Aguada
Campo cerrado
flores e matos
entrelaçados
e desejantes.
Cada qual mais belo
e estranho
no seu enrosco
com a imensidão.
Longe do horizonte
perto demais
no emaranho
com o sol, com o verde
com a emulação.
Singularidades
se perdem
inda que reunidas
num todo
formando uma obra
de sombrear sóis
de desbotar aromas
de consumir ventos.
Exalam calor
pudor
frescor erótico.
Suspensão da realidade morna...
Entre si
se esfregam
se pegam
se tocam
e logo se apagam
sem gozo e sem borda.
Moram em tela
nascem de marta
borrada de aguada.
Presas frágeis
de olhares acintes
de entendimentos obtusos
de desejos indóceis
por possuírem tal cerrado
virgem e intocado
recém invernado
ainda ingênuo
asilado
formado de sombra e luz.