LÍNGUA PORTUGUESA - PARTE XII UM ESTUDO SOBRE A GRAMÁTICA

Já vimos ao longo de nossa série de artigos que em português, existem dez classes gramaticais, ou classes morfológicas, ou ainda classes de palavras. Vimos também que dessas dez classes, seis são variáveis, isto é, flexionam-se, indo ao plural, ou feminino, ou superlativo (substantivo, verbo, adjetivo, artigo, numeral e pronome), e quatro são invariáveis, ou seja, não sofrem variações (advérbio, conjunção, interjeição e preposição).

Nos nossos últimos artigos tivemos a oportunidade de estudarmos cada uma das seis classes variáveis, agora, terminado o estudo das variáveis e seguindo com a nossa série sobre Língua Portuguesa, um estudo sobre a Gramática estudaremos as quatro classes gramaticais invariáveis, iniciando hoje pela classe dos advérbios.

Advérbios são palavras que modificam um verbo, um adjetivo ou um advérbio, indicando uma circunstância (tempo, lugar, modo, intensidade,…). São invariáveis, não sendo flexionadas em gênero e número. Contudo, alguns advérbios podem ser flexionados em grau, mas teremos a chance de verificar isso mais adiante, já que neste momento é mais interessante saber que os advérbios se classificam em advérbio de lugar, de tempo, de modo, de afirmação, de negação, de dúvida, de intensidade, de inclusão, de exclusão e de ordem. Dessa forma, podemos exemplificar da seguinte maneira:

Advérbio de lugar: aqui, ali, atrás, longe, perto, embaixo;

Advérbio de tempo: hoje, amanhã, nunca, cedo, tarde, antes;

Advérbio de modo: bem, mal, rapidamente, devagar, calmamente, pior;

Advérbio de afirmação: sim, certamente, certo, decididamente;

Advérbio de negação: não, nunca, jamais, nem, tampouco;

Advérbio de dúvida: talvez, quiçá, possivelmente, provavelmente, porventura;

Advérbio de intensidade: muito, pouco, tão, bastante, menos, quanto;

Advérbio de exclusão: salvo, senão, somente, só, unicamente, apenas;

Advérbio de inclusão: inclusivamente, também, mesmo, ainda;

Advérbio de ordem: primeiramente, ultimamente, depois.

Embora o advérbio seja classificado como palavra invariável, ou seja, não são flexionados em gênero e número, importa agora saber que certos advérbios admitem variação de grau. Chamaremos isso de flexão do advérbio.

Embora pareça complexo, não é. Fácil. Basta sabermos que a flexão do advérbio se faz apenas e tão somente em seu grau. Assim, faremos uma subdivisão do grau em comparativo e em superlativo.

No grau comparativo o que se faz, na verdade, é uma comparação entre coisas, objetos, pessoas, animais, lugares etc. E o comparativo do advérbio é feito do mesmo modo que se faz o comparativo do adjetivo, como já aprendemos em aulas anteriores. Observe:

Grau de igualdade: tão + advérbio + quanto (como). Exemplo: João fala tão alto quanto José.

Grau de inferioridade: menos + advérbio + que (do que). Exemplo: João fala menos alto do que José.

O grau superlativo demonstra superioridade e pode ser analítico ou sintético, ou seja, se subdivide em grau analítico e grau sintético.

Assim, no grau sintético a alteração de grau é feita pelo acréscimo de um sufixo ao advérbio (cedíssimo). E no grau analítico a alteração de grau é feita com o auxílio de outro advérbio, no caso, um advérbio de intensidade (muito cedo).

Grau analítico: mais + advérbio + que (do que). Exemplo: João fala mais alto do que José.

Grau sintético: melhor ou pior que (do que). Exemplo: João fala melhor que José.

Para finalizar, uma observação importante: as formas diminutivas do tipo cedinho, pertinho, etc. são comuns na língua popular. Dois exemplos para melhor justificar: Samara mora pertinho daqui. (muito perto); João levantou cedinho. (muito cedo).

Gilson Vasco
Enviado por Gilson Vasco em 29/03/2017
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