GIANECCHINI E A BELEZA DO CÂNCER

O ator “guerreiro” Reynaldo Gianecchini comoveu a sociedade com a entrevista que ofereceu a um programa de Domingo. Percebi a reação do público. Meus colegas de trabalho estavam sensibilizados na segunda-feira e falavam emocionadamente da entrevista. Quando alguém fala sinceramente sobre a sua dor, e dedicamos a nossa atenção, mergulhamos neste universo e vivenciamos sentimentos de empatia e compaixão.

Penso que o ator mostrou atitude e força ao falar publicamente sobre o doloroso processo de cura pelo qual passa. Muitas vezes só nos preocupamos e sentimos a dor do câncer quando a doença se desenvolve em nosso organismo ou, atinge um familiar muito querido e próximo. Testamos a nossa impotência diante dos fatos e percebemos que nada podemos fazer.

Nas palavras de Reynaldo, percebemos que um processo de cura tem o seu lado “belo”: emocionar e trazer crescimento para as pessoas. O doente sofre e as pessoas que estão em torno também. Este momento serve como “alavanca” para reinventarmos o nosso mundo. Paramos para refletir a realidade e o que estamos fazendo com a nossa vida. Aprendemos sobre o “valor” da vida e cada instante que nos cerca.

O envolvimento em um processo de cura ensina-nos a respeitar cada órgão que funciona eficientemente. Os médicos, enfermeiros, nutricionistas e demais funcionários de um hospital transformam-se em arautos de esperança com suas orientações e medicamentos que aliviam as dores.

Nesta hora, onde normalmente nos voltamos para a religiosidade, às orações confortam e ensinam sobre paciência e resignação. As pessoas se unem para orar juntas e o doente sente-se melhor, com mais energia e espiritualidade. A pessoa em processo de cura abre-se para aceitar o que for necessário para a sua cura física e espiritual.

Agradeço ao Reynaldo pelo que fez ao país com sua entrevista, pois imagino que os bancos de sangue irão prosperar e a quantidade de doadores de órgãos vai aumentar, pelo menos nesta semana e quiçá, neste mês. Ele provocou uma reflexão nacional que só um ator consciente de seu papel social é capaz de fazer.

Paula Toller faz a sua parte no combate a diabetes. Outros artistas contribuem de diferentes formas em várias campanhas. Desta forma acordamos e percebemos que a sonhada vida de “glamour” dos artistas é só aparência. Como li em uma revista de sala de espera em um consultório: “eles são como nós”, no amor e na dor. Valeu Gian