Belvedere entrevista Erthal Rocha

Célio Erthal Rocha,conhecido profissionalmente como Erthal Rocha, nasceu no município de Bom jardim, descendente de colonos de origem suíço-alemã, fundadores da cidade de Nova Friburgo. É jornalista,advogado e defensor público aposentado É casado com Mânia Alcântara. Tem três filhas e um filho e quatro netos.
Do Ministério Público/RJ recebeu em 2002 placa e diploma em reconhecimento pelos serviços prestado à Instituição para o bem funcionamento de sua missão constitucional. Em julho de 2014, recebeu, solenidade no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, colar do mérito e diploma por ocasião das comemorações d os 60 de fundação da Defensoria Pública no Estado do Rio de Janeiro, por serviços prestado como jornalista e defensor público pelo engrandecimento da Instituição

Belvedere Bruno - Como foi o início no jornalismo?
Célio Erthal Rocha- O então deputado e jornalista Alberto Torres adquiriu em 1954 o comando de O FLUMINENSE. Eu era ainda estudante de Direito e, por intermédio de meu primo deputado José Luiz Erthal, pleiteei uma vaga de repórter. A partir daí, Integrei a equipe do jornal e lá permaneci durante 44 anos.Fiquei longo tempo na reportagem geral, fui colunista (Homens e Negócios), fiz publicidade e criei e chefiei o Departamento de Relações Públicas. Até hoje ainda frequento o jornal que continua prestando serviços à população, dirigido com correção por seu único neto Alexandre Torres.

BB-- Tinha bom relacionamento com Dr. Alberto Torres?
ER- Além de seu companheiro no jornal,fomos correligionários na política, por ele sempre exercida com ética, dignidade e espírito público, coisa rara na atualidade. Haja vista os escândalos do mensalão e da Petrobras.

BB-— Fale sobre a vivência na política .
ER-- Sempre me interessei por política. Está no sangue. Fui candidato a deputado estadual.Assumi o mandato em 1965, como suplente. Apresentei na Assembléia Legislativa ao Ministro da Viação,Juarez Távora indicação para a cessão gratuita pela Rede Ferroviária Federal às Prefeituras fluminenses dos prédios desativados das Estações da Estrada de Ferro Leopoldina, cujos ramais haviam sido extintos.A cessão foi efetivada e serviu de sede de diversas prefeituras, inclusive a de Friburgo, que até hoje a utiliza no belo prédio no centro da cidade. É bom ressaltar que, na época as municipalidades viviam à míngua de recursos, situação só corrigida na Constituição Federal de 88.

BB--Como foi sua incursão na literatura?
ER - Costumo dizer que sou um veterano jornalista e um jovem escritor. Meu primeiro livro (de memórias) “Jornalismo, Política e outras Paragens” foi lançado no ano passado.Nele relato fatos importante que marcaram a vida de Niterói e do Estado, como o quebra-quebrada lanchas pelo povo revoltado e o incêndio da Estação das Barcas na Praça Araribóia em 1959 pelo péssimo serviço do transporte marítimo prestado na travessia Rio-Niterói (situação que causa conflito até hoje). Abordo também o entrevero entre o Governo Paulo Torres, do qual fui secretário de comunicação social e o “Grande Jornal Fluminense” informativo radiofônico que marcou época, transmitido pela Rádio Tamoio e Jornal do Brasil, com audiência em todo o Estado. Na época os jornais impressos não chegavam ao interior, o que foi suprido pelo GJF,fundado pelo jornalista João Baptista da Costa.

BB—O lançamento teve boa repercussão?
ER-O lançamento foi no Solar do Jambeiro e quase se esgotou.Várias personalidades de Niterói e do Rio foram lá me prestigiar, ajudando a Casa Maria deMagdala e Orfanato Santo,entidades beneficiadas com o produto da venda do livro.A tão querida jornalista e professora Nina Rita Torres, recém-falecida, lá esteve e fez questão de ficar durante longo tempo na fila dos autógrafos. Seu gesto me emocionou,pois ela já não estava bem de saúde.

BB--O livro está esgotado?
ER- Há ainda exemplares na Livraria Gutenberg,na Moreira César,em Icaraí.

BB- Quando será lançado seu segundo livro?
ER-“Um olhar sobre o Ministério Público Fluminense”, editado também pela Nitpress vai ser lançado (2/12/2014) na sede da Associação do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro,no Rio. O prefácio é do promotor de Justiça,Luciano Mattos,presidente da AMPERJ. Nele relato fatos dramáticos decorrentes da fusão da Guanabara com o antigo Estado Rio em 1975 e que culminou com a “Vigília Institucional”, que o povo chamou de greve dos promotores. Foi em protesto contra a situação de desigualdade vencimental entre os membros do MP da GB e de nosso Estado,situação inaceitável somente resolvida oito anos mais tarde. Foi um passo decisivo dos promotores fluminenses para a independência que hoje caracteriza o Ministério Público

BB-Será também lançado em Niterói?
ER -Sim. Em março próximo,para atender aos amigos de nossa cidade.

BB - Faz parte de alguma entidade cultural?
ER-- Do Instituto Histórico e Geográfico de Niterói e do de Bom Jardim,terra onde eu vi a luz do sol pela primeira vez.