Expressões ruins

Infelizmente, o nível da educação formal no Brasil tem caído progressivamente ao longo do tempo. Hoje em dia, é flagrante a mediocridade da escrita, mesmo nos textos divulgados na imprensa. A própria classe jornalística não detém mais a competência no uso da Língua Portuguesa como há algumas décadas. E isso não é um mero saudosismo ou preconceito da minha parte. É pura constatação da mediocridade no uso da língua escrita, pobreza de vocabulário, falta de domínio na conjugação verbal - em especial no uso do subjuntivo - e problemas generalizados de concordância.

Necessário se ponderar, entretanto, que a língua é ferramenta, instrumento de manifestação do pensamento. E, se o pensamento é pobre, dificilmente o idioma poderá dar-lhe alguma relevância.

Apenas para exemplificar meu argumento, hoje em dia temos o desprazer de ler expressões redundantes, lacunosas, vazias ou ilógicas que, há apenas vinte anos, causariam espanto a qualquer um que as lesse num veículo de imprensa, mesmo que na internet.

Algumas delas:

Chegar chegando.

Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa.

Pá daqui e pá dali.

É pá-pum.

O bagulho é louco.

É nóis (sic) na fita. (Ou sua versão derivada "é tóis").

Chique no último (ou no "úrtimo").

Com todo respeito à função giriática da linguagem, que sempre teve seu lugar, meu argumento aqui diz respeito ao uso indiscriminado desses termos, ocupando espaços que deveriam ser reservados à língua culta, uma vez que são esses espaços que zelam, ou deveriam zelar, pela própria preservação da língua, que vai sendo desestruturada pelo uso impróprio de termos e expressões incongruentes ou mesmo alienígenas (no caso dos estrangeirismos). Nesse ponto, aliás, havemos de convir que "desconto de 50%" é muito mais eficaz ao que se presta do que "50% off" e "entrega" é muito melhor do que "delivery", exceto para entregas realizadas num bairro inglês!

Concordam, amigos?

Weber Palmieri
Enviado por Weber Palmieri em 23/01/2022
Reeditado em 23/01/2022
Código do texto: T7435525
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