Entrevista com o autor José Sepúlveda

Entrevista

ICE- O que é para si a poesia? E o que é para si um poeta?

José Sepúlveda- É a forma que encontrei para exprimir pensamentos e sensações dum modo harmonioso que leve a todos os que me rodeiam um pouco do meu eu, do que fui, do que sou e do que penso da vida. Um poeta não é mais que esse canal de comunicação de palavras e de sentimentos.

ICE-Como foi o seu primeiro contacto com a poesia?

José Sepúlveda- Teria que recuar aos meus tempos de criança, em que os que me rodeavam gostavam de me ver escondido atrás das portas a improvisar versos ou cantigas, usando muitas vezes os seus próprios nomes. Mas o meu banho de poesia deu-se cerca dos nove anos quando encontrei Fernando, um carpinteiro, que me ensinou a ser poeta. Essa história está contada no eu livro Crónicas Saloias. A partir daí, após o ingresso no ensino secundário, foi o batismo de poesia, em que comecei a produzir os meus próprios trabalhos.

ICE-Escreve apenas poesia ou também tem interesse por outro género literário?

José Sepúlveda- Gosto de Poesia, de escrever umas crónicas, de elaborar trabalhos de pesquisa em diversas áreas: poesia, música, genealogia e história da família e arqueologia bíblica.

ICE-Prefere escrever quando está sozinho ou a vida que o/a rodeia é também a sua inspiração?

José Sepúlveda- Prefiro escrever sempre que a vontade surja, independentemente de lugar ou ocasião. Mas muitas vezes escrevo para corresponder a desafios.

ICE-A que autor(es) escreveria um poema em agradecimento ou homenagem pela inspiração que lhe transmitiu?

José Sepúlveda- Tenho escrito a vários, mas os meus grandes mestres na poesia (não fossem eles sonetistas exímios) foram Antero, Camões, Bocage e Florbela. Em prosa, Virgílio Ferreira e Vladimir Korolenko. Mas tenho dedicado poemas a diversos autores.

ICE-Alguma vez quis ou sentiu a necessidade de frequentar um curso de escrita criativa?

José Sepúlveda- Não, nunca senti necessidade.

ICE- Gosta mais de livros físicos ou os livros digitais (e-books)?

José Sepúlveda- Gosto de livros físicos mas a minha preferência, por motivos diversos, vai para os digitais. Daí, a minha biblioteca de ebooks cm algumas dezenas de títulos.

ICE-Quando começa a escrever, já sabe como vai terminar o seu poema? Ou vai criando à medida que escreve?

José Sepúlveda- Por norma, já tenho o poema arquitetado, mas assim como um construtor, muitas vezes altero o projeto a meio do caminho.

ICE-Quais são os seus autores preferidos (nacionais ou estrangeiros)?

José Sepúlveda- São muitos, mas os preferidos, já os referi atrás: Antero, Camões, Bocage e Florbela. Em prosa, Virgílio Ferreira e Vladimir Korolenko. Foram, na verdade, os meus mestres.

ICE- Tem alguma obra publicada ou que gostasse de vir a publicar? Quer falar-nos desses projetos?

José Sepúlveda- Tenho mais de trinta trabalhos publicados, de temática variada. Gosto de diversificar os temas da minha produção.

A par disso, tenho participado num número elevado de coletâneas, sobretudo de poesia, fossem elas promovidas por grupos que criei na internet, ou oriundas de outros promotores, portugueses, brasileiros ou italianos.

Por outro lado, enquanto professor na universidade sénior, desenvolvi uma série de parcerias com outros colegas, na área da música e da recuperação de publicações quase perdidas, na área da opereta, parte das quais já voltaram aos palcos.

Escrevi ainda dezenas de poemas para colegas da mesma instituição, sonetos e acrósticos, que coligi num ebook.