Entrevista com o autora Ana Guedes

Entrevista

ICE- O que é para si a poesia? E o que é para si um poeta?

Ana Guedes- Poesia para mim é a mais sensível expressão de sentimentos sobre o que se quer revelar ou descrever.

Aquele que desenvolve as palavras, se expressa e transmite o sentimento ao outro; é um Poeta.

ICE-Como foi o seu primeiro contacto com a poesia?

Ana Guedes- Foi lá na infância, talvez I Juca Pirama de Gonçalves Dias, na fase escolar.

ICE-Escreve apenas poesia ou também tem interesse por outro género literário?

Ana Guedes- Na realidade tenho um maior interesse em outro gênero, embora tenha escrito apenas algumas poesias. Prefiro as narrativas.

ICE-Prefere escrever quando está sozinho ou a vida que o/a rodeia é também a sua inspiração?

Ana Guedes- Inspiração nos chega independente de estarmos sozinhos, mas é a vida a fonte, a beleza da natureza, ou situações cotidianas .

ICE-A que autor(es) escreveria um poema em agradecimento ou homenagem pela inspiração que lhe transmitiu?

Ana Guedes- Nossa, muita gente!

Não posso deixar de lembrar daqueles que fizeram diferença em muitas fases, pois vamos nos envolvendo a cada dia com todos que transmitem mensagens de amor ou recados sociais, declamadas ou cantadas; na infância Cecília Meireles, adolescência Vinícius de Moraes, Fernando Pessoa, John Lenom, Milton Nascimento, Drumont, Chico Buarque. Todos inspiraram coisas de grande importância para que se vá vivendo, ouvindo, assimilando, ponderando, questionando. Nos diverte, e colabora com nossa formação, caráter ético.

Mas preciso registrar algo muito forte:

“Amanhã será um novo dia, da mais estranha história que possa imaginar. Amanhã, redobrada a força, acima do ilusório. O astro Rei vai brilhar. Amanhã, mesmo que uns não queiram será a estrada que surge, ver o dia raiar”

Vejo a vida assim, e são eles os poetas inspiradores que me aliviam. “Essa” eu devo agradecer à Guilherme Arantes.

ICE-Alguma vez quis ou sentiu a necessidade de frequentar um curso de escrita criativa?

Ana Guedes- Sim, mas como a vida me restringiu a necessidades emergenciais. Cheguei a conclusão por tudo que vivi que, criatividade é inspiração nata ou adquire se na escola da vida.

ICE- Gosta mais de livros físicos ou os livros digitais (e-books)?

Ana Guedes- Livros físicos sempre, com cheiro de papel novo. Porém hoje, vivemos uma nova era, e muitas vezes, talvez pela praticidade, descobrimos muitas literaturas online, é um dispositivo ambíguo, pois não acumulamos livros em estantes, se não houver espaço. Mas necessitamos não só da energia elétrica, como do wifi, e se tudo isso faltar, não podemos exercitar nosso hábito, tão necessário, que para tal, só precisamos do livro. Além de podermos carregá lo, ler sob uma árvore, independente da tomada.

ICE-Quando começa a escrever, já sabe como vai terminar o seu poema? Ou vai criando à medida que escreve?

Ana Guedes- Criação vai surgindo contornando o imaginário, de acordo com o tema a ser desenvolvido, vamos enfatizando as palavras, conferindo se estamos passando sentido, se há expressão do que estamos sentindo .

ICE-Quais são os seus autores preferidos (nacionais ou estrangeiros)?

Ana Guedes- Manuel de Barros, Cecília Meirelles, Carlos Drumont de Andrade,

ICE- Tem alguma obra publicada ou que gostasse de vir a publicar? Quer falar-nos desses projetos?

Ana Guedes- Estou elaborando minhas escritas, ainda não tenho como publicar. Sempre escrevi, para meus registros, sem pretenção. Como gosto de escrever, posso estar envolvida com outros trabalhos, se a mente elabora, a situação alerta para que seja registrada, tenho que parar e escrever, se for impossível naquele momento, perco minha criatividade. E dona de casa nunca está preparada, para sentar e, de uma tarefa em que o desenvolvimento motor fino pede que esteja pronta, realize de uma hora para outra, pois as tarefas cotidianas não são leves. Mas por isso mesmo aguça a necessidade de mandar para o papel todas vicissitudes da vida.

Ana Elisa Abreu Guedes

Jacareí, 13 de fevereiro de 2021