O Homem Que Aprendeu a Dizer NÃO
Havia um homem chamado Claudinei que, desde pequeno, acreditava que ajudar os outros era seu maior propósito. Sempre que alguém lhe pedia algo, ele dizia "sim".
— Claudinei, pode me ajudar a carregar essas sacolas?
— Sim, claro!
— Claudinei, pode fazer meu trabalho hoje? Estou cansado.
— Sim, sem problema!
— Claudinei pode fazer o EAD da turma da facul?
— Claro, terminando o meu já vou ter as respostas e respondo do restante da turma!
— Claudinei me empresta seu cartão de crédito, ou faz um pra mim, é rapidinho, a gente pede um cartão de crédito do mercado mesmo.
— Tudo bem, sem problemas, o que for melhor pra você!
— Claudinei você está de férias, compre uma lata de tinta no seu cartão que depois eu te pago e pinte a minha casa.
— Sim,, no próximo final de semana farei isso!
— Claudinei empresta sua moto, vou ali rapidinho.
— Sim, você é meu irmão!
Dois dias depois: — toma sua moto e tá sem gasolina viu, porque eu tô sem dinheiro.
Com o tempo, as pessoas começaram a se acostumar com sua bondade infinita. Pediam favores cada vez maiores e nunca lhe davam nada em troca. Claudinei acreditava que estava sendo um bom homem, mas, no fundo, sentia-se esgotado.
Certo dia, já exausto, decidiu fazer algo que nunca havia feito antes. Quando uma tia pediu que ele pagasse uma dívida em seu nome, Claudinei respirou fundo e respondeu:
— Não posso.
A tia ficou surpresa e indignada.
— Como assim, não pode? Sempre ajudou todo mundo! Está se achando melhor que os outros agora?
Claudinei sentiu um aperto no peito, mas permaneceu firme. A cada novo pedido abusivo, ele começou a dizer "não". E, para sua surpresa, aqueles que antes o chamavam de amigo começaram a chamá-lo de egoísta e ingrato.
Foi doloroso perceber que muitos só estavam ao seu lado por interesse, mas Claudinei aprendeu uma grande lição: bondade sem limites não é generosidade, é submissão.
Desde então, ele continuou sendo um homem bom, mas com um novo princípio: ajudaria os outros quando pudesse, mas nunca às custas de si mesmo, nunca mais iria se prejudicar por terceiros. E, acima de tudo, nunca mais sentiria culpa por dizer "NÃO".