Flor da Minha Vida

Eu nasci de uma flor. Uma linda flor dourada como o sol. Em pleno mês de março ela abriu suas pétalas gentis e me trouxe à luz. Uma flor de candura, formosa e ditosa como nenhuma outra existente neste planeta. Uma flor de pétalas macias, mas de haste espinhosa, uma defesa necessária para uma criação tão bela e delicada. Ela me protegeu da fúria do tempo e das misérias do mundo; alimentou-me com sua seiva e me ajudou a crescer.

O tempo passou, a vida passou. Suas pétalas começaram a murchar, mas sua haste permanecia forte. Por fim, ela começou a definhar e o Criador concluiu que já era hora de dar o descanso merecido à sua bela criatura. Ele a levou em um triste final de novembro. As douradas pétalas dormiram seu sono final e definitivo, deixando esta planta sem graça e sem cor solta ao sabor das estações. Pensei que a dor diminuiria, que aquele canto tão querido no jardim de nosso lar seria, aos poucos, ocupado por doces lembranças no jardim de meu novo lar, mas foi um engano.

Minha mãe, minha flor do sol, você nunca, nunca será uma simples lembrança para mim.

Rita Flôres
Enviado por Rita Flôres em 08/12/2008
Reeditado em 08/12/2008
Código do texto: T1324084
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