" A SERPENTE"

A SERPENTE

Peça em um ato, livre interpretação da parábola de Sri Ramakrisna.

CENA 1: Aldeia cercada por uma paliçada tendo na entrada um MONSTRO em forma de serpente tipo cascavel com um chocalho aterrorizante no rabo.

LOCUTOR: - A serpente protegia a aldeia, mas era tirânica, irascível, violenta, ditatorial, arrogante e exigia sacrifícios humanos aterrorizando os pobres aldeões.

- Certo dia, passou pela porta da aldeia um HOMEM SANTO, um avatar, um sábio que repreendeu a serpente:

HOMEM SANTO: - Serpente, minha irmã! Somos todos filhos do Criador do mundo. Você deve usar seu poder, sua força, seu talento para o bem! Jamais para tiranizar os seres humanos, mas sempre para protegê-los.

LOCUTOR: - Após esse diálogo com a serpente, o sábio prosseguiu sua jornada pelo mundo.

CENA 2 – Um ano depois...

LOCUTOR: - Retornando à mesma aldeia, o sábio se deparou com a serpente agonizante, em deplorável estado físico, toda machucada, coberta de chagas e hematomas, enfim, prestes a morrer.

HOMEM SANTO: - Como aconteceu isso, minha irmã serpente? Quem te feriu assim tão gravemente?

SERPENTE: - A culpa foi sua, meu guru!

HOMEM SANTO: - Como assim, dona serpente?

SERPENTE: - O Senhor me disse para eu não morder as pessoas, e eu parei de mordê-las. Num certo dia, uma criança tropeçou na minha cauda e eu nada lhe fiz de mal. Outro dia, outra criança me atirou uma pedrinha e, também, eu não lhe fiz nada. Mais tarde, os adultos começaram a me atirar pedras, a me baterem com paus e eu também nada lhes fiz em atenção aos seus conselhos. Agora, ninguém na aldeia me respeita mais como antes...

HOMEM SANTO: - Serpente, minha irmã! Eu lhe disse para não morder as pessoas. Mas, jamais deixar de balançar o chocalho do seu rabo!