Um Cavalo Nada Burro

Um cavalo, depois de mais um dia inteiro de trabalho árduo sob um sol causticante puxando um velho e pesado arado, já anoitecendo e dentro de sua cocheira, se atira num monte de feno para descansar. Sentindo alguma coisa meio pontuda no seu lombo; era uma velha lâmpada, ele resmunga um palavrão daqueles e se prepara para dar um coice nela, para manda-la para bem longe dali. É quando ouve uma voz firme que diz: "Ô cavalo, tu é burro mesmo hein. Vai querer jogar para longe justamente quem pode mudar a sua vida?" Assustado, ele pergunta: "Quem é que está falando comigo?" Escuta novamente a voz: "Sou eu! O gênio da lâmpada".

Com um longo relincho ele dá um coice daqueles na velha lâmpada, que some lá pelo meio do mato. E enquanto com as patas dianteiras vai afofando sua 'aconchegante caminha', ele murmura lá com seus botões: "Que gênio da lâmpada, que nada; se fosse um gênio ia saber que aqui a lâmpada não funciona, já que não tem energia elétrica. E ainda vem me chamar de burro... Burro é ele". E foi tranquilo para os braços do morfeu dos quadrúpedes.