Revoada dos Pássaros

Andarilho noturno num instante propenso,

Simulação da vida nas asas da esperança

Reviravoltas santíssimas da inocuidade,

O brilho é efêmero como a revoada

A noite é longa com a madrugada.

A poetisa inspira-se na suavidade dos pássaros,

Não há conforto nestas idas e vindas no céu

Os pássaros são vítimas da natureza atroz

E para nós, o nosso atento olhar,

Momentaneamente tudo é novo.

Trocaram-se as estações,

O clima dispensa prévios anúncios;

Mais um dia de partir,

Mais uma revoada dos pássaros.

Conflitantes ou não, deixam-nos nostálgicos

Os que partiram em revoada.

Passaremos a, constantemente, vigiar o céu

Havemos de nos preocupar com os pássaros,

A revoada é sacrilégio às aves no cortante do vento,

Porém, de significância assaz aos que ficam;

A observação nos faz caminhar nos devaneios,

E marcam nossa existência como sinais da infância,

Diluímos a dor de pensar e não ver no céu

Mais uma revoada dos pássaros.

Anderson Cirino
Enviado por Anderson Cirino em 26/05/2006
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