. Um deles uma vez até disse: “Você não me acha bonito, não vai querer transar comigo, vamos embora!” Isso dentro do quarto de motel já, mas nem considero engano, ri muito disso. Eu tenho sorte com isso, dá certo na maioria das vezes.

VS: Você se vê diferente das outras garotas de programa? Por que?

FL: Sei que é muita pretensão, mas já que você perguntou, eu acho sim. A maioria delas é pobre coitada que não tem outra saída a não ser esta, eu estou por opção, porque não quero emprego fichado, e elas não tem educação, são baixas, cometem erros visíveis. Eu sou universitária, estou quase me formando, tive boa educação, bom ensino toda minha vida, fiz aula disso, aula daquilo, viajei e conheci vários lugares, sei o que é o mundo de verdade, e não apenas o ponto em que trabalho. Eu sei que sou uma mulher bonita, e isso conta muito aqui, e eu também procuro fazer algo diferente. Conheço as coisas boas do mundo em todos os termos, gosto de ler, de estudar, então isso é um diferencial, hábitos que você acaba aplicando na hora de “agir”, o que as vezes te faz melhor que as outras, as vezes pior, mas sempre diferente.

VS: Pretende largar essa “profissão” algum dia?

FL: A comodidade que tenho me diz que não, mas a sociedade me diz que sim. Me formando vou fazer isso sim, com outro emprego garantido na minha área de formação, eu vou sim. Isso que faço não é pra sempre, não tem aposentadoria para prostitutas (ri). Sei que é um mundo que vou ter saudades, mas amo mais a área que vou trabalhar do que vender o corpo, e me formando, saio dessa!

VS: Tem namorado, ou já teve? Ele sabia que você era garota de programa?

FL: Tenho vontade de ter. Claro que antes de ter essa vida já tive como qualquer adolescente, descobri várias coisas da vida, com meu primeiro namorado. Não deu certo, claro, eu queria mais pra mim, mas ainda somos amigos, nos falamos pela internet. Tive casinhos, mas eu sempre revelei em momentos certos quem eu sou de verdade, há preconceito, há conformismo, várias reações, mas não sinto falta, sou bem cercada de gente amiga.

VS: Como é sua relação com as outras garotas de programa?

FL: A minha relação com elas eu tento fazer da melhor maneira possível. Não tem muitas, mas é sempre bom ser amiga. Algumas são amigas realmente, vão na minha casa, saímos juntas as vezes, algumas apenas se conhece, se cumprimenta se convive. Algumas são bem falsas, eu não sou. Se não fui com a cara, não vou deixar de falar, pois não quero confusão, evito ao máximo, mas também não fico passando a mão na cabeça. Vejo uma guerra de uma tentando aparecer mais que a outra, entre os travestis esta guerra aumenta. Mas também há união, quando se precisa a gente se une. Se chega uma nova, a gente tenta orientar, mas se vê que é “gente ruim”, a gente dá um jeito de colocar pra fora. Nos vemos fora e nos falamos, nunca tocando no assunto claro, mas é uma boa relação, eu ao menos, do que conheço de histórias e histórias de prostitutas tenho uma boa relação com quem convivo.

VS: Você faz ponto sempre no mesmo lugar, ou alterna?

FL: (descontraída, ao ouvir a pergunta ela cantarola baixinho: “quero uma casa no campo, onde eu possa fica do tamanho da paz”. Ri) depende da procura. Na temporada de verão qualquer lugar está ótimo, pois passa gente a toda hora querendo, mas fora da temporada eu vou testando, uns dois dias num local que é fraco e eu mudo, mas tem que ter cuidado. Tem que dar uma estudada antes, pois tem pontos marcados, e se você ocupar é guerra, se mudar tem que ser para um lugar vazio. Nunca mudei por um outro motivo, sempre por cansar daquele lugar um tempinho, ou por estar fraco de movimento, mas a gente se fixa e pronto, tem que se fixar, é assim.

VS: O modo como se veste para trabalhar, é o mesmo modo como se veste fora do seu trabalho?

