VANITAS VANITATUM


         Quando adolescente, eu lia regularmente Celso Pedro Luft no Correio do Povo, de Porto Alegre. Intitulada NO MUNDO DAS PALAVRAS, sua coluna foi decisiva em minha formação. Certa vez  tive a ousadia de lhe escrever, tachando de erro uma explanação que, na verdade, eu havia entendido mal. Pois o grande mestre teve a humildade de, na resposta, dizer que ele se havia expressado mal.
         Anos depois, tive o privilégio de ser seu aluno, no Mestrado. Falando sempre em voz baixa, como se tivesse vergonha de expor a sapiência que nos fascinava a todos, ele aceitava nossas argumentações e ainda chegava ao ponto de dizer: “É mesmo! Eu não tinha pensado nisso”.
         Foi-se o grande mestre. Soube de sua morte através da revista Veja, que chegava sempre com certo atraso à Suíça, onde, na época, eu lecionava. Foi-se o humilde mestre, que andava de ônibus para poder ler durante o trajeto.
         Fui seu discípulo. E, se não assimilei sua sapiência (algo impossível), assimilei, pelo menos, sua prática. “É mesmo? Não é que você tem razão!” Eu falo e escuto; escrevo e leio com atenção os comentários. Infelizmente, esse não tem sido o comportamento de muitos autores aqui do nosso Recanto das Letras. Eles temem os comentários. Só publicam os que insuflam sua soberba. E vão além. Dois desses cegos de vaidade (minha ética não permite que lhes cite os nomes) não gostaram dos meus comentários. E me bloquearam.
         Gostaria de saber por quê.
                   
           
            



Loro Martins
Enviado por Loro Martins em 26/02/2012
Reeditado em 26/02/2012
Código do texto: T3520785