Revoada dos Pássaros
Andarilho noturno num instante propenso,
Simulação da vida nas asas da esperança
Reviravoltas santíssimas da inocuidade,
O brilho é efêmero como a revoada
A noite é longa com a madrugada.
A poetisa inspira-se na suavidade dos pássaros,
Não há conforto nestas idas e vindas no céu
Os pássaros são vítimas da natureza atroz
E para nós, o nosso atento olhar,
Momentaneamente tudo é novo.
Trocaram-se as estações,
O clima dispensa prévios anúncios;
Mais um dia de partir,
Mais uma revoada dos pássaros.
Conflitantes ou não, deixam-nos nostálgicos
Os que partiram em revoada.
Passaremos a, constantemente, vigiar o céu
Havemos de nos preocupar com os pássaros,
A revoada é sacrilégio às aves no cortante do vento,
Porém, de significância assaz aos que ficam;
A observação nos faz caminhar nos devaneios,
E marcam nossa existência como sinais da infância,
Diluímos a dor de pensar e não ver no céu
Mais uma revoada dos pássaros.