FL: De jeito nenhum, como disse, tem que saber separar as coisas. Eu separo, depois e antes de estar aqui, se acaso me ver, não estarei assim. Pra trabalhar você tem que ser glamurosa, e a roupa traz isso, de destacar chamar atenção, mas positivamente, não sendo alvo de piada, e não tem graça pra você mesmo ficar repetindo, misturando trajes pra diferentes ocasiões.

VS: Como mora sozinha, também atende na sua casa, ou só em locais escolhidos pelos clientes?

FL: (pensa, faz uma careta) Já pensei nisso! Mas daí pensando melhor, vi o quanto poderia ser perigoso. Sei que ganharia mais fazendo isso, e seria mais cômodo, confortável. Mas vai que a pessoa volta e tente sei lá o que, é arriscado, nunca fiz nem vou fazer isso.

VS: Quem você gostaria de ser de verdade?

FL: Posso pensar grande cara, mas não tenho grandes pretensões quanto a isso, quero apenas estar formada, com minha família, exercendo minha área que estudo, meu cachorro, casada com uma pessoa legal e viajar muito, conhecer vários lugares, fazer cursos de arte, cursos de várias coisas, tanto pra conhecer o mundo quanto pra conhecer gente, e deixar a vida me levar.

VS: Qual o desejo mais estranho que você já recebeu de um cliente?

FL: (Ri) Nossa, tem tantos! Tem tanta gente louca que você nem imagina. Já fui contratada só pra jogar baralho, só pra ir ao cinema, só pra ficar conversando, só pra ficar olhando o cara nu, são tantas situações, e não acho ruim, é legal essa diversificação (ri novamente). Mas o mais estranho, coisa que ri, fiquei chocada durante muito tempo, foi um cara de Penha que me levou pra fazer número em um velório. Segundo ele, era um cara que os amigos não chegariam a tempo, e tinha pouca gente, então a solução que ele pensou foi esta, tanto que quando cheguei lá, com roupa de noite e tal, todos te olhando, tinha mais algumas garotas de programa conhecidas minhas. Rimos demais, ficamos lá umas 4 horas, ganhamos bem, por um morto.

VS: Você costuma sair na noite, freqüentar danceterias? Se prostitui nesses locais?

FL: Eu vou sim, é bom se chacoalhar, dançar um pouquinho faz bem. É complicado porque nunca vou sozinha, sempre com amigos né, mas se pintar uma oportunidade, se a coisa for quente a gente vai, discretamente vai, mas sinceramente eu evito, pois estou ali pra me divertir, por isso as vezes rolas, mas nem cobro, pois é o cara que quero, um bom momento, eu terei prazer, então descarto o dinheiro.

VS: Você já reconheceu, ou foi abordada por algum cliente no seu dia-a-dia fora daqui?

FL: Outra coisa que tenho sorte, nunca! Também procuro não gravar nada da pessoa pra não correr o risco. Não sei por que, mas nunca mesmo!

VS: No seu ponto de vista, o que é mais fascinante e mais repugnante nesta profissão?

FL: Posso dizer que não é complicado, não é uma vida de glamour, e você sofre muito, a sociedade te condena muito por preconceito, e algumas pessoas acham que você é um objeto e não um ser humano. De fascinante tem, que se você tiver criatividade pode ser uma pessoa a cada dia, pode contar histórias diferentes para os clientes, inventar universos, você é um desejo intenso a ele, o maior prazer dele está guardado em você. Isso fascina ao menos a mim.

VS: Conte-nos algo sobre o qual ninguém imagina sobre prostituição.

FL: No mundo de hoje, as pessoas imaginam de tudo já. Crianças pequenas falam de sexo já, então não tem o que não imaginar neste mundo, mas você recebe proposta de todo tipo, cantadas de todas as formas. Mas eu ao menos tenho medo de ser levada sei lá, pra exportação, para o exterior onde escravizam prostitutas, e sei de gente que aconteceu isso aqui na região, tenho medo de ser morta, se ser seqüestrada, convivemos com estes medos, pois parece que a cabeça dos adolescentes, dos homens quer apenas se divertir e não têm mais moral, não tem pudor, e fazer alguém sofrer na rua é divertido, então todas temos medo disso. Mais do que imaginam.

VS: Você também atende mulheres, outros tipos de clientes sem ser homens?

