AOS MEUS FILHOS.
AOS MEUS FILHOS
Quando me lembro de suas mãos entre as minhas
Entendo a grandiosidade que é ser mãe...
Dedos pequeninos, com dobrinhas que saltavam aos olhos,
Procurando meus dedos para, num toque, transformar-nos num só ser...
Como o toque familiar de suas mãos em meu ventre
Pedindo espaço para entrar em minha vida definitivamente...
Depois me lembro das mãos entrelaçadas
Segurando seus primeiros passos, tentando mostrar o melhor caminho...
Numa ânsia de conhecer e explorar tudo ao redor
Como se uma vida toda fosse pouca para tantas descobertas...
E quando apertaram-me a mão para diminuir a dor daquele joelho esfolado,
ou dos pontos que precisaram ser dados, ou ainda, quando suas mãos queimavam
entre as minhas naquelas intermináveis noites febris...
como se o melhor remédio fosse mesmo este entrelaçar de mãos...
Hoje em meus sonhos posso vê-los na hora do sono,
quando se aninhavam ao meu lado na cama e,
procurando minhas mãos,
encontravam a canção ideal para adormecer...
E nestes momentos, brincávamos que nosso quarto parecia um verdadeiro ninho...
E, mãos unidas ao final do dia,
Sussurrando o Santo Anjo, muitas vezes sem final,
Sentia passar sua infância,
E pedia a que Deus lhes protegesse de todo o mal...
Mas aquelas mãos que couberam tão bem entre as minhas,
aos poucos foram crescendo e exigindo mais e mais espaço,
e meu abraço já não consegue alcançar seus passos....
Sinto que meus braços ficaram curtos
e minhas mãos pequenas
para guardar tantos sonhos e tantos projetos de vida....
Assim aceno com as mãos, num gesto de despedida.
O mundo é seu, o futuro também...
Mas levem sempre nossos gestos, nossos “toques”
pela vida afora, e lembrem que um dia
suas mãos couberam tão bem nas minhas...
E se porventura o mundo lhes fizer tropeçar em seus passos,
Refaçam todo o caminho,
Que com todo o carinho
Posso ainda aninhá-los em meus braços...