Em semana intensa, jovens compartilham projetos e encerram ciclo de estudos

Estudantes do Centro Vocacional Tecnológico do Instituto Mamirauá relatam experiências com planos de ação em comunidades ribeirinhas do interior do Amazonas.

“Entre dificuldades e vitórias, chegamos ao dia de hoje”. Assim, com o espírito de muito conhecimento partilhado e aprendido, mais uma turma finalizou os estudos no Centro Vocacional Tecnológico (CVT) do Instituto Mamirauá. A cerimônia de entrega dos certificados foi realizada ontem, dia 12 de dezembro, em evento realizado na sede da instituição. Foram 17 formandos que ingressaram no CVT no início de 2018, implementaram um plano de ação este ano e agora concluíram os estudos em uma cerimônia emocionante.

“Sou um entusiasta do CVT, não só pela visibilidade que dá para a instituição, mas sim pelo desempenho e esforço de cada estudante. Vocês são aqueles que de fato podem fazer a diferença nas suas comunidades, aldeias, associações ou empreendimentos comunitários”, disse João Valsecchi do Amaral, diretor geral do Instituto Mamirauá, organização social vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.

Uma estudante foi escolhida para discursar, representando os demais estudantes. Taliana Oliveira é conhecida por falar bastante. Na tarde de 12 de dezembro, falou pouco, mas falou fortemente da experiência ao longo desses dois anos: “Construímos e desconstruímos ideias, pensamentos e ações. Em nome da turma, agradecemos a todos pela oportunidade. Muitos queriam estar aqui e não puderam”.

Ao final do evento, os formandos receberam da Analista de Inovação de Pesquisa do Instituto Mamirauá, Tabatha Benitz, uma semente de girassol representando que os lanços tenham continuidade, cresçam e se fortaleçam pela conservação da Amazônia.

Seminário de projetos

Entre 9 e 11 de dezembro, estudantes e técnicos do Instituto Mamirauá participaram do 1º Seminário do Centro Vocacional Tecnológico (CVT), realizado na sede da instituição. O objetivo do evento foi compartilhar experiências entre estudantes que implementaram planos de ação este ano e aquele que irão executar no próximo ano.

“Painel integrado”, “construção da nuvem” e “chuva de ideias” foram algumas das dinâmicas trabalhadas pelos participantes do seminário. Os jovens também apresentaram um diagnóstico com as problemáticas encontradas em suas comunidades. Após o diagnóstico, os jovens construiram seus planos de ação com o intuito de solucionar as principais dificuldades enfrentadas por comunidades e associações na região.

“É muito importante que esses jovens participem de atividades como essas que acontecem no Instituto Mamirauá, pois agrega a experiência, os saberes e a expertise de cada aluno. O que estamos construindo nesse seminário é algo inovador, motivador e rico em saber e conhecimento”, afirma Sandro Augusto Regatieri, gestor do Centro Vocacional Tecnológico (CVT) do Instituto Mamirauá.

O jovem Ricardo Miranda Gomes, 19 anos, da aldeia São José da Fortaleza, terra indígena localizada no entorno da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã, já concluiu a primeira etapa dos estudos no CVT. “Eu pretendo agora executar meu plano de ação que vai ajudar a associação no acordo de pesca. No meu diagnóstico, identifiquei que os pescadores precisam de capacitação na metodologia de contagem, por exemplo”, destaca o estudante. O CVT conta com o apoio da Fundação Gordon e Betty Moore e da BrazilFoundation.