Seja água

Era pedra

Me vi água

correnteza que flui

hoje areia nos pés

pensamentos como ventos

momentos além

há quem diga que a fadiga obrigada a caminhar

há quem sinta a dor de sair do lugar

há quem se jogue na imensidão do on

há quem fique off e já não está

onde morar se as ruas tão tuas não nos podem acalentar

tuas casas, castelos, muralhas que te guardam dos monstros que te habitam

loucura no centro

crueldade encrostada

crostas e crostas de mentiras mal contadas e impregnadas

nós em nos atados se dilui em copos mal lavados

barris e corotes, pequenas medidas de mortes

a perna que já não anda mais só

a bengala feita de madeira de demolição

o gps que erra na direção

houve tempos onde o afeto era rei

a vontade era rainha

e nos vassalos tornamos partes da imensidão

onde nos perdemos

mas podemos achar

pois tudo lá esta

Michela Buck
Enviado por Michela Buck em 06/02/2020
Reeditado em 04/08/2022
Código do texto: T6859364
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