O fenecer

Não!!!

Jamais foi azul

Jamais foi fonte

Jamais deu prazer

Jamais enrolou-se ao teu calcanhar

Nem a tua voz macia quis se prender

Jamais, jamais

Não houve tempo para descabelar-se,

deixar-se tomar pelo desespero seu e alheio

Não teve tempo de separar-se do seu veio

Não veio

Não ficou velho diante de um espelho

Não houve a busca do seio que lhe aprazia

Não houve noite

Nem houve dia

Não teve nem bater de asas

Nem o separar-se do novelo

Jazia vida. Jazida

Anjo da morte chegou na dobra do tempo

Deixou seu recado em um bilhete

Levou a vida