Téo Azevedo

CORDEL

Como se fosse um desbravador

Empunhou nos braços sua viola

Abriu seu peito de ´´cantado´´

Assim como abre ´´no gaio uma flo´´

Assim como um livro conta sua história

Cada poesia que cantava

Rimava um fato acontecido

Como se soubesse que cada palavra

Por mais que fosse calada

Tinha boca olhos e ouvidos

Não tardou quase nada

Pra que ele pegasse um bocado de ar

Seus pulmões não apenas respirava

Todo ar que ele inalava

Devolvia num simples cantar

Às vezes caboclo solitário

Porteira de fazenda abandonada

Conhecedor do imaginário

Produzindo seu próprio dicionário

Daquilo que iria falar

De uma serenidade serena

Calmo, mas não tão tranqüilo.

De que importa se a fama é pequena

Mais vale o talento do que o esquema

Pois a arte é uma jóia de vidro

Quanta inquietude cultural

Procuram-se formas e estilos

Quando o belo é apenas o sal

Que tempera o todo por igual

Cada pagina de um único livro

Sem perguntarem se queria

Deram-lhe os nomes em segredo

Assim deram também pra JESUS E MARIA

Como todo pedaço é uma fatia

Eu te batizo´TÉO AZEVEDO´´

Zé Paulo Medeiros

ze paulo medeiros
Enviado por ze paulo medeiros em 03/06/2006
Código do texto: T168536