ENTREVISTA COM A ESCRITORA JACQUEILNE SOUZA

Entre prosa e versos apresentamos ‘A lenda do bebê-demônio’

 

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

 

Jacqueline Souza, nome artístico da paulistana Jacqueline da Silva Souza. Especialista em Linguística e Ensino de Línguas pelo Centro Universitário Uniseb. Autora de artigos, contos e crônicas. Participou de várias antologias. Fez a obra A lenda do bebê-demônio.  Trabalhou como Auxiliar de Tutoria na Fundação Padre Anchieta no Curso de Formação dos Professores do Estado de São Paulo. Foi professora de Português Instrumental e Inglês Instrumental da FASM - Faculdade Santa Marcelina (2010 até 2017); atua como Professora Coordenadora do Núcleo Pedagógico da Diretoria de Ensino Leste 4, com a formação dos professores coordenadores das escolas. Participou da elaboração dos Cadernos do Aluno e do Professor, assim como, da validação das avaliações da aprendizagem em processo da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo. Realizou em 2019 o Festival Cultural de Sampa na Fábrica de Cultura Parque Belém – SP. Associada à ABERST (Associação Brasileira de Escritores de Romances Policiais, Suspense e Terror). Imortal – Membro Correspondente da Academia de Letras do Brasil – ALB/RJ – Campos dos Goytacazes. Diretora Cultural da ALB. Agenciadora (Diretora) do Núcleo INFÂNCIA /ARTE do Coletivo Mulheres Artistas.
 
“O medo e o suspense me atraem muito, aquele friozinho na barriga e a vontade de saber o que vem em seguida. As características dos ambientes e das personagens para algo assustador, que surpreenda e aguce a imaginação.”
 
Boa leitura!
 
Escritora Jacqueline Souza, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, quando começou o seu gosto pela arte de escrever “terror”, o que a motivou?
Jacqueline Souza - Agradeço poder participar da revista Divulga Escritor. É uma honra para mim.
Acredito que o gosto pelo “terror” vem desde a infância, quando meus pais contavam histórias de Trancoso para mim e meus três irmãos. Dava aquele medinho, mas conseguíamos dormir tranquilamente. Sempre gostei de assistir a filmes de terror e suspense. Adorava uma série chamada: The Twilight Zone, conhecida como Além da imaginação, que trazia muita ficção científica, fantasia e terror. Lia muito, principalmente, contos de suspense e terror, além de fantasia,  sobrenatural, ficção científica e romances. Poderia dizer que “sofri” influências de autores como: Edgar Allan Poe, Stephen King, Lygia Fagundes Telles, Emily Brönte, Machado de Assis, Antoine de Saint-Exupéry, Alexandre Herculano, William Shakespeare, Clarice Lispector e outros, além dos diretores de filmes: Alfred Hitchcock, Steven Spielberg. Escrevia algumas coisas, porém descartava, embora tivesse escrito um livro aos 14 para 15 anos como trabalho da escola, que ficou na biblioteca, sobre alienígenas. Somente depois dos meus 40 anos, resolvi publicar meus escritos, motivada por todos esse autores que citei e meus pais, meus primeiros contadores de histórias.
 
O que mais a atrai na leitura deste segmento literário?
Jacqueline Souza - O medo e o suspense me atraem muito, aquele friozinho na barriga e a vontade de saber o que vem em seguida. As características dos ambientes e das personagens para algo assustador, que surpreenda e aguce a imaginação.
 
O que a inspirou a escrever “A lenda do bebê-demônio”?
Jacqueline Souza - O que me inspirou foi uma lenda que sempre ouvi dos meus pais e dos mais “antigos” sobre um dia que amanheceria como qualquer outro e depois escureceria repentinamente e permaneceria por três dias assim e as pessoas deveriam ter velas e água benzidas por um padre. Deveriam ficar em suas casas, pois o diabo estaria solto imitando voz de criança para entrar nas casas e aterrorizar quem encontrasse. Daí inventei mais uma lenda dentro dessa e criei a obra A lenda do bebê-demônio, que a priori era para ser apenas um conto, daí motivada pelas minha sobrinhas e minha mãe, tornei-o em algo maior.
 
