General Rondon, um dos maiores sertanistas brasileiros.

Nesta data de 19 de abril de 2009 comemora-se o Dia do Índio. Pouco se fala ou escreve-se a respeito de honrosos cidadãos que, de maneira abnegada, trabalharam com desprendimento e dedicação em prol de melhor qualidade de vida do povo indígena.

Diante desse fato, um tanto quanto injusto, resolvi trazer até os senhores leitores a biografia de um dos mais ilustres cidadãos brasileiros e que se destacou, entre outros, como sertanista na assistência social aos indígenas.

Trata-se de Cândido Mariano da Silva Rondon, Militar, nascido em 5 de maio de 1865 na cidade de Mimoso, próximo a Cuiabá, no Mato Grosso. Estudou no Liceu Cuiabano, onde recebeu o diploma de professor primário aos dezesseis anos. Matriculou-se como soldado no Curso Preparatório da Escola Militar da Corte, diplomando-se em Engenharia e Estado Maior e recebendo o grau de Bacharel em Matemática e Ciências Físicas e naturais. Discípulo dileto de Benjamin Constant, participou com desenvoltura na proclamação da República e na obra de sua consolidação. Promovido a 2º tenente em 4 de janeiro de 1890, três dias depois passava a 1º tenente devido a serviços prestados à causa Republicana. Sua primeira missão foi a de participar da Comissão Construtora da Linha Telegráfica de Cuiabá ao Araguaia, chefiada pelo Major Antonio Ernesto Gomes Carneiro. Já no posto de capitão, foi encarregado de construir a estrada estratégica de Cuiabá ao Araguaia. Em 1899 foi chamado para ocupar o cargo de auxiliar técnico da Intendência Geral da Guerra. Um ano depois retornava à Comissão de Construção de Linhas Telegráficas, com a incumbência de construir a linha de Cuiabá às fronteiras com o Paraguai e a Bolívia. Em 1908 foi elevado ao posto de tenente-coronel e no ano de 1913 ao de coronel de Engenharia. Alcançou o generalato de brigada em 1919, sendo nomeado diretor de Engenharia Militar e General de Divisão em 1924. Comandou as forças legalistas em operações no Paraná e Santa Catarina, na revolução daquele ano. De 1927 a 1930 esteve como inspetor de fronteiras do Brasil, desde a Guiana Francesa até o Uruguai. A partir de 1940, passou a exercer a presidência do Conselho Nacional de Proteção aos Índios, executando um excelente trabalho. Portador da Medalha de 30 anos de bons serviços prestados ao Brasil e das comendas da Legião de Honra, da França, e do Grande Oficialato da Ordem do Sol e Boiacá, de Peru-Colômbia, além de outras. Membro das Sociedades de Geografia do Brasil, Bélgica, Haia, Itália, Nova York, Paris e outras mais, dos Institutos Históricos do Ceará, Amazonas e Maranhão e do Instituto Histórico e Arqueológico de Pernambuco. Faleceu no Rio de Janeiro, no dia 9 de janeiro de 1958. Em sua homenagem o território de Guaporé passou a chamar-se Rondônia.

Fonte: Nova Enciclopédia de Biografias de Planalto Editorial Ltda.

Demarcy de Freitas Lobato (Em memória)
Enviado por Demarcy de Freitas Lobato (Em memória) em 19/04/2009
Código do texto: T1548323
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.