Chicão; O Vira-lata e Max: o Dog Alemão

Chicão; o Vira-lata e Max; o Dog Alemão

Havia, muito bem localizada em frente a uma das mais famosas praias da Região dos Lagos, uma linda e luxuosa mansão. Era lá, naquele pedaço do paraíso, que quase todas as manhãs um garboso Dog Alemão costumava desfilar com toda a sua elegância, sobre ume belíssimo e bem cuidado gramado que mais parecia ser um enorme tapete verde. Ele era muito querido pelos donos da mansão e também o seu guardião; Max, era o seu nome.

Ele não era o único queridinho por ali, porque existia também uma branquíssima e muito fofa cadelinha poodle, que se chamava Lola e que simplesmente era o 'xodó' das duas filhinhas dos donos da mansão. Mas ao contrário do Max, ela gostava mais era de ficar circulando com as meninas, no luxo daquela enorme mansão.

Mas os dois viviam aproveitando tudo de bom que a vida poderia oferecer. Só que o Max, já há algum tempo estava sentindo crescer dentro de si uma grande curiosidade; ele queria descobrir qual seria o motivo de toda aquela felicidade que se via estampada na cara de um pobre vira-latas, que quase todo dia costumava desfilar ali pelo no calçadão.

E um dia, quando ele resolveu fazer um comentário a esse respeito com a Lola, ela foi direta quando lhe disse: "-Se quer saber, por que não pergunta a ele ?"

E já na manhã do dia seguinte, postando-se junto à grade do portão ele ficou aguardando o vira-latas. E quando ele se aproximou, ele gritou: !-Ei voce; chega até aqui!" Meio desconfiado e olhando ressabiado para aquele canzarrão, o vira-lata tímidamente respondeu: "-Quem, eu?" "-É com você mesmo que estou falando; quero levar um papo contigo... Chega mais". E começaram a conversar,

E durante aquele animado papo, quando ficou sabendo que aquele vira-lata era conhecido como Chicão, ele não se conteve e falou: "-Chicão... Com é que você, sendo assim tão miudinho, pode ter um nome tão possante como esse?" Ao que o vira-lata respondeu: "-Tamanho não é documento meu caro!". E, meio chateado já ameaçava se afastar quando o Max se desculpando, partiu para o assunto que, de fato lhe interessava, fazendo aquela pergunta que há muito tempo já deveria ter feito: "-Por favor, me diga uma coisa Chicão; qual é a razão de toda essa sua felicidade, se tá na cara que você não passa de um pobre vira-lata, que não faz outra coisa navida a não ser ficar zanzando aí pela rua prá lé e prá cá?" E foi então que o Chicão, depois de dar uma olhada firme; de cima-a-baixo naquele enorme e bem cuidado Dog Alemão, do alto da sua sabedoria, disse: "- Meu caro Max; você já deve ter percebido que a felicidade não é ter tudo isso de bom, de caro e de melhor que você tem; a felicidade é ter justamente a única coisa que eu tenho e que você não tem, sabe o que é? É A LIBERDADE !... E se foi, abanando aquele seu magro rabinho, caminhando feliz e tranquilamente, até sumir de vista por entre aquelas multidão de pessoas que com seus trajes de banho, transitavam pelo calçadão.

Enquanto isso o Max, cabisbaixo e pensando naquelas sábias palavras que tinha acabado de ouvir, voltava para aquele seu aconchegante tapete importado, de onde através daquelas imensas grades de ferro da propriedade, ele podia admirar a beleza daquela imensidão de mar onde as gaivotas, livres e soltas, como que simbolizando aquilo que seria a liberdade total, davam um show para os banhistas, naquele lindo céu azul e límpido daquela manhã.