Apresente-nos a obra
Jacqueline Souza - A obra é um romance que traz um cenário de bruxas, poções, adultérios, mentiras, crimes, injúrias, ódios, amores proibidos e tramas surpreendentes. Um enredo que envolve duas lendas fundamentais para o desenvolvimento do texto, mas a principal retrata a lenda de um bebê-demônio, neto do casal Smith, acusado de bruxarias e queimado na fogueira no período da Inquisição. A criança nasceu amaldiçoada, com chifres, dentes pontiagudos, cauda e mordeu a mãe, que não sobreviveu ao ataque. Riu para a parteira, que desmaiou e ele fugiu para a floresta.
O onírico está muito presente auxiliando na composição das perturbações das personagens principais.
A criatura aterroriza o vilarejo há anos, fazendo com que as pessoas não saiam de suas casas à noite. Nem mesmo a igreja deixa de ser atacada pela besta. O terror na vida dos moradores impede que tentem ver a fera, então um jovem padre Inquisidor, Paul Carter, conhecido por seus prodígios em assuntos do Santo Ofício, treinado para ser o substituto do maior Inquisidor-mor, Trevor, de sua época, admirado e temido por todos os lugares por onde passou, é chamado para desvendar o mistério, só não contava que sua fé fosse posta à prova.
Há a nossa linda jovem Ana, de uma perfeição incrível, todavia marcada por uma maldição e uma trama de crueldade. Ela ajuda a todos no vilarejo, trabalhando com sua mãe, a parteira, dona Gertrudes, e será essencial apoio para o padre.
Os poemas contidos na história refletem, muitas vezes, o desabafo das personagens que sofrem suas desilusões e frustrações.
As ilustrações remetem à nossa imaginação para este cenário sobrenatural e fantástico. Um lugar que parece tão calmo e à noite torna-se hostil e perigoso para qualquer pessoa que se atreva a descobrir o grande mistério.
 
O que me chamou a atenção no romance, envolvendo mistério e terror, foi os poemas contidos em meio a trama. Apresente-nos, um dos textos poéticos publicado na obra.
Jacqueline Souza –

“Minha amada e inacessível ser
Que permeia meus pensamentos
Seja dia ou noite
Enlouquece-me de desejos
Confundindo o meu caminhar
Desviando-me dos meus propósitos
Fazendo-me ver a realidade
No passar de um segundo
Desde que seja por um olhar

Permitindo-me atordoamento,
Cobrindo-me de dúvidas,
O que fazer? O que dizer?
Sou seu vassalo incondicional
Seu trovador que sofre
Ao saber que nunca a terei
Em meus braços
Mas aceito que a tenha
Nos pensamentos
Lá ninguém saberá
Ninguém nos encontrará
E a felicidade me rondará
Somente assim amar-te-ei...”

 
O que mais a atrai na leitura de “A lenda do bebê demônio”?
Jacqueline Souza - O sobrenatural confundido com maldição e, a partir disso, morte na fogueira, em alguns momentos do enredo.
Onde podemos comprar o seu livro?
Jacqueline Souza - Amazon, Editora Viseu e Livraria Cultura.
 
Além de “A lenda do bebê demônio”  você tem outros livros publicados. Apresente-nos, os títulos.
Jacqueline Souza - Participei de várias Antologias: Palavreiras – contos e poemas que merecem ser lidos (O espelho amaldiçoado de Lorraine); Sangue nas sombras da noite (A mansão das almas enclausuradas),  A Arte do Terror: Dia de los muertos (Reencontro macabro – e-book); A Arte do Terror: Possessões demoníacas (A babá novata – e-book); No meio do caminho tinha um professor (Professor: Missão e Identidade); Antologia de poesias, contos e crônicas da Casa da Poesia, volume 13.
 
Quais os seus próximos projetos literários?
Jacqueline Souza - Publicar a Antologia Amigos (contos e crônicas) que organizei com outra escritora Shirlei Pio e as publicações de outras antologias que participei. 
Organizar o 2º Festival Cultural de Sampa. Estão em andamento alguns projetos    do Coletivo Mulheres Artistas, o qual participo como Agenciadora (Diretora) do Núcleo Infância/Arte. Estou escrevendo um livro com muito suspense e sobrenatural (terror). Aguardem!
 
Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Jacqueline Souza. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores?
Jacqueline Souza - Quero agradecer pela oportunidade de ter sido entrevistada pela Revista Divulga Escritor. Minha mensagem aos leitores: Leiam e deleitem-se no mundo fantástico que só o livro pode proporcionar!
 
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Revista Literária da Lusofonia
Enviado por Revista Literária da Lusofonia em 30/04/2021
Reeditado em 06/03/2023
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