COMENTÁRIOS

É um tanto difícil dizer, com justiça, o valor que tem um comentário do leitor de nossos textos. Por esta razão venho, publicamente, atestá-lo. E, principalmente, agradecer a cada um de vocês, de dentro ou de fora deste site, por haver dedicado suas palavras, sua opinião à minha obra. Esses comentários são a fortuna crítica dos que se dedicam a escrever.

Verdadeiramente não saberia apontar o que é mais importante: produzir ou comentar. Penso na sala de aula. Já imaginou o que significa um professor falar, explicar, tentar didaticamente apresentar um conteúdo aos alunos e, durante a exposição ou ao final da aula, ninguém se manifestar? É terrível! O mesmo acontece em palestras. Sob o manto da timidez, quase a totalidade das platéias prefere entrar muda e sair calada, guardando para si opiniões que movimentariam o debate para conversas improdutivas pelos corredores das escolas ou locais onde se realizam eventos. Ideal seria o compartilhamento de ideias.

Essa indiferença às aulas e preleções em geral tem seus motivos, tanto por parte de quem leciona, quanto de quem está presente só de corpo a uma preleção. A Psicologia explica, para não dizer Freud.

Às vezes, mesmo em ambientes acadêmicos, há manifestações dispensáveis. Seriam aqueles dos famosos “gaiatos”, pessoas sem compromisso. Ou por outra, indivíduos comprometidos em desestruturar qualquer tipo de evento intelectual. E fazem isto porque não têm competência para o debate. Então, afrontam.

Outros são competentes, mas tolhidos, encolhidos, introvertidos, ensimesmados. Esses têm um olhar penetrante, enviesado e fugidio. Difícil demais saber o que pensam, desafiam qualquer ciência, escapam a qualquer análise.

Alguns são simples, cândidos, mas bravos, corajosos e oferecem uma contribuição linda, de forma simples, meiga, desarmada. Esses especialmente promovem muita reflexão. Inclusive demonstram-se intrépidos perante um debate, mesmo reconhecendo-se ainda verdes para tratar de determinado tema.

Há os que entram pela porta do fundo, sentam-se na última fila, fingem interesse, mas estão bem perto da porta premeditando a evasão com o intuito de ir tomar uma geladinha no boteco da praça. Esse vale quanto pesa. Geralmente é do tipo que está ali porque chegou e nada diz por que não sabe. Pior: não quer saber. Quer o certificado. “Por isto estou pagando” é sua frase predileta.

Pensando nessas e mais outras situações é que desejei manifestar o que sinto de alegria quando encontro comentários aos meus textos. Peço inclusive perdão, se não sou uma excelente comentadora da obra de cada colega de produção textual. Gostaria de dispor de tempo para sair comentando, não só os que se referem aos meus textos, mas todos os que escrevem.

Reconheço a impossibilidade de tal empreitada. Resumo então, neste texto a minha gratidão e respeito. Obrigada a todos vocês.