ISABELLA- COMO OS DIAS PASSAM
 
 
Não posso mover o tempo,
ele está estático... parado!
 
Não há mais vida
nem descanso na rede.
Apenas repouso no sofá
mesclando meu sono e seu retrato na parede.
 
Terapia e religião
sequer me levam a outros mundos
para te ver sorrindo
ou brincando
como sempre você  fazia ao me ver chegar...
 
Meus sonhos não realizam milagres
e o sol lá fora sempre se põe: para sempre.
 
Te sinto ainda na pele
e vou te sentir sempre, pela vida inteira.
Não serei mais feliz nem infeliz!
 
Este austero silêncio no teu quarto escuro
vai levando minha vida ao desaparecimento.
Escorregando pelas ruas da cidade
 esculpindo saudades
e derramando lágrimas em minha cabeceira...
 
Isabella!
Letra após letra
vou remontando os nossos momentos...
Nossos passeios pelo parque
e os filmes que assistíamos com ternura
foram todos jogados ao vento,
instantaneamente.
Pilhas de brinquedos,
 cores e segredos
verdades, erros e
enraizados elementos.
 
Hoje a realidade passa: indiferente!
 
 
A vida dilacerou meus sentimentos
encarcerando-me num mundo cinzento.
 
Você aí,
uma estrela em seu universo,
e eu aqui
convivendo com meus medos.
 
Ainda te espero no teu quarto
sempre e sempre refazendo arranjos...
 
Ainda sonho em mover o tempo
para te encontrar,
meu lindo anjo
brilhando entre mil estrelas
a mais bela, Isabella, do firmamento...
 
Desculpe pelo desespero
e pelas palavras
desarranjadas.
São os meus cacos,
pedaços e ciscos.
 
Descontentamentos...
 
São minhas memórias
e meus fragmentos.
 
 
 
 
 
21/11/2008