FL: Eu sou bem preconceituosa quanto a isso sabia? Não atendo mulheres não. Só homens, heterossexuais mesmo, sem outro jeito. Apesar de ser liberal, entender, disso, até tenho amigos gays, vários, mas atender gays não, e que não insistam! (ri)

VS: Você cuida do seu corpo, das suas partes íntimas? Acha isso importante?

FL: Ta ai um ponto que eu até gostaria de discutir com elas, com as outras meninas, porque você vê que algumas não se cuidam, mas eu acho essencial. Poxa, eu vendo meu corpo, nada mais comum do que cuidar bem dele. Então sempre que posso faço exercícios, procuro fumar o menos possível, faço uma dietinha, um controle de comida, e um bom salão de beleza faz bem a todo mundo. Eu vendo minha aparência, afinal o cara não me escolhe porque tenho um bom papo, a primeira coisa que ele vê, e no que ele está mais interessado é meu corpo, então cuido. Me depilo, e sempre procuro inovar, fazer brincadeiras com eles, fetiches, alguns gostam outros não, mas sempre procuro inovar pra não cair na própria rotina e enjoar.

VS: Você sente prazer?

FL: (ri) Acho que é a maior curiosidade de todos né. O prazer é algo que vai além do corpo, está na cabeça, o corpo alheio ajuda, mas se a sua cabeça não estiver em sintonia não adianta. Não sou uma pedra, mas pra mim sentir prazer tem que ser um cara bacana, que saiba me fazer entrar em sintonia, me convença, me faça a entrar no clima dele, e alguns fatores a mais (ri). Não é impossível, mas também não sou fácil. Mas como todo ser humano, independente de ser garota de programa o não as vezes também tenho orgasmo, e gosto disso, a diferença é que ganho para isso.

VS: Você se acha vulgar?

FL: As vezes depois que chego aqui, me olho bem e acho sim. Me pergunto: “Nossa, como consegui ficar assim?” Mas faz parte, eles também não gostam de santas, só que exagerar deixa ridículo. Alguma vezes faço de propósito, é uma fantasia. Tento sempre ser sensual, sexy, nunca vulgar, mas mesmo sendo duas coisas bem diferentes, é difícil na prática fazer uma coisa sem puxar a outra.

VS: Você pode nos contar a sua renda média mensal?

FL: Varia, não sei te dizer por mês. Sempre dá pra pagar as contas, fazer meus luxos, viajar, comprar besteira, pouco mais de mil por semana, mas na temporada aumenta. O dobro disso, mas nem todas conseguem, isso. Sei de gente que fica até amanhecer ali sem nada. Comigo ainda bem que nunca aconteceu, e se o ponto ficar ruim, eu mudo, Tem sempre que ter uma estratégia pra continuar ganhando.

VS: Você aconselha as pessoas a seguirem este seu caminho?

FL: Talvez espere que eu grite não nessa resposta (ri), mas vou ser calma e dizer que não é o inferno católico que pregam, que devem estar muito certas do que querem, que tem que ter muito estomago, muita coragem, muito jogo de cintura, e não é simplesmente transar e pronto. Às curiosas e curiosos, experimentem uma noite, não vai morrer, ao menos se morrer é muito azar. Tem que agir com calma, sem estresse, mas quem quiser dinheiro fácil, sem ter patrão, incômodos o uma lista de regras, sejam bem-vindas, lembrando sempre que toda ação tem sua reação, e várias conseqüências.

VS: Você já se apaixonou, ou teve caso duradouro com alguém que tenha sido cliente?

FL: Atire a primeira pedra a garota de programa nunca teve! No começo sim, mas com o tempo você vai pegando a manha, alguns te prometem mundos e fundos, quando você sabe que não é bem assim. Na hora pra não contrariar nem criar confusão, diz que sim, mas depois nem conta com aquilo. Se tudo o que me prometeram fosse cumprido, hoje era atriz de Holywood, riquíssima! Daí as vezes você se apaixona pelo que prometem, não por eles mesmo. As vezes você fica interessada no cara, de verdade, mas saber que a sua imagem de prostituta nunca vai sair da cabeça dele, faz desistir logo logo.

___________________________________________________________

Douglas Tedesco
Enviado por Douglas Tedesco em 25/12/2009
Código do texto: T1994709
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.