Discurso Angelical

Como político, prometo descolar os cofres públicos durante a noite e durante o dia, costurar os bolsos dos Sem Calças.

Fazer o canal do córrego Pré cariado e tratar as raízes das árvores que margeiam-o.

Quem aqui usa dentaduras? Pois então, com o fim das dentaduras, distribuirei gratuitamente aparelho ortodônticos; e todos, homens e mulheres, jovens e idosos, poderão sorrir abertamente, livremente, sem o desprazer de tapar a boca com a mão.

Construirei pontes safenas por cima dos rios. E as águas revezarão com a ponte, ora por cima, ora por baixo.

Com essa medida, pretendo acabar de vez com as enchentes que assolam os nossos irmãos do Bate Palhada.

Como sabeis, nobre eleitorado, deveras além d´eu e minha família sobreviver às expensas do suor alheio, não roubo nada que é meu! Entendido?

Não entendemos nada, de nada!

Ora, meus caros, fui claro! Embora que ninguém, nem Deus, entendi discurso de anjo.

Bons frutos

"Eu gosto de levar vantagem em tudo; cerrrrrto". Falou Gérson, o canhotinha de ouro nos anos 70 e 80.

Bons exemplares de sementes e frutos, agente colhe dessa árvore, chamada cidadania brasileira; cerrrrrrrto biscoito!

Passados quase 40 anos, ou mais, e a fila dos "bons frutos", andou mais do que devia; cerrrrrrrrto!

Oasis

Não só hoje, mas foi mais intenso nesta manhã nublada que cobre a claridade dos raios de sol, despertei-me pensando que a caminhada sou eu, o horizonte límpido ao longe é você; e o infinito está em sentido contrário, vindo apressado ao nosso encontro.

Agroboy

Enquanto o sol não morre no lado oposto às minhas vistas, deitado confortavelmente na rede abraçada por dois coqueiros, sugando o canudinho devorador de água de coco, contemplo a imensidão azulada do mar, rezo aos céus, recordo amores idos, oro ao nosso Deus Poderoso, que as minguadas gotas de águas de fevereiro e março desçam das nuvens, caiam solenes, festivas, mansas, compassadas em solo seco, fazendo ulular os insetos, regando o meu perdão, fortalecendo o pendão, enriquecendo meus olhos, enchendo as bagas de grãos, balouçando a plantação.

Quem pariu Mateus que balance, porque o mocinho de cabelos em cachos lisos cor de graúna e puxados para o lado quer mamadeira, fralda, água, suquinho, papinha, chupeta e depois de sugar o leite materno e arrotar; e se não houver mais nada a fazer, uma caminha macia para esquecer os dissabores da vida e sonhar esperança de dias melhores.

A Natureza que se mexa e Deus que se vire com o que lhes pertencem por direito e merecimento.

Mutável Gambiarreiro
Enviado por Mutável Gambiarreiro em 22/01/2018
Reeditado em 30/01/2